Cobalto, o novo ouro azul do século 21

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Cobalto, o novo ouro azul do século 21
Cobalto, o novo ouro azul do século 21
Anonim

O cobalto é o metal cinza-azulado essencial para a fabricação de baterias para elementos eletrônicos e carros elétricos. A escassez de terrenos e seus usos particulares estão despertando o interesse dos investidores e aumentando seus preços.

Tesla e Apple são os principais players neste mercado, seguidos por todos os fabricantes de smartphones, computadores e outros dispositivos. A tecnologia é o presente e o futuro da sociedade, por isso os usos do cobalto o colocam na mira de todos os investidores e produtores, que veem neste material um novo ouro azul.

Características que tornam o cobalto especial

De acordo com o Cobalt Development Institute (CDI), a produção mundial em 2017 foi de 123 mil toneladas, 2,4% a menos que no ano anterior.

É normalmente encontrado em combinação com o níquel e há apenas uma mina de cobalto exclusiva no Marrocos, o restante é extraído de forma secundária na mineração de níquel ou cobre.

50% do cobalto sai das minas na República Democrática do Congo, embora 43% do cobalto refinado seja produzido na China, onde estão localizadas a maioria das fábricas que o utilizam para a produção de aparelhos eletrônicos.

Quase um terço de sua produção mundial está nas mãos da Glencore, que controla sua extração e produção no Congo, seguida por outras empresas como a China Molybdenum ou o Eurasian Resources Group.

Aumento do valor do cobalto

O uso do cobalto é muito específico, atualmente os fabricantes de baterias dominam o mercado e é difícil encontrar novos clientes.

45% dos estoques de cobalto são usados ​​na fabricação de baterias de lítio.

O anúncio em 2016 de que a Tesla está procurando carros elétricos mais baratos e eficientes usando cobalto em suas baterias, fez com que esse metal tivesse um interesse especial nos investidores que apostassem em comprá-lo. Esse fato apontou para um déficit de oferta versus demanda que era esperado e teve início a bolha de preços.

Diante dessa notícia, o governo chinês decidiu comprar 5 mil toneladas em 2017 e outras 6 mil toneladas foram adquiridas por fundos de investimento. Em outras palavras, atualmente cerca de 9% das reservas mundiais de cobalto estão fora do mercado. Esse aumento na demanda e a dificuldade de expansão da oferta estão elevando os preços dos metais.

Ele passou de $ 25.000 por tonelada em setembro de 2016 para $ 93.750 em abril de 2018. O valor do cobalto quase quadruplicou em apenas um ano e meio.

Controvérsias e futuro do cobalto

Outro elemento polêmico em torno do cobalto é sua extração, já que a maioria das fazendas está localizada na República do Congo, um país conflituoso com um sistema jurídico e político corrupto, as condições de trabalho são péssimas e a exploração infantil ocorre em mais de 40.000 crianças. Segundo a Amnistia Internacional e a UNICEF, algumas das empresas de tecnologia que utilizam o cobalto têm tomado medidas para controlar esta situação, embora continue alarmante e ponha em risco o abastecimento do metal.

Atualmente o carro elétrico responde por 1% do mercado automotivo, ou seja, mais de 1.500 milhões de smartphones são vendidos em um ano e já tivemos um aumento vertical de preços. O mercado de carros elétricos vai crescer para 40% dos carros em 2050 e a demanda por cobalto para suas baterias vai disparar, o que vai acontecer? Os produtores conseguirão aumentar tanto a produção para satisfazer o mercado? Teremos que procurar alternativas ao cobalto? Os preços continuarão subindo rapidamente ou se estabilizarão? Os preços dos produtos finais que transportam este material aumentarão?

No momento, estão sendo investigadas novas áreas de extração do chamado ouro azul e novos métodos de níquel e cobre revelados pelo International Cobalt Institute.