Regras de Hamburgo - O que é, definição e conceito - 2021

As Regras de Hamburgo são uma lista de normas internacionais cujo objetivo é regular o transporte internacional de mercadorias por mar. Devem seu nome ao fato de terem sido aprovados em Hamburgo, em 1978, em conferência da Organização das Nações Unidas (ONU).

As Regras de Hamburgo são um conjunto de regras e diretrizes para a supervisão e regulamentação do transporte internacional de mercadorias. Essas regras só regulamentam o transporte dessas mercadorias, desde que seja por via marítima. Elas são chamadas de Regras de Hamburgo, uma vez que a conferência realizada pela ONU em 1978 aconteceu na cidade de Hamburgo. Este acordo foi ratificado por 34 países, complementando o tratado anterior, as Regras de Haia.

Desde então, o transporte marítimo foi regulamentado pelos tratados de Hamburgo e Haia. No entanto, existem outros tipos de tratados como o de Roterdão, embora estes não tenham sido ratificados por mais de 20 países, o que os impede de gozar da mesma relevância.

Origem das Regras de Hamburgo

As Regras de Hamburgo foram aprovadas em 1978, em 31 de março. Estes são aprovados na cidade de Hamburgo, daí o seu nome. A realização de reunião para aprovação dessas regras foi realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional (UNCITRAL, por sua sigla em inglês), estabeleceu a participação dos países em uma reunião que teve como objetivo, em primeiro lugar, substituir as Regras de Haia, que se encarregavam de regulamentar o transporte por mar. Bem como, por sua vez, apresentar um novo regulamento que tenta harmonizar a regulamentação para o transporte marítimo.

Quais são os objetivos das Regras de Hamburgo?

As Regras de Hamburgo surgem após o desacordo existente com as Regras de Haia, sendo estas as predecessoras das citadas no artigo. Por esse motivo, a Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL) propôs a criação dessas novas diretrizes. Algumas diretrizes que tinham, entre outros objetivos, reduzir o tratamento favorável aos armadores.

Por este motivo, as Regras de Hamburgo foram criadas a fim de atingir os seguintes objetivos:

  • Primeiro, aumente a responsabilidade das companhias de navegação. Ou seja, aumenta a responsabilidade dos transportadores com relação à mercadoria.
  • Em segundo lugar, substitua todas as convenções anteriores. Em outras palavras, substitua a Convenção de Haia. Um objetivo que não teve sucesso, visto que ambas as normas foram complementadas na regulação marítima.
  • Em terceiro lugar, procuram fornecer mais informações sobre os documentos necessários para efetuar embarques internacionais por via marítima.
  • Finalmente, em quarto lugar, eles também tentaram harmonizar as regulamentações de transporte no mundo. Ou seja, as regras de transporte tanto por mar como por terra. Outro objetivo que, como o anterior, não teve sucesso.

Quem é afetado pelas Regras de Hamburgo?

Há uma série de critérios a serem atendidos para sua aplicação. Por esse motivo, a seguir mencionamos o âmbito de aplicação dos referidos regulamentos.

Para que as regras sejam aplicadas, os seguintes requisitos devem ser atendidos:

  • Aplicam-se a todos os contratos de transporte marítimo de mercadorias em que estejam envolvidos dois Estados diferentes. Desde que o porto de carga, descarga, bem como a emissão do “Conhecimento de Embarque” (BL, por sua sigla em inglês) ocorram em um Estado Contratante.
  • Se em contrato celebrado estiver previsto o transporte de mercadorias em remessas sucessivas, aplicar-se-ão a cada uma das remessas as disposições estabelecidas no contrato.
  • Em relação aos contratos de afretamento, as regras desses contratos não se aplicam. No entanto, podem ser aplicados ao conhecimento de embarque, emitido juntamente com o contrato de fretamento. Para tanto, deve regular a relação entre a transportadora e o detentor do conhecimento, que não é afretador.
  • Elimine a distinção entre faltas náuticas e comerciais. Isso implica que a transportadora deve ser responsável pelos danos causados ​​por um possível dano ou perda da mercadoria. Também se aplica a atrasos, se a mercadoria já se encontrava na posse do transportador.

Além das mencionadas anteriormente, todas essas medidas estão incluídas nas linhas gerais do acordo. Portanto, qualquer situação excepcional não está contemplada neste artigo.