Acto Único Europeu - O que é, definição e conceito - 2021

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Acto Único Europeu - O que é, definição e conceito - 2021
Acto Único Europeu - O que é, definição e conceito - 2021
Anonim

Assinado em 1986, o Ato Único Europeu é um tratado europeu que entrou em vigor em 1987. Esse tratado lançou as bases do que mais tarde se tornaria a União Europeia.

Dando mais um passo na integração econômica, os países membros da então Comunidade Econômica Européia decidiram aprofundar a livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas. É aqui que o Acto Único Europeu deveria entrar em jogo.

Não só se registaram progressos no mercado interno e na liberdade de circulação, como também conferiram maior poder político e económico às instituições europeias.

Objetivos do Acto Único Europeu

Se analisarmos os objetivos do Acto Único Europeu, veremos que são muito amplos. Nesse sentido, implicaram alterações importantes no que diz respeito à forma como as decisões são tomadas nas instituições europeias, ao mesmo tempo que estabelecem as competências da Comissão Europeia e especificam quais seriam as funções do Parlamento Europeu.

O papel da Europa no mundo também não foi descurado. Assim, foi estabelecida uma política externa e de segurança comum, tudo para manter uma posição coerente e mais forte em todo o mundo.

Mudanças institucionais

Mencionamos anteriormente que houve mudanças nos mecanismos de tomada de decisão. Assim, ao dar mais flexibilidade, o Conselho deixou de ter de chegar a um acordo unânime, pois bastava obter uma maioria qualificada.

Graças à maioria qualificada foi mais fácil progredir na integração económica, dando grandes passos nas questões do mercado interno. Na verdade, chegar a acordos unânimes era apenas uma condição necessária em aspectos como a tributação ou a liberdade de circulação dos cidadãos.

Outro aspecto a destacar é que, graças ao Acto Único Europeu, o Conselho Europeu é reconhecido como instituição pela primeira vez. Desta forma, foi dado um carácter oficial às reuniões em que os dirigentes europeus abordaram os principais temas políticos e económicos europeus. No entanto, teríamos de esperar pelo Tratado de Maastricht em 1992, onde as funções do Conselho Europeu foram claramente especificadas.

O Parlamento Europeu, enquanto instituição representativa dos cidadãos europeus, passou a ter um peso maior, dando-lhe a possibilidade de legislar em conjunto com o Conselho.

Se o poder legislativo foi deixado nas mãos do Conselho e do Parlamento, a Comissão Europeia tornou-se o órgão com a responsabilidade de fazer cumprir as leis aprovadas na Europa.

Não se avançou apenas em questões institucionais, como também se aprofundou em questões judiciais. Assim, foi criado o Tribunal de Primeira Instância, ao qual cabia ouvir recursos interpostos por países, particulares, empresas, funcionários europeus e também recursos relativos à propriedade intelectual.

Questões sociais e econômicas

Além dos importantes avanços na arena política, também ocorreram importantes acordos econômicos e sociais. Assim, decidiu-se realizar um conjunto de medidas que permitiriam aprofundar o mercado comum, eliminando barreiras à livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.

Caminhando para a união monetária, a Europa preparou-se para estabelecer uma política monetária comum. Graças ao Acto Único Europeu, foram lançadas as bases para uma futura União Económica e Monetária.

A cooperação europeia foi um processo que exigia coordenação, razão pela qual, a partir do Acto Único Europeu, foram promovidos outros aspectos para além dos económicos. Por esta razão, os direitos laborais, a saúde, os problemas ambientais e áreas tão necessárias ao progresso como a investigação e a tecnologia foram tratados a nível europeu.

Procurando reduzir as diferenças entre os diferentes países, optou pelo que é conhecido como coesão económica e social. Consistia em trabalhar para reduzir as diferenças no nível de desenvolvimento entre os diferentes Estados membros e seus cidadãos.