O imposto hipotecário em Espanha e as chaves da decisão do Supremo Tribunal

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Anonim

Depois de uma longa deliberação, o Supremo Tribunal decidiu quem deve pagar o chamado imposto hipotecário. A resolução do STF estabelece que serão os clientes que pagarão esse imposto. Vamos revelar as chaves do julgamento e do imposto sobre hipotecas.

Qual é o imposto de hipoteca

Em primeiro lugar, vamos começar sabendo o que é o imposto sobre hipotecas. O imposto hipotecário, formalmente conhecido como Documented Legal Acts Tax (IAJD), é uma homenagem que o Estado cedeu às comunidades autónomas e que é paga pela emissão de documentos comerciais, notariais ou administrativos.

Quanto à alíquota do imposto, dependendo da comunidade autônoma, ela variará entre 0,5% e 1,5%. Vale lembrar que a alíquota do imposto será aplicada com base no denominado “passivo hipotecário”. Entende-se por passivo de empréstimo hipotecário o montante total da hipoteca mais os custos que podem ocorrer se o mutuário não pagar e a propriedade tiver de ser retomada.

Se consultarmos a legislação espanhola, nomeadamente o artigo 29º da Lei do Imposto sobre as Transmissões Patrimoniais e Actos Legais Documentados, veremos que o sujeito passivo é aquele que adquire o imóvel. Isso significa que o cliente, na condição de comprador de imóvel residencial, será obrigado a pagar o Imposto sobre Atos Legais Documentados.

Discrepâncias na interpretação do imposto hipotecário

A jurisprudência aplicada também vem determinando que são os clientes que devem pagar o imposto. E é que, ao longo de 23 anos, as sentenças judiciais foram pronunciadas nesse sentido.

Agora, onde está a polêmica? Em 16 de outubro, o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça espanhola, anulou parte da legislação que estabelecia que os clientes eram obrigados a pagar o imposto. Assim, com esta nova norma, parecia que caberia ao setor bancário se responsabilizar pelo imposto hipotecário.

Por fim, o Supremo Tribunal Federal, após um longo processo de deliberação, resolveu que, como vem fazendo há muitos anos, são os clientes que pagam o Imposto sobre Atos Legais Documentados.

Por que a contabilidade retroativa é tão importante?

A opinião pública gira em torno de se os bancos ou os clientes devem pagar. Apesar disso, uma das chaves está na retroatividade. Mas o que é retroatividade?

Em palavras simples, retroatividade implica que o que a justiça dita agora terá efeitos no passado. Ou seja, os clientes que pagaram o imposto hipotecário até quatro anos atrás terão direito à devolução do valor pago pelas Administrações Públicas.

Assim que o Tesouro devolver esse dinheiro, estará em posição de reivindicar esse dinheiro dos bancos. Claro, enquanto isso, um buraco seria criado nas contas públicas. Algo que afetaria o déficit público. Um déficit que agora é de 2,6% nos orçamentos públicos.

É claro que, se esse retorno for executado, isso poria em risco a saída da Espanha do procedimento por déficit excessivo. O que indica que o déficit da Espanha não pode ultrapassar 3%.

A favor ou contra o imposto sobre atos jurídicos documentados?

Tem havido muita especulação sobre quem e como o imposto deve ser pago. No caso de o julgamento ter apurado os bancos, foi considerada a possibilidade de recuperarem o custo do imposto, aumentando as comissões e os juros das hipotecas.

Refira-se ainda que, caso os bancos fossem obrigados a pagar o imposto, caberia às comunidades autónomas a devolução do dinheiro. Isso se explica porque as administrações regionais são as destinatárias finais do Imposto sobre Atos Legais Documentados.

Continuando com essa situação hipotética, teria surgido um novo cenário judicial. Provavelmente, teria acabado por originar litígios entre o sistema bancário e as administrações regionais, uma vez que estavam em jogo cerca de 5.000 milhões de euros.

Por ocasião da recente decisão do Supremo Tribunal Federal, muito se debateu sobre a necessidade ou utilidade do Imposto sobre Atos Legais Documentados. Há quem considere injusto que os clientes o paguem e outros defendem que deve ser eliminado.

Vantagens e desvantagens do imposto hipotecário

Não vamos nos posicionar de Economy-Wiki.com, pois nosso objetivo é divulgar o mundo da economia e das finanças. Assim, explicaremos as vantagens e desvantagens de se instituir um Imposto sobre Atos Legais Documentados.

A favor do Imposto sobre Atos Legais Documentados, cabe destacar que é um importante instrumento de arrecadação para as comunidades autônomas. Graças a ele, são financiados serviços públicos básicos como Educação e Saúde. Como ambas as competências estão nas mãos das comunidades autônomas, a eliminação do imposto significaria cortar uma fonte de receita que permite cobrir os gastos sociais.

Pelo contrário, deve-se reconhecer que o cidadão não acha agradável ter que pagar impostos. Com impostos altos, os consumidores serão menos incentivados a solicitar uma hipoteca para ajudá-los a financiar a compra de sua casa.

É claro que nem os bancos nem as administrações regionais serão obrigados a devolver quantias milionárias. No entanto, devemos estar atentos às possíveis consequências da nova medida proposta pelo Governo espanhol, que pretende que o imposto hipotecário recaia sobre os bancos.