Argentina aposta na bolsa para evitar saída maciça de capitais

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Argentina aposta na bolsa para evitar saída maciça de capitais
Argentina aposta na bolsa para evitar saída maciça de capitais
Anonim

Tentando evitar uma saída maciça de capital, o governo argentino optou por estabelecer um estoque de moeda estrangeira.

Os investidores olham para a Argentina com preocupação e desconfiança. A situação econômica que atravessa o país não o torna o lugar mais atraente para se investir. Assim, o país parece estar caminhando para a falência. O peso perde valor em relação ao dólar norte-americano a tal ponto que o Banco Central da Argentina teve que intervir por meio de uma grande injeção de recursos.

Maior risco do país

A Argentina, tentando ganhar oxigênio em meio a uma situação difícil, tentou renegociar suas dívidas com os credores. Para isso, o governo argentino pede o adiamento do reembolso do empréstimo de 55 bilhões de dólares que recebeu do Fundo Monetário Internacional. Além de buscarem prazos de pagamento mais longos com o FMI, o vencimento dos títulos argentinos também foi prorrogado.

Todas essas medidas não têm sido bem recebidas pelos investidores, que veem a Argentina como um lugar inseguro para seus investimentos. Nesse sentido, é importante destacar que os fundos de investimento deixaram o país em massa. E o fato é que os investidores sempre prestam atenção ao risco-país, que se reflete no chamado prêmio de risco. O risco-país está relacionado às suas operações financeiras internacionais e, portanto, afeta os investimentos recebidos do exterior. Assim, quanto maior o risco-país, maior o prêmio de risco. Prova disso é que, desde 2005, a Argentina não teve que enfrentar um risco país tão elevado.

Ações cambiais para evitar saídas maciças de capital

A consequência das circunstâncias econômicas adversas que a Argentina está sofrendo é a saída maciça de capitais. Estamos falando da queda das reservas argentinas de 10 bilhões de dólares em pouco mais de três semanas. Por isso, as autoridades argentinas estabeleceram uma série de limitações monetárias.

Precedentes: as ações da bolsa

Não é a primeira vez que se impõe controle sobre a compra de moeda estrangeira na Argentina. Na verdade, já existem precedentes, como aconteceu em 2011 com as chamadas ações em bolsa. Ao impor limitações à compra de dólares norte-americanos, o objetivo era evitar a desvalorização do peso argentino.

No entanto, essa medida pode gerar uma série de desvantagens. O problema de estabelecer estoques de câmbio envolve gerar diferentes taxas de câmbio: uma oficial e outra nos mercados alternativos (na rua). Naquela época, os argentinos sofriam controles cambiais significativos, sendo obrigados a solicitar licenças para comprar moeda estrangeira e pagar uma taxa extra para realizar compras com cartão em países estrangeiros.

Escopo das restrições de câmbio

Mas quais são esses tipos de restrições monetárias?

  • As empresas exportadoras não podem acumular dólares americanos. Para isso, terão cinco dias a partir do momento da coleta para trocá-los por pesos argentinos. Esse prazo será de 180 dias se for feito em conexão com o visto de embarque.
  • Não há limites de moeda para importações.
  • As empresas argentinas não poderão adquirir dólares norte-americanos para saldar suas dívidas antecipadamente.
  • Os cidadãos argentinos podem retirar os dólares que depositaram em suas contas. No entanto, existem restrições para compras e transferências acima de US $ 10.000 por mês. No caso de fazer compras superiores a 10.000 dólares, será necessária a autorização correspondente.

No entanto, embora existam restrições monetárias, nenhum tipo de barreira foi estabelecida para o comércio exterior ou o fluxo de pessoas. Enquanto isso, várias questões pairam sobre a economia argentina. As saídas de capital irão parar? As duras consequências da taxa de câmbio de 2011 se repetirão? A Argentina vai recuperar a confiança do investidor?