Insegurança no trabalho - O que é, definição e conceito

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Anonim

O trabalho precário é uma situação vivida pelos trabalhadores, caracterizada pela instabilidade nas contratações e pela violação de alguns direitos laborais.

A insegurança no trabalho está relacionada às longas horas de trabalho sem a correspondente remuneração ou em um ambiente que afeta a saúde física e / ou psicológica do trabalhador. Essa falta de garantias aumenta a incerteza de continuidade no emprego e aumenta a possibilidade de ficar desempregado.

A legislação em diferentes países exige a manutenção de condições de trabalho dignas, tanto para funcionários de empresas privadas como de empresas públicas. No entanto, a precarização do trabalho atinge milhões de pessoas em várias regiões do planeta.

Tipos de insegurança no trabalho

A seguir, explicamos os principais tipos de insegurança no trabalho:

1. Excesso de horas trabalhadas sem remuneração

Se as horas trabalhadas excederem o que seu contrato de trabalho indica, essas horas devem ser pagas como horas extras. Se trabalhar à noite ou aos domingos, terá de ser paga uma sobretaxa nocturna ou ao domingo, consoante a legislação em vigor no país.

Por exemplo, se uma pessoa é admitida oficialmente 6 horas por dia, mas na realidade trabalha mais horas do que o seu contrato estabelece e não recebe por isso, está sofrendo de precariedade no trabalho.

2. Desigualdade salarial

A desigualdade salarial refere-se às diferenças no salário recebido por duas pessoas (ou segmentos da população) ao exercerem o mesmo trabalho. Quem mais sofre com esta situação são as mulheres, os jovens, os migrantes e as pessoas com deficiência.

Em média, em vários países do mundo, as mulheres ganham menos do que os homens, apesar de ocuparem o mesmo cargo e exercerem as mesmas funções. As empresas que praticam essa diferenciação salarial estão, na verdade, discriminando as mulheres e promovendo a precarização do trabalho.

3. Ambientes de trabalho que afetam a saúde

Também é considerada insegurança no trabalho se as condições de trabalho afetam a saúde física. A saúde é diretamente afetada na falta de proteção física (capacete, luvas, óculos) durante a realização de uma atividade perigosa ou em uma área de alto risco de acidente. Estas situações são vividas por trabalhadores dedicados à construção, manuseando máquinas / instrumentos pesados ​​ou pontiagudos e manuseando substâncias químicas.

A saúde física afeta indiretamente quando há pouca iluminação ou ventilação no local de trabalho e também quando há pouco movimento corporal. Essas situações geralmente ocorrem em escritórios, onde o trabalhador fica muitas horas sentado, fica fisicamente inativo e não tem tempo mínimo para descansar.

4. Contratos de trabalho de curta duração

A curta duração dos contratos (um ano, seis meses ou menos) é uma prática muito difundida nas empresas. Está associada à insegurança no trabalho, pois pode gerar insegurança nos trabalhadores, por não saberem se terão a oportunidade de continuar desenvolvendo as tarefas ou projetos que estão realizando ou se terão que procurar outro emprego.

No entanto, um contrato temporário não implica necessariamente em insegurança no emprego. Por exemplo, uma pessoa que trabalha como diarista na colheita de uvas parte do ano e outra parte do ano trabalha em outra atividade, pode ter boas condições em ambos os empregos, apesar de ter contratos temporários.

5. Não registro na Previdência Social e impossibilidade de acesso à sindicalização

Alguns trabalhadores não estão inscritos nos programas de Previdência Social existentes em seus países, por meio dos quais poderiam ter acesso à saúde (consultas médicas), pensões e invalidez, licença-maternidade ou paternidade.

Além disso, se os trabalhadores não podem exercer livremente seus direitos trabalhistas, como a possibilidade de se sindicalizar, negociar um contrato coletivo e entrar em greve (sob certas condições), isso mostra que há insegurança no emprego.

Efeitos da insegurança no trabalho sobre os trabalhadores

O artigo 23 da “Declaração Universal dos Direitos do Homem” estabelece o direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho e a uma remuneração justa e satisfatória que garanta ao trabalhador e a sua família uma existência de acordo com a dignidade humana.

No entanto, podemos compreender que, se a precarização do emprego se generalizar no mercado de trabalho, existe uma força poderosa que impede que os salários aumentem, os trabalhadores não se inscrevam na previdência social e os contratos de caráter temporário a adequação dos locais de trabalho não é verificada e a sindicalização não cresce.

As sociedades que reconhecem que um salário decente vai além da mera satisfação das necessidades básicas (alimentação, roupas e moradia) defendem a redução e até a erradicação da insegurança no trabalho. Se todos os trabalhadores tivessem condições dignas de trabalho, haveria maior produtividade e aumento generalizado do bem-estar e da qualidade de vida da população.