A pandemia pode disparar produtividade no planeta

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Anonim

De acordo com o Banco Mundial, os países anteriormente afetados por uma pandemia reduziram seus níveis de produtividade em até 9% após a crise. A história pode se repetir ou talvez desta vez seja diferente?

Quando o assunto é ciência econômica, é inevitável citar conceitos -tão notórios no campo político e desconhecidos na prática- como produto interno bruto (PIB), inflação, desemprego, entre outros que se repetem muito no dia a dia. . A economia é uma ciência muito ampla e, como tal, a terminologia usada no campo é tão variada quanto extensa. Porém, quando falamos em crescimento econômico propriamente dito, entre os conceitos mais populares, junto com o PIB, a produtividade se destaca.

Em primeiro lugar, devemos entender que o PIB é um indicador que se mede como uma variável de fluxo, que expressa a produção gerada por um determinado país, durante um período de tempo, da mesma forma, determinado. Assim, uma vez que sabemos o que é PIB, devemos saber que os caminhos para que essa magnitude cresça em relação aos outros períodos são principalmente dois: primeiro, aumentar o número de trabalhadores ativos em relação aos anos anteriores, podendo produzi-los mais do que o que foi produzido com modelos menores. Ou, por outro lado, aumente a produtividade dos funcionários existentes na força de trabalho.

"O crescimento econômico só é possível de duas maneiras: com aumento da força de trabalho ou com aumento da produtividade."

Nesse contexto, é preciso saber que um aumento do PIB devido ao aumento da força de trabalho acarreta despesas adicionais para o empregador. Ou seja, gera um aumento no custo da mão de obra, pois estamos falando de incorporação de mais pessoal, então eles terão que assumir o custo salarial maior que isso acarreta. Porém, quando o que se aumenta é a produtividade, o que isso mostra é que as mesmas pessoas que produziram certa quantidade de produção nos anos anteriores, por motivos bem diversos, hoje produzem mais com os mesmos recursos. Considerando esses dois caminhos de crescimento, a escolha do caminho ideal, portanto, é bastante simples.

No entanto, nos últimos anos, testemunhamos como essa trajetória de crescimento foi reduzida em grande parte do mundo. Nesse sentido, gerar aumento de produtividade é um processo cada vez mais complexo, além de mais caro. Além disso, aliás, as formas como este aumento foi conseguido, face à evolução por estas apresentada, perderam eficácia e eficiência; questionando, até mesmo, as próprias maneiras pelas quais tal melhoria pode ser alcançada.

Enquanto a produtividade no pós-guerra crescia aos trancos e barrancos, atingiu sua fase de expansão máxima na década de 1970. Com o advento da automação e mecanização, o planeta experimentou um boom econômico onde grandes aumentos foram registrados na produtividade desde 1930. Porém , desde a década de 1970, os indicadores que medem o aumento da produtividade permaneceram estagnados ao longo do tempo. Bem, não é até a década de 1990 quando novos crescimentos são observados nesses indicadores; novamente sofrendo uma nova desaceleração a partir do ano 2000.

Desde então, os avanços tecnológicos, assim como outros eventos que em situações normais deveriam ter aumentado ainda mais a produtividade, não tiveram o impacto que se esperava a priori. Nesse sentido, o crescimento da produtividade tem se estagnado, mesmo nas economias emergentes (EMDEs), onde cresceu em ritmo mais acelerado. Situação que tem revelado a relevância desses avanços para o crescimento econômico, bem como se as trajetórias de crescimento até então estabelecidas pela teoria econômica hoje são suficientes para recuperar esse dinamismo.

Um estudo bastante assustador

Como se vê na análise, basta olhar a Espanha ou o México como exemplo de economia emergente para observar o que estamos comentando. Nesse sentido, o país peninsular, por exemplo, tem seus níveis de produtividade crescendo a taxas muito lentas há mais de 20 anos. Algo semelhante ao que acontece com o México, que apesar de aumentar sua produtividade, por ser uma economia emergente, o faz em um ritmo mais lento do que nos anos anteriores. Coincidindo com as datas mencionadas anteriormente, a Espanha, o México, como outras economias, perderam aquele dinamismo de produtividade que os caracterizava há anos. Tudo isso, apesar de vivermos em uma era totalmente digitalizada, onde os avanços e o surgimento de novas tecnologias ocorrem constantemente.

"De acordo com o Banco Mundial, as economias que foram afetadas por surtos de pandemia no passado reduziram seus níveis de produtividade em até 9% nos próximos 3 anos."

Além disso, é impressionante o que mostra um estudo realizado pelo Banco Mundial, e que mostrou o impacto de situações como a que hoje nos acontece sobre os níveis de produtividade dos diferentes países afetados. Assim, o que o estudo mostra é o forte impacto de situações como a atual nos níveis de produtividade dos diferentes países. Segundo o organismo multilateral, as economias que neste século foram afetadas por surtos de pandemia, da mesma forma, reduziram seus níveis de produtividade em até 9% nos 3 anos seguintes, em relação aos países que não sofreram pandemias, eles não foram afetados.

Por isso, diante dos eventos mencionados, uma crise como a que hoje nos ocorre ameaça continuar a pesar sobre uma produtividade que, como dissemos, está estagnada há anos. Além disso, tudo isso, além de outros fatores que, tendo que funcionar corretamente para aumentar os níveis de produtividade, não estão funcionando como deveriam. Os fracos resultados ao nível educacional, os fracos fluxos de investimento, as “novas inovações”, bem como os estímulos públicos, parecem não surtir o impacto pretendido.

Uma crise diferente, um resultado diferente

Nesse sentido, e a despeito do que reflita a pesquisa empírica analisada nas linhas anteriores, cabe questionar se desta vez será diferente. E é que as divergências de comportamento vividas pelos agentes económicos, podem nos deixar um resultado muito diferente na situação actual.

“Segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF, por sua sigla em inglês), 80% dos empregadores no mundo vão acelerar os processos de transformação digital em suas empresas”.

Devido à paralisação forçada da atividade econômica, a impossibilidade de atuar, além de trabalhar, no formato presencial, acelerou os processos de digitalização na grande maioria das empresas em todo o planeta. De acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF), uma pesquisa com empresas de todo o mundo constatou que 80% dos empregadores no mundo pretendem acelerar os processos de transformação digital em suas empresas. Além disso, esses entrevistados também afirmaram que dariam aos seus funcionários mais oportunidades de adaptação ao teletrabalho. Para isso, investindo e acelerando a implantação de ferramentas digitais no dia a dia da empresa.

Por otro lado, dicha encuesta, de la misma forma, arroja que el 50% de los empleadores encuestados prevén automatizar una gran parte de sus tareas de producción, afirmando un 43% de los mismos que dicha automatización provocará en su empresa una reducción de la força laboral; ou seja, reduzirá o número de funcionários. Nesse sentido, a crise que hoje se abate sobre nós acelerou uma mudança que, há anos, as economias vêm requerendo para continuar aumentando a produtividade. Algumas mudanças que se esperam vir com a pandemia, necessariamente, devido à paralisação da atividade econômica em decorrência do vírus que hoje ameaça os cidadãos, bem como seu alto índice de contágio.

O que comentamos tem sido observado nas cifras que o teletrabalho apresenta em diferentes países do planeta. É o caso dos Estados Unidos, onde, de acordo com relatório do Massachusetts Institute of Technology (MIT), cerca de 50% da população já estaria teletrabalhando em casa. Por outro lado, outros países como o Reino Unido esperam ter 30% de sua força de trabalho trabalhando em casa até 2021. Assim, um teletrabalho para o qual economias como a Espanha também apostam, que passou de ter 6% da população trabalhando de casa, para 16,4% em tempos de pandemia.

Em suma, essas mudanças, assim como o processo de transição acelerado que as empresas tiveram que implementar, aumentaram a possibilidade de que a produtividade volte a acelerar quando os efeitos derivados da pandemia se dissiparem. Uma produtividade que, com o seu crescimento, acabaria também com uma tendência bastante preocupante se se repetisse nesta ocasião.