As agências bancárias irão desaparecer?

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Anonim

A crise, mas ainda mais a revolução tecnológica, afetou muito o setor bancário. Muitos especialistas indicam que as agências bancárias desaparecerão da mesma forma que desapareceram as cabines telefônicas. Mas, nesse contexto, como evoluiu o número de agências bancárias no mundo?

A evolução do número de agências bancárias não foi igual em todos os países. Os países menos desenvolvidos experimentaram um aumento notável no número de agências bancárias por 100.000 habitantes. Por sua vez, os países mais avançados, principalmente na Europa, reduziram o número de agências bancárias.

Assim, países como Peru, Equador ou Bolívia têm experimentado um aumento, ainda que gradual, no número de agências bancárias. Mas a Colômbia é o país que mais se destaca. Não só na América Latina, mas em todo o mundo. Por isso, aliás, merece um tratamento à parte.

NOTA: San Marino foi excluído da análise devido à sua pequena população, apenas 30.000 habitantes.

Os 10 países com mais agências bancárias por habitante

Embora o número de agências bancárias em países avançados continue diminuindo, ainda há muitos países em níveis acima da média da OCDE. Principalmente países europeus.

A média da OCDE é de 22 agências bancárias por 100.000 habitantes. Em contraste, países como a Espanha ou a Bulgária mais do que dobram esse número. Tudo se diz, estados como o Luxemburgo ou a Suíça, porque são paraísos fiscais, talvez este facto seja mais justificado.

No entanto, e apesar do acima exposto, a redução foi notável - cerca de 25% no Luxemburgo e na Suíça durante a crise. A Espanha, por sua vez, sofreu uma redução de mais de 40% no número de agências bancárias existentes.

Comparando os Estados Unidos e a Europa como áreas de referência em todo o mundo, a redução é claramente refletida. Principalmente na Europa. Saindo de 34 agências em 2009 para 24 em 2016.

O que deixa claro que os efeitos da última crise foram muito diferentes nos Estados Unidos e na Europa.

O caso da Colômbia: 276 agências por 100.000 habitantes

O caso da Colômbia é muito marcante. Tanto que é surpreendente a pouca informação que existe a esse respeito. A população da Colômbia não para de crescer. Assim, o aumento espetacular dessa proporção nada tem a ver com uma redução da população.

Também é surpreendente que os países vizinhos não tenham experimentado um aumento ou algo semelhante. O que acontece então na Colômbia? Por que existem tantas agências bancárias?

Esse fato curioso tem a ver com a contabilidade realizada pelo Banco Mundial como agência bancária. Na realidade, se contarmos apenas os escritórios, a Colômbia teria cerca de 12 agências bancárias para cada 100.000 habitantes. O que muda tudo é a figura do correspondente bancário.

Este tipo de serviço evoluiu muito na Colômbia. Suponha, por exemplo, um pequeno supermercado. Este pequeno supermercado assina um acordo com um determinado banco. Graças a isso, o supermercado pode oferecer serviços básicos como pagamento de contas ou saques em dinheiro. Tudo isso, sem a necessidade de se deslocar a uma agência bancária.

O futuro das agências bancárias

Quando falamos em redução de agências bancárias, estamos nos referindo, em geral, aos países avançados. O benchmark é estabelecido pela média da OCDE de 22 agências bancárias por 100.000 habitantes. Pelo menos, sim, no curto prazo.

Por que no curto prazo? Porque no longo prazo, conforme indica o último relatório da consultoria pwc, a tendência da banca tradicional caminha para o desaparecimento.

Essa tendência não tem a ver apenas com uma questão de custo. Obviamente, um aplicativo para gerenciar serviços bancários tradicionais é muito mais barato do que manter um escritório aberto em cada bairro. No entanto, a redução tem a ver com a mudança de hábitos dos clientes.O ritmo acelerado de vida, o aumento do conhecimento em novas tecnologias e o igualmente importante aumento da formação financeira dos clientes, permitem que a tendência continue e se acelere ao longo do tempo.Em conclusão, a tendência de redução das agências bancárias parece imparável. As agências bancárias desaparecerão completamente? Só o tempo dirá. Mas o que está claro é que, cada vez, exige menos serviços bancários presenciais. Já não é uma questão de oferta, mas sim de procura. Em outras palavras, não é uma questão de os bancos quererem cortar custos só por isso. Os bancos precisam cortar custos porque não faz mais sentido cobrar de seus clientes serviços que eles próprios não exigem.