Estamos próximos de uma onda de fusões no setor de energia europeu?

Entre os desafios que afetam as grandes empresas de energia está a transição para as energias renováveis. Para poder enfrentar este desafio, muitos estão considerando fusões que lhes permitam aumentar seu tamanho. A seguir desvendamos o panorama das empresas de energia e seus movimentos possíveis.

Tanto a Iberdrola como a Gas Natural Fenosa pretendem ser mais fortes, razão pela qual procuram crescer. No horizonte está o desafio das energias renováveis, que oferecem melhores perspectivas do que carvão, energia nuclear e geração tradicional de gás.

A origem: Gas Natural Fenosa e Energías de Portugal

As diferentes empresas já começaram a sondar. Tudo começou em julho, quando Gas Natural Fenosa fez o inquérito à portuguesa EDP (Energías de Portugal). A possível fusão foi avaliada em 35 bilhões, tornando-se a maior empresa de energia elétrica por valor de mercado. Apesar de ambas as empresas terem negado estes contactos, Isidre Fainé (presidente da Gas Natural Fenosa) encontrou-se recentemente com os proprietários chineses da Energías de Portugal.

Se Gas Natural Fenosa está comprometida com uma estratégia de crescimento e expansão, é lógico que pondere opções como a fusão. Apesar da insistência da Energías de Portugal e da Gas Natural Fenosa em negar qualquer tipo de contacto, uma eventual fusão entre as duas empresas não seria rebuscada, por se tratarem de empresas complementares. Dizemos que a EDP e a Gas Natural Fenosa são complementares porque enquanto a EDP trabalha com energia solar e eólica, a Gas Natural lida com o fornecimento e obtenção de gás. A fusão seria mais do que viável e traçaria um horizonte muito animador: seria fácil para ambas as empresas passarem nos testes de concorrência, aliás, estão equilibrando seus balanços antes de qualquer possibilidade.

Outras fusões possíveis

A Iberdrola realiza movimentos semelhantes aos de Gas Natural Fenosa. Como primeira companhia elétrica espanhola, a Iberdrola possui um grande volume de negócios na América. Já no nosso artigo “Iberdrola se lança no mercado latino-americano” alertamos para o forte compromisso da Iberdrola com o mercado americano. Pois bem, a Europa Central atraiu a atenção da Iberdrola, que se concentrou nas empresas alemãs RWE e E.On. Por outro lado, a Enel, presente na Espanha através da Endesa, poderia fazer parte de um processo de fusão com qualquer empresa europeia.

A empresa energética francesa EDF (Electricity de France), enquanto empresa líder na produção e distribuição de eletricidade em França, terá de enfrentar o declínio da energia nuclear e adaptar-se a tempos em que as energias renováveis ​​serão os protagonistas. É por isso que a EDF também pode entrar em futuros processos de fusão.

Já se foi o tempo em que a energia nuclear era a grande aposta das empresas de eletricidade, prova disso é que a Iberdrola está pensando em se desfazer das usinas nucleares devido aos fracos resultados econômicos que seu lote nuclear produz. A demanda por um fornecimento econômico de energia, com tecnologias baratas, é crescente, de modo que as energias eólica e solar ganham peso. Tudo isso representa uma ameaça para as fontes de energia mais tradicionais e poluentes, como carvão, gás e energia nuclear.

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