O ecossistema empresarial no México

O ecossistema empresarial no México começou a se desenvolver em apenas 15 anos. Acima de tudo, pelo impulso que o novo governo vem dando desde 2010. Até agora, o empreendedorismo no México era mais uma necessidade de entrar no mercado de trabalho do que o desejo de explorar as capacidades criativas. Eles encontraram inúmeras barreiras no processo de iniciar parcerias. Além disso, havia grande insegurança jurídica e desconfiança na proteção de patentes ou propriedade intelectual. Tampouco havia uma cultura empreendedora por parte do meio acadêmico, público e privado.

Medidas para impulsionar o ecossistema empresarial no México

A partir desse momento, as instituições e o governo começaram a perceber que promover o empreendedorismo no México era essencial para o crescimento e o desenvolvimento econômico do país. O governo implementou inúmeras medidas para promover uma cultura empresarial. Essas medidas incluem o seguinte:

Programas de aceleração de negócios e ajuda a empreendedores

O ator principal é o INADEM (National Institut for the Entrepreneurs) desde 2013 que auxilia PMEs e startups em seus estágios iniciais. Existem outros organismos, como:

  • FNE (Fundo Nacional do Empreendedor)
  • AMEXCAP
  • Rede Nacional México Emprende

Hoje, existem mais de 200 aceleradores de negócios, como:

  • Startupbootcamp
  • 500 startups
  • Numa
  • Startup Mexico

A coordenação de todos eles possibilita a realização de eventos e feiras de empreendedores para promover sinergias e uma rede de contatos como:

  • Ecommerce Summit & Expo
  • Finnosummit
  • INCmty2018
  • Semana Nacional do Empreendedor

Mudanças legislativas para promover o empreendedorismo

Por volta de 2006, a SAPI “Sociedad Anónima Promotora de la Inversión” foi criada para promover o investimento privado em empresas mexicanas e atrair fundos estrangeiros.

Em 2018 foi aprovada a “Lei das Sociedades Mercantis”, onde entre outras medidas, o arranque de uma empresa e a redução dos custos do procedimento são agilizados em mais de 6 dias.

Em 2018, foi também aprovada a “Lei Fintech” com o objetivo de estabelecer um quadro jurídico para a situação das empresas do setor tecnológico e bancário, um dos setores líderes e mais delicados do país. O objetivo é fornecer segurança a essas empresas, criar confiança e prevenir o financiamento do terrorismo e da lavagem de dinheiro.

A “Lei do Reempreendedorismo” ajuda as empresas que têm de encerrar, a agilizar os procedimentos de dissolução e liquidação para que possam iniciar logo outro negócio e a funcionar e a mitigar o medo de falência.

Crie apoio financeiro para empreendedores

A conexão entre o banco e o governo criou veículos para ajudar a obter crédito bancário e melhorar as condições para os empresários mexicanos, tais como:

  • Crédito para empreendedores que vêm de programas de aceleração de negócios
  • Crédito jovem para empreendedores de 18 a 35 anos
  • Sistema Nacional de Garantia

O México é o líder da LATAM em investimentos de fundos de capital de risco privados nos estágios iniciais de startups. São cerca de 120 fundos de VC (Venture Capital) e muitos executivos buscam se tornar business angels investindo em novas ideias de negócios, além de se apresentarem como opções mais lucrativas do que produtos bancários.

Cultura empreendedora no meio acadêmico

Desde as escolas e universidades começam a promover a formação em gestão empresarial e a promover o espírito empreendedor no México entre os mais jovens. Já existe uma mudança de atitude entre a população mexicana mais jovem que deseja estudar engenharia, ciências ou administração de empresas para se tornarem empresários e agregar valor à sociedade.

Estado do ecossistema empresarial no México

Essas medidas estão começando a dar frutos e o ecossistema empresarial mexicano cresceu três vezes mais do que a média mundial nos últimos 5 anos, de acordo com o ICEX. A situação atual é destacada pelas seguintes figuras:

  • A cada mês, 35.000 novos negócios são abertos no México (Dados do INADEM). Embora 75% não ultrapassem dois anos de vida, graças à Lei do Reempreendedorismo, uma empresa pode ser liquidada e outra rapidamente fundada.
  • 53% das empresas possuem registro de patente, marca ou propriedade intelectual (Dados do INADEM). Índice principal do impulso da economia do conhecimento e da inovação.
  • 62% das startups espanholas escolhem o México como o primeiro país a entrar no mercado latino-americano, de acordo com a IE Business School. Esse dado indica que o mercado mexicano está amadurecendo e gera confiança nos estrangeiros.
  • O México precisa se abrir ao mercado internacional e, para isso, conta com uma localização geográfica privilegiada e infraestruturas que promovam o comércio exterior com o resto da LATAM, EUA, Europa e Ásia. Embora ainda 80,3% das exportações vão exclusivamente para os EUA.
  • O ecossistema empresarial do México está concentrado em 3 núcleos principais: Cidade do México (32%), Guadalajara (10%) e Monterrey (7%).
  • Os setores mais poderosos no ecossistema empresarial do México são fintech, saúde, educação e IoT (Internet das coisas) e Big Data. A banca, a saúde e a educação do país apresentam campos de melhoria em muitos aspectos, precisam de ser desenvolvidos e equacionados com as principais potências mundiais. Por esses motivos, os empresários veem oportunidades de negócios na melhoria da eficiência desses setores graças à tecnologia e também, agregam alto valor à sociedade.

  • O arquétipo do empresário mexicano até agora tem sido um homem entre 25-29 anos, com estudos básicos e sem especialização em gestão empresarial, que cria um pequeno negócio em ambiente urbano. Geralmente são empresas tradicionais sem um modelo escalonável ou alto comprometimento com a inovação.

Essa imagem está mudando, graças ao compromisso com a inovação e à introdução de modelos escaláveis ​​que estão sendo ensinados em programas de aceleração de negócios. A mudança na cultura empreendedora está aumentando a inserção das mulheres no mundo dos negócios e, atualmente, 25% das startups são lideradas por mulheres e outros 25% as incluem em suas equipes fundadoras.

Em suma, o ecossistema empreendedor no México se apresenta como um dos mais promissores das economias emergentes, embora ainda haja um longo caminho a percorrer, muitas mudanças institucionais e de mentalidade a serem feitas.