A situação que a América Central estava passando, a priori, já era complicada. A pandemia revelou a grande vulnerabilidade das economias que compõem a região.
Apesar das riquezas naturais que a América Central possui, estamos falando de uma das regiões mais afetadas do planeta. Os desastres naturais que abalaram fortemente os territórios que compõem esta área geográfica revelaram a vulnerabilidade de suas economias para enfrentar tais catástrofes sozinha e unilateralmente. Catástrofes que, aliás, atingem a principal fonte de receita do país, visto que se trata de uma região em que o setor primário continua sendo o setor predominante; empregando grande parte da força de trabalho da região.
Estamos a falar de um cenário muito complicado, porque não deixamos de falar de economias emergentes que, face aos acontecimentos ocorridos nos diferentes países da região, não conseguiram desenvolver todas as potencialidades que, a priori. , eles apresentaram. Além disso, o grande problema que representa a economia informal nesses países, onde, em alguns, se observam níveis desproporcionais de informalidade econômica, com cifras de emprego informal que chegam a chegar a 70%, somado a uma corrupção muito presente no Brasil. Economia centro-americana, eles representam um declínio da economia, bem como uma fragilidade muito visível das instituições dos países membros.
Também não podemos esquecer outra série de situações que, da mesma forma, ameaçam a economia centro-americana. Situações que, como a deterioração dos preços das matérias-primas, bem como a grande deterioração que o comércio experimentou nos últimos anos, somadas a um mau comportamento do investimento estrangeiro para esses países, deixam um cenário inédito para a economia centro-americana. Uma economia em que, levando em consideração os índices de desenvolvimento humano que a região apresenta, apenas a Costa Rica se salva no ranking, sendo este o único país bem posicionado dentro da seletiva de países com alto IDH.
Nesse contexto, a pandemia que hoje abala o conjunto das economias do planeta, para a América Central nada mais é do que a palha que quebrou as costas do camelo. Se estivéssemos falando de economias que já eram vulneráveis, a pandemia implica um grau de vulnerabilidade ainda mais intenso. Além disso, a intensificação que a pandemia tem vivido nos territórios a que mencionamos veio evidenciar esta situação que descrevemos, dificultando a vida dos cidadãos que residem nesses países. Alguns cidadãos que, embora já o façam há muito tempo, fogem da região em busca de oportunidades que, por outro lado, permitam ao cidadão centro-americano, pelo menos, ter uma esperança de vida de acordo com o século em que nós nos encontramos.
Uma terra de migrantes
Falar da América Central neste momento é falar de desastres naturais, crime e violência, falta de recursos, escassez excessiva ou emigrantes. A má situação que atravessa o país, no momento em que a pandemia se apodera da economia latino-americana como um todo, revelou todas aquelas vulnerabilidades que, a priori, não se destacavam no fórum público. Porém, diante da necessidade de recursos para enfrentar uma crise sem precedentes, como a que hoje abala todo o planeta, a escassez a que nos referimos ganhou relevância, visto que existe uma incapacidade real de enfrentar uma situação em grande escala.
Nesse sentido, se levarmos em conta, por exemplo, os recursos de saúde e os dados de que dispõe, podemos identificar claramente essa escassez que mencionamos. Pois bem, à luz dos dados, estamos a falar de indicadores que, como leitos hospitalares por 1.000 habitantes, mostram uma carência excessiva nas diferentes economias que constituem a região. Portanto, estamos falando de um índice que na maioria das economias que compõem esta região não chega nem a um leito por 1.000 habitantes. Este indicador, embora possa parecer apenas anedótico, é altamente relevante. Pois bem, neste cenário, não se trata apenas de uma assistência à saúde mais fragilizada, mas também de uma real incapacidade de servir no país os cidadãos que, infectados ou não, necessitam de cuidados médicos. Desta forma, colocando em risco as taxas de mortalidade; índices que, se as infecções continuarem a aumentar, podem começar a se intensificar para cima.
Por outro lado, levando em consideração esses mesmos indicadores de recursos de saúde e dando continuidade à análise, também pudemos observar uma densidade muito baixa de médicos por 1.000 habitantes nos diferentes países que compõem a região. Densidade que, no melhor dos casos, chega a 2 médicos para cada 1.000 habitantes. Porém, com esses dados, estaríamos nos referindo ao melhor caso, ou seja, ao que poderíamos considerar como exceção. Pois, analisando a moda nos diferentes países que compõem este bloco econômico, falamos de uma densidade que, em geral, oscila entre 0 e 1 médico para cada 1.000 habitantes. Estes dados, tendo em conta que o número de infectados e mortos no país não para de aumentar, preocupa os cidadãos, como é lógico.
Diante de tal situação, muitos foram os povos que no ano passado fugiram da região em busca de oportunidades e fugindo dos desastres naturais que, ano após ano, destruíram as lavouras. Para ser exato, os registros contavam cerca de 700.000 pessoas que deixaram o país em busca de uma vida melhor. Porém, diante do quadro, levando em consideração a projeção de contração da economia centro-americana, onde as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) em sua última revisão do relatório WEO para o mês de junho mostram contração da economia de América Latina e Caribe, que podem atingir entre -9% e -10%, a ONU já prevê que, para este ano, o número de emigrantes vai disparar; Especialmente em um cenário em que, também, o envio de remessas de países fora da região foi paralisado, por sua vez, pesando notavelmente os níveis de renda.