Times de futebol que estavam à beira da falência

Anonim

Finanças e esportes andam de mãos dadas, especialmente em um mundo tão competitivo como o futebol. Existem muitos clubes de diferentes ligas que, devido à má gestão financeira, estão à beira do desaparecimento. E não estamos a falar de equipas menores, mas de grandes clubes que conquistaram títulos a nível nacional e continental. Entre estas entidades desportivas encontram-se grandes nomes como: Borussia de Dortmund, Nápoles, Fiorentina, Parma, Racing de Avellaneda, Glasgow Rangers ou Valencia.

O caso do Borussia Dortmund é curioso, pois, em 2005, o clube alemão acumulava uma dívida de até 170 milhões de euros. Estes números negativos obrigaram-no a declarar falência, vendendo boa parte do seu staff e parte importante das instalações do clube. No entanto, o clube alemão conseguiu se levantar porque a seguradora Signal assumiu os direitos do estádio. Outras medidas, como um empréstimo do Bayern de Munique, o estabelecimento de um teto salarial e uma política de preços que permitisse encher o estádio nos jogos de Dortmund ajudaram o clube alemão a superar as dificuldades. Hoje, o Borussia Dortmund é um clube poderoso na Europa e um dos poucos capazes de enfrentar o Bayern de Munique na disputa pelas competições alemãs.

Se perguntarmos às seleções da Série A italiana, encontramos três exemplos: Parma, Napoli e Fiorentina. No caso de Parma, a entidade devia mais de 200 milhões de euros e seu presidente Giampietro Maneti foi preso por lavagem de dinheiro. Diante desta situação, o Parma foi forçado a transferir seus jogadores.

Também na Itália, o Napoli, ex-time do famoso jogador de futebol Diego Armando Maradona, estrelou uma situação econômica desastrosa que o levou à falência. Somente a intervenção do milionário cineasta Aurelio de Laurentis permitiu que o time renascesse e fornecesse o dinheiro que o clube precisava. Atualmente, o Napoli ressurgiu e está entre os melhores times da Itália.

Acabando com os clubes italianos, encontramos a Fiorentina, que devia mais de 50 milhões de euros. A difícil situação financeira que eclodiu na temporada 2001-2002 obrigou a seleção toscana a vender jogadores como Batistuta ou Rui Costa. Devido aos problemas financeiros, o clube foi rebaixado administrativamente e acabou desaparecendo. No entanto, a torcida, o prefeito de Florença e vários jogadores voltaram-se para refundar a equipe, que conseguiu subir posições até retornar à elite do futebol italiano na Série A.

A batalha pelos títulos na Escócia foi uma questão de duas equipes: Glasgow Rangers e Celtic Glasgow. Em 2012, a situação econômica dos Glasgow Rangers tornou-se insustentável, pois eles tinham uma dívida de 25 milhões com o tesouro. Problemas financeiros causaram o declínio administrativo do clube e somente a compra do clube pelo empresário Charles Green salvou a entidade do desaparecimento. Os Rangers tiveram que passar por anos difíceis, pois perderam seus patrocinadores e com isso uma importante fonte de renda. Depois de vários anos em categorias inferiores, ele conseguiu voltar a competir pelos títulos com o Celtic de Glasgow.

No campeonato espanhol existem vários exemplos de clubes à beira da falência devido a dificuldades financeiras. Um exemplo claro disso é Valência. Com a chegada do empresário Juan Soler, o clube fez grandes desembolsos em contratações e obras de construção de instalações esportivas. A eclosão da crise imobiliária fez com que em 2009 tivessem que paralisar as obras de um novo estádio e que o terreno Mestalla não pudesse ser vendido para obter financiamento. O clube recorreu a aumentos de capital para reduzir o endividamento e evitar a falência ao tentar refinanciar a dívida com os bancos, no entanto, a chegada do magnata de Cingapura Peter Lim em 2014 salvou o clube da ruína.

Não há lugar onde o futebol seja vivido com tanta paixão como na Argentina. Para os torcedores argentinos do Racing de Avellaneda, foi muito difícil a falência de sua equipe em 1999. O presidente Héctor Daniel Lalín prometeu levar o clube à glória, porém, seis meses após chegar à presidência, acabou pedindo a falência. As imagens de torcedores do Racing chorando pelo desaparecimento do clube percorreram o mundo. O clube viu-se obrigado a declarar falência por não poder pagar as taxas da falência em que estava imerso, vinha arrastando uma dívida que não podia pagar e encontrava-se com graves problemas de liquidez. Finalmente, em 2008, a administração da entidade passou para seus associados e o clube foi declarado livre de dívidas.

Mas quais são as causas que levam os clubes de futebol à falência? A resposta pode ser encontrada por vários motivos. Uma delas é o pagamento de quantias altíssimas para as transferências. O investimento na construção e remodelação de instalações desportivas, bem como a distribuição desigual dos direitos televisivos, também causam uma grande dívida às entidades desportivas, uma vez que os clubes mais poderosos são os que recebem os valores mais elevados por este tipo de direitos. Outro aspecto a ser levado em consideração é o momento em que a economia está passando, já que em tempos de crise será mais difícil encontrar patrocinadores e o número de torcedores nos estados será menor, reduzindo a receita de publicidade e de bilheteria.