A situação que vive a Argentina nos últimos meses não é desejável para nenhum país. Um déficit fiscal excessivo, a taxa de câmbio caindo sem parar e a latente falta de competitividade exigiram a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). A agência resgatou o país com uma ajuda de 50 bilhões de dólares. Como se isso não bastasse, o presidente Macri vai aumentar os preços do gás, eletricidade e transporte público em 2019.
Junto com tudo isso, a inflação é uma verdadeira dor de cabeça para a Argentina. Em níveis acima de 30%, o poder de compra dos argentinos é reduzido implacavelmente. As perspectivas do FMI indicam que a inflação deve ser reduzida, porém, as medidas adotadas não supõem um futuro promissor para a economia do país.
Macri sobe preço do gás, eletricidade e transporte público
O governo argentino, liderado por Mauricio Macri, vai elevar em 35% o preço do gás e da eletricidade para residências e pequenas empresas. Como se não bastasse, as passagens do transporte público urbano vão subir apenas em Buenos Aires, em média, 40%.
O aumento de preço deve entrar em vigor nos primeiros quatro meses do ano. Ou seja, entre janeiro e abril. O motivo, apontam alguns analistas, é evitar que o descontentamento social corroa o resultado das eleições presidenciais (outubro de 2019).
Além do exposto, o Governo pretende continuar com os seus planos de aumento de preços e redução da ajuda. Não só pela necessidade do país de equilibrar seu balanço, mas porque o FMI também vai exigir isso.
Qual será o efeito da alta dos preços na economia argentina?
Sem dúvida, a situação na Argentina não pode ser resolvida em pouco tempo. O déficit fiscal é estrutural. De fato, se analisarmos os últimos 57 anos, em 53 deles houve déficit fiscal. Ou seja, apenas em 5 desses anos as contas públicas argentinas registraram mais ganhos do que perdas.
Como já indicamos no artigo: "Que razões colocaram a Argentina à beira do colapso econômico?" os motivos que levaram o país a essa situação são muitos e complexos.
Corrupção, medidas políticas ineficazes e problemas estruturais que resultam de anos anteriores. A solução não é fácil, pois deve atacar várias frentes e de vários campos. O que é certo, economicamente falando, é que aumentar os preços em um ambiente inflacionário não costuma ser a melhor opção.
Os preços crescentes de energia e transporte, especialmente para famílias e pequenas empresas, provavelmente afetarão negativamente o crescimento econômico. E o que é pior, a alta recairá, justamente, sobre quem tem menos margem de manobra.
Tudo o que está dito, há que dizer que, seria um erro grosseiro atribuir ao actual Governo toda a culpa pelos males do país. Nem a favor nem contra, a Argentina deve analisar o passado e o presente. Só assim você terá um futuro promissor.