Paradoxo da poupança - O que é, definição e conceito - 2021

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Paradoxo da poupança - O que é, definição e conceito - 2021
Paradoxo da poupança - O que é, definição e conceito - 2021
Anonim

O paradoxo da poupança, paradoxo da austeridade ou paradoxo da frugalidade, é uma teoria keynesiana que afirma que, em uma recessão econômica, se os indivíduos decidirem economizar mais, eles acabarão economizando menos.

Como pode acontecer que, se alguém decidir economizar mais, economize menos? Parece estranho, mas por isso é um paradoxo. Vale ressaltar que paradoxo é um fato contrário ao que nos parece lógico.

John Maynard Keynes, o criador desse paradoxo, explicou por que esse paradoxo ocorre e contou com seu modelo de demanda agregada para explicá-lo.

Explicação do paradoxo da salvação

Para Keynes, o que ocorre é que com a redução do consumo (C), a atividade econômica (PIB) diminui. Porque isso?

Se os agentes (famílias e empresas) consomem menos, os empresários recebem menos renda. Como recebem menos renda, precisam demitir parte do pessoal e o desemprego aumenta. Ao aumentar o desemprego, as famílias com medo de ficar desempregadas economizam mais no caso de serem demitidas. A destruição do emprego faz com que a renda das famílias diminua porque quando você não tem emprego, geralmente ganha menos dinheiro. As famílias, diante do medo, economizam cada vez mais, fazendo com que cada vez que a renda seja menor e, consequentemente, a economia agregada seja cada vez menor.

Keynes explica seu paradoxo de economizar em casos de recessão econômica. Ou seja, nos casos em que se assume que a renda dos agentes econômicos permanece constante. Isso é o que chamamos em economia de ceteris paribus. Se o investimento (I), o consumo (C) ou outros fatores estão aumentando, o paradoxo não é cumprido.

A fórmula de demanda agregada

Para explicar mais detalhadamente por que esse fato ocorre, segundo Keynes, devemos conhecer a fórmula da demanda agregada (AD). O modelo keynesiano afirma o seguinte:

DA = C + I + G + (X - M)

Onde:

  • DA = Demanda agregada
  • C = Consumo total dos agentes econômicos
  • I = Investimentos feitos por empresas
  • G = Gastos públicos
  • X = Exportações do país
  • M = Importações do país

A chave fundamental para este paradoxo é encontrada no consumo (C). Por quê? Porque se economizarmos não consumimos. Ou seja, tudo o que dedicamos à economia não dedicamos ao consumo.

Para simplificar ainda mais a explicação, diremos que a demanda agregada (AD) é uma referência à renda total da economia. Nesse sentido, produto interno bruto (PIB) e demanda agregada (AD) são iguais.

Exemplo do paradoxo da economia

Como talvez tudo isso do paradoxo da poupança pareça complicado e um pouco abstrato, vamos ver um exemplo com números. Suponha as seguintes variáveis:

  • C = 80
  • I = 10
  • G = 10
  • X = 5
  • M = 5

PIB = 80 + 10 + 10 + (5 - 5) = 100

Ou seja, o PIB ou DA é igual a 100 unidades monetárias.

A renda familiar é o total de consumo (C) e poupança (S). Nesta economia vamos estabelecer a seguinte relação:

Renda familiar = C + S

Se somarmos tudo o que consumimos e tudo o que economizamos, temos, em suma, a receita total que obtemos. Digamos que a economia (S) seja 20.

Renda familiar = 80 + 20 = 100

Agora vamos verificar o efeito ceteris paribus de indivíduos que decidem economizar mais. Em vez de economizar 20, decidem economizar 30. Consequentemente, passam de consumir 80 a 70. Assim, se quiserem economizar mais, terão que consumir menos. O que acontece quando o consumo (C) é reduzido? Vamos ver:

  • Consumo de 80 unidades monetárias

PIB = 80 + 10 + 10 + (5 - 5) = 100

  • Consumo de 70 unidades monetárias

PIB = 70 + 10 + 10 + (5 - 5) = 90

Como podemos ver na fórmula, se todas as outras variáveis ​​(investimento, gasto público, exportações e importações) permanecerem no mesmo nível e o consumo for reduzido devido ao aumento da poupança, o que ocorre é que o PIB cai de 100 para 90 moedas. unidades.

Críticas ao paradoxo da economia

É muito importante entender que o fato de Keynes, um grande economista, ter estabelecido esse paradoxo não precisa indicar que necessariamente deva ser assim. Lembremo-nos de que estamos diante de um suposto ceteris paribus.

No exemplo anterior, vimos como a atividade econômica é reduzida de 100 para 90 devido à redução do consumo. Porém, podemos supor que, como a atividade no país está diminuindo, o empresário pensa em vender seu produto para o exterior (exportação).

Se as exportações líquidas (X - M) aumentassem em 10. Então o PIB permaneceria constante e, em termos gerais, esse paradoxo não ocorreria.

Outra crítica a essa teoria keynesiana vem daqueles que afirmam que economizar não é ruim. Se os agentes econômicos economizarem agora, a atividade pode ser reduzida. Porém, no longo prazo, toda essa economia pode ser utilizada para consumo ou investimento, o que produziria um maior incremento da atividade econômica.