Ultimato de Fridman ao DIA

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Anonim

Parece que a situação complicada pela qual o DIA está passando fica com apenas uma opção: aceitar a oferta de aquisição de Mikhail Fridman. A posição da empresa é tão desesperadora que a outra alternativa seria trágica, pois envolveria a falência.

A atitude precipitada da DIA não é novidade, já que no ano passado a situação atual foi antecipada e em outubro o valor de suas ações despencou. Em nosso artigo "As chaves para o colapso do DIA na bolsa de valores" revelamos que tudo isso se deveu a uma queda acentuada nas receitas de vendas, já que boa parte de seus negócios se desenvolveram em países como Argentina e Brasil, que estavam em tempos muito econômicos, às vezes difíceis.

Assim, perante um cenário pouco animador, o DIA emitiu um “alerta de lucros”, segundo o qual anunciou uma quebra dos lucros e uma suspensão dos dividendos.

Tudo isso deixou o grupo LetterOne, liderado pelo magnante russo Mikhail Fridman, como o candidato a assumir o controle da empresa. Já em fevereiro, a LetterOne levantou sua oferta pública, para a qual é necessária a aprovação dos acionistas da DIA. Recorde-se as duas condições que devem ser satisfeitas: os aumentos de capital não devem ser realizados antes da conclusão da OPA e devem dar a sua aprovação acionistas que representem pelo menos 35,5% do capital.

Sem alternativas

Parece que o DIA está entre uma rocha e um lugar duro. Você só tem duas opções: aceitar a oferta pública de aquisição proposta por Mikhail Fridman ou enfrentar um processo de falência. As jogadas no sentido horário contra o DIA e a oferta de Fridman só serão válidas até 30 de abril.

A situação financeira da empresa é terrivelmente delicada e ela não seria capaz de lidar com os problemas de liquidez sozinha. A prova da situação financeira crítica da empresa é que se encontra em situação de falência, uma vez que o seu património líquido é negativo em 166 milhões de euros. Para dificultar ainda mais a empresa, os vencimentos de títulos e dívidas financeiras estão cada vez mais próximos e o DIA precisa de recursos para enfrentar suas dívidas a tempo.

O refinanciamento dos 1.400 milhões de euros em dívida é praticamente impossível para o DIA. Só o magnata russo parece ter os recursos necessários para levar a cabo o essencial aumento de capital de 500 milhões de euros que planeja para a DIA. E o fato é que o aumento de capital é necessário para proporcionar à empresa um colchão de recursos próprios com o qual possa honrar suas dívidas.

Caso os acionistas se recusem a aceitar a oferta da Fridman, a distribuidora espanhola pode não chegar a tempo de honrar seus compromissos de dívida. Este seria o pior cenário possível, uma vez que o DIA não teria o tempo e a liquidez necessários, o que levaria à falência. O fim da empresa seria um evento muito difícil para seus acionistas, bem como para os funcionários da empresa.

Os acionistas devem decidir

Como dissemos antes, a proposta de Fridman é a única opção que o DIA tem sobre a mesa. O conselho de administração do DIA, que exerce as funções de gestão, representação e administração da empresa, carece de poder de decisão. Porém, como órgão técnico da empresa, esses gestores já se manifestaram por meio de relatório, recomendando que aceitem a oferta de 67 centavos por ação da Fridman.

Pelo contrário, a posição dos acionistas que, como proprietários, detêm o verdadeiro poder de decisão, é muito diferente. Assim, apenas 3,3% do capital está de acordo com a oferta pública lançada pela LetterOne. A razão disso é que os acionistas consideram insuficientes os 0,67 euros por ação oferecidos pela Fridman. Aparentemente, o magnata russo usou um regulamento com o qual poderia lançar uma oferta pública de aquisição a um preço inferior ao que pagou pelas ações que comprou nos 12 meses anteriores.

O tempo está se esgotando, a oferta de Fridman parece ser a única opção que garante a sobrevivência do DIA e o vencimento da dívida se aproxima. Será o fim do DIA? Fridman assumirá o controle da empresa? Apenas os acionistas têm a resposta.