A Quarta Revolução Industrial e a perda de empregos

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A Quarta Revolução Industrial e a perda de empregos
A Quarta Revolução Industrial e a perda de empregos
Anonim

O mundo mudou, muitos temem por seus empregos e se posicionam contra o desenvolvimento tecnológico.

A Quarta Revolução Industrial, a automação do emprego, a digitalização, assim como tudo que vem à mente, deixa a sociedade com arrepios. A incerteza gerada por um futuro totalmente digital e robótico nos leva a pensar no que acontecerá à humanidade quando os robôs controlarem o planeta. O que acontecerá com as pessoas, o que faremos quando nossos empregos forem ocupados por inteligência artificial e o questionamento se nosso trabalho é realizável ou suprimível por um robô, são algumas das questões que, diante do avanço tecnológico, surgem para se importar.

Manchetes, como a que escrevemos sobre a automação do emprego em 2030 e se um quinto da sociedade trabalhadora será substituída no futuro por robôs, assustam qualquer funcionário que, no momento, esteja na ativa. Parece que, diante de tanto desenvolvimento tecnológico, o ser humano está perdendo cada vez mais valor na sociedade. Alguns se perguntam o que acontecerá com tantos seres humanos se as empresas estiverem fortemente comprometidas com a digitalização e a robotização. O medo de não serem valorizados e de perderem o emprego permeia seu subconsciente.

A possibilidade de nosso trabalho ser executado por um robô nos faz acreditar que somos inúteis. A possibilidade de perder o emprego, de que um algoritmo encerre nossa rotina de trabalho, em alguns casos, provoca até a rejeição do ser humano, que diante da possibilidade de que o bem humano desapareça da empresa privada, é postulado como fiel detrator dos avanços da tecnologia. A tecnofobia volta ao debate público, em um cenário em que a tecnologia avança a passos largos. Porém, neste ponto, esquecemos coisas tão simples como que a tecnologia, assim como seu avanço, só pode ser conduzida por seres humanos.

Automação: ameaça ou oportunidade?

A automação, ou fenômeno no qual as máquinas e a robótica industrial assumem os processos de trabalho em certas empresas, está gerando um debate público em todos os principais fóruns do mundo. O próprio Fórum Econômico Mundial abriu um debate na reunião de Davos para discutir o assunto. Um assunto que o fundador do Fórum Econômico, Klaus Schwab, conhece em primeira mão; que ele expõe em seu livro chamado "A Quarta Revolução Industrial". Um tema quente, complicado e, em alguns casos, assustador.

A possibilidade de que amanhã você possa ser substituído por uma máquina é algo que apavora; e não só pela possibilidade de ser despedido, mas porque nos perguntamos qual será a tarefa do homem num mundo operado por máquinas. No entanto, os estudos realizados até agora refutam completamente este tipo de alegações. Para se ter uma ideia, primeiro devemos saber que nem todos os trabalhos são elegíveis para serem substituídos por robôs, e nem todos os trabalhos que pretendem ser automatizados o farão de forma eficaz nos próximos anos.

Segundo a OCDE, inicialmente, apenas 14% dos empregos no mundo correm o risco de ser automatizados nos próximos anos. Além disso, outros 32% desse emprego poderiam ser suscetíveis a mudanças no modelo de negócio com automação, integrando aspectos robóticos nos hábitos do mesmo. Ou seja, 46% da metade do emprego do planeta. Além disso, este órgão descreve esta situação com muito otimismo, uma vez que, como já se disse várias vezes, a automação traz consigo a criação de novos empregos que, até agora, desconhecíamos.

Como acontecia em sua época, o nascimento do veículo automotor causou uma avalanche para funcionários de carruagens, fábricas, motoristas, assim como tudo relacionado ao setor de carruagens. Dos carpinteiros que os fizeram às fazendas de cavalos. Todos se assustaram com o nascimento de um veículo automotor que cumpria a mesma função de suas carruagens e que, como competição, colocava em risco seu setor. Porém, se olharmos hoje, podemos ver como esse avanço que fizemos gerou mais empregos no mundo do que muitos outros setores.

Além disso, a Europa, graças ao setor automotivo, conseguiu criar potências econômicas como a Alemanha, que exporta inúmeros veículos para todo o mundo, posicionando-se como a principal potência econômica da União Europeia. O mesmo acontece com a automação do emprego, porque, como aconteceu com o setor de carruagens e o nascimento do automóvel, acontece com a automação, a inteligência artificial e a robotização. Novos empregos nascem, assim como no século 14, quando o veículo nasceu. Novos empregos para atender às novas necessidades.

E é que, embora pareça algo insignificante, a chave está nas necessidades. Com o surgimento de novos métodos e novas maneiras de fazer as coisas, novas necessidades também estão surgindo. Lembremos os princípios econômicos, bem como a lei da escassez; um princípio no qual a quantidade ilimitada de necessidades humanas é afirmada. Bem, essas necessidades vão se transformando com o tempo e, acredite ou não, o ser humano, em 50 anos, terá novas necessidades que, agora, lhe faltam. Novas necessidades que não só darão origem a novos bens, mas também a novos serviços.

A especialização é a chave

O ser humano é muito menos dispensável do que pensamos. Neste momento, mesmo que não percebamos, a inteligência artificial, a robótica, a própria tecnologia, é desenvolvida, fabricada, treinada e projetada por pessoas. Sem pessoas, o desenvolvimento desses avanços tecnológicos não poderia ocorrer. Agora, como em tudo, esses tipos de atividades, mais desenvolvidas, específicas e profissionalizadas, não são as atividades comuns a que estamos acostumados. Mas para se ter uma ideia simples, e voltando ao exemplo da indústria automotiva, com o surgimento de motores, mecânicos, fabricantes de rodas, motores, chips, assim como também surgiram os componentes que compõem um veículo.

Um grande número de empregos que, com o cavalo e as carruagens, não existiam. Embora tenha implicado maior especialização, além de maior qualificação, o surgimento do que, a priori, era uma ameaça, com o tempo acabou gerando riqueza, empregos e um conhecimento muito amplo; bem como negócios alternativos que, a priori, eram impensáveis ​​de realizar com uma carruagem. Também esportes, onde temos atletas muito bons que, de uma forma ou de outra, estão relacionados ao motor e, por sua vez, geram riqueza e empregos indiretos. Portanto, reitero, o nascimento de uma ameaça, bem aproveitada, pode ser uma oportunidade.

E é que, seja qual for o setor que formos, sempre acontece a mesma coisa. Nem as máquinas eliminaram os médicos, nem os robôs eliminaram a mecânica, e os programas de gerenciamento de ERP não eliminaram os economistas. A automação pode acabar com aqueles trabalhos que, até agora, não tinham um alto valor agregado. Porém, naqueles trabalhos de alto valor agregado, a automação nada mais é do que um auxiliar de tarefas; um auxílio que foi criado com o objetivo de facilitar a prática de trabalho para o ser humano e acabar com os aspectos mais prejudiciais do dia a dia, aqueles que sofreram um maior desgaste físico e que podem ser realizados por meio de uma máquina. O desenvolvimento tecnológico é uma ameaça ao emprego precário, fisicamente falando. Porém, se falamos de um trabalho de maior valor agregado, a automação é um novo negócio em que tudo ainda está por ser descoberto. Cientistas da computação, desenvolvedores, engenheiros, designers industriais são trabalhos que não foram totalmente desenvolvidos até o nascimento da ciência da computação. Empregos que, com o desenvolvimento, foram adquirindo cada vez mais funções, até que a especialização os levou a criar novos empregos que, até agora, eram impensáveis. Tudo depende da perspectiva da qual você olha, mas o que agora pode parecer uma ameaça pode acabar sendo uma oportunidade; Portanto, junte-se à mudança e encontre seu lugar nela.