A Grande Recessão é o nome dado ao período de crise econômica que teve origem na bolha hipotecária de 2008. Essa repercussão na economia global se estendeu até aproximadamente 2009.
Esse episódio da história econômica começou oficialmente nos Estados Unidos em dezembro de 2017, onde o mercado de hipotecas passou de um boom à falência. Sua duração foi até meados de 2009.
Deve-se notar que a Grande Recessão significou a maior crise econômica desde a Grande Depressão. Assim, o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 0,3% em 2008 e 2,8% em 2009. Da mesma forma, o nível de desemprego no norte do país atingiu no máximo 10%.
Em contraste, a Grande Depressão causou uma queda de mais de 10% no PIB dos EUA na década de 1930. Por sua vez, a taxa de desemprego atingiu 25%.
Origens da Grande Recessão
A Grande Recessão teve origem no período posterior ao ataque às Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001. O Sistema da Reserva Federal (FED) baixou sua taxa de referência, a fim de empurrar para baixo as taxas de juros do mercado e evitar uma desaceleração crédito e atividade econômica.
Isso foi acompanhado por uma política do governo dos Estados Unidos de promover a aquisição de casas próprias. Desta forma, a carteira de hipotecas do banco aumentou significativamente.
As entidades financeiras, por sua vez, lançaram novos produtos chamados hipotecas subprime. Estes eram voltados especialmente para clientes de alto risco. Ou seja, a probabilidade de inadimplência era muito alta.
Além disso, as instituições de crédito concederam hipotecas com taxas de juros ajustáveis. Seus adquirentes esperavam que as taxas de juros continuassem baixas, mas o Fed reverteu sua política monetária expansionista entre 2004 e 2006, elevando sua taxa de referência e, portanto, elevando as taxas de juros de mercado. Consequentemente, esses devedores tiveram que enfrentar despesas financeiras (juros) mais elevadas, que não podiam pagar.
Outro ponto importante é que as instituições financeiras passaram a comercializar, em volume sem precedentes, títulos lastreados em suas hipotecas e outros sofisticados derivativos. Assim, uma vez que o mercado hipotecário caiu no final de 2007, também caiu o valor desses produtos financeiros.
Em todo esse contexto, ocorreu a queda das instituições financeiras mais superendividadas, primeiro, o Bear Stearns, em março de 2008. Posteriormente, o marco da falência do Lehman Brothers ocorreu em setembro do mesmo ano.
Esta crise, originada no setor financeiro dos Estados Unidos, alastrou-se pelo mundo, afetando principalmente a Europa.
Recuperação da Grande Recessão
O Federal Reserve atuou na matéria para iniciar a recuperação frente à Grande Recessão, principalmente, com uma política monetária expansionista agressiva. Com isso, baixou sua taxa de referência para perto de zero, para dar liquidez ao mercado.
Da mesma forma, o Fed aplicou uma medida sem precedentes, conhecida como flexibilização quantitativa. Consistia na compra de instrumentos no mercado financeiro, principalmente, títulos emitidos por empresas e lastreados pelo governo dos Estados Unidos denominados GSE (na sigla em inglês), letras do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas denominados MBS (hipotecas).
Com esse plano, buscou-se ampliar a base monetária e evitar nova queda da atividade econômica.
No entanto, apesar de os EUA e a economia global terem se recuperado a partir de 2009, alguns analistas questionam o fracasso na implementação de grandes reformas no sistema financeiro para evitar crises futuras. Isso, visto que parte da bolha teria se originado porque as instituições financeiras assumiram um risco muito alto em suas operações e, além disso, dizem os críticos, o teriam camuflado ou escondido do sistema.