As chaves para o IPO da Aramco, a empresa mais lucrativa do mundo

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As chaves para o IPO da Aramco, a empresa mais lucrativa do mundo
As chaves para o IPO da Aramco, a empresa mais lucrativa do mundo
Anonim

O IPO da Aramco marca o desembarque nos mercados da empresa com os maiores lucros do mundo. É um colosso cujo valor supera o de gigantes como Microsoft e Apple.

A saudita Aramco é uma petrolífera estatal poderosa que produz cerca de 10% do petróleo mundial. O seu desembarque na Bolsa de Valores é um passo importante na história da empresa, sem esquecer que se trata de uma opção de investimento mais do que marcante. Prova disso é que agências de classificação como Moody's e Fitch a avaliam como a empresa com os maiores lucros do mundo.

Planos para IPO

A chegada da Aramco aos mercados começou há cerca de três anos, quando o príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salmán divulgou sua intenção de vender 5% da empresa. Seguindo as medidas adequadas para abrir o capital, a Aramco recebeu a aprovação da Autoridade do Mercado de Capitais, que funciona como um órgão regulador.

O primeiro passo para o desembarque da Aramco na bolsa já foi dado. Assim, a empresa iniciará sua trajetória na bolsa de valores saudita Tadawul. A possibilidade de aquisição de ações se dará por meio de oferta pública de venda.

Mas quem poderá assistir a esta oferta pública de compra de ações da Aramco? Pois bem, serão os próprios sauditas que poderão adquirir ações da empresa, fundos institucionais, estrangeiros residentes na Arábia Saudita e cidadãos dos países que integram o Conselho de Cooperação do Golfo.

No entanto, o IPO da Aramco na Bolsa de Valores de Tadawul é apenas um primeiro passo, pois espera-se que atinja os mercados internacionais em uma segunda fase. Tudo isso se refletiria com sua estreia em 2021 nas bolsas de valores de Londres, Nova York, Hong Kong e Tóquio.

Pontos fortes da empresa e vantagens para os investidores

Claro, existem muitos argumentos a favor de investir na Aramco. Os números da petrolífera saudita falam por si. Um valor de mercado de cerca de 1,8 trilhão de euros, valor que supera o PIB da Espanha, estimado em 1,2 trilhão de euros. Também o lucro líquido, considerado o maior do mundo (111,1 bilhões de dólares em 2018) é algo que incentiva os investidores.

Mas se os números espetaculares da petroleira não bastam, a própria empresa tem tomado uma série de medidas para atrair novos investidores.

Por se tratar de uma empresa pública, é lógico que muitos pensem que os dividendos são monopolizados em maior medida pelo Estado. Pois bem, nesse caso, o investidor terá prioridade na cobrança de dividendos do Estado. Além disso, o Estado vai renunciar a uma parte significativa dos dividendos, que irão para investidores privados. Tudo isso se reflete no fato de a petroleira garantir aos seus investidores dividendos no valor de 75.000 milhões em 2020, sem descurar os substanciais dividendos que podem ser embolsados ​​por meio de dividendos extraordinários.

Outra circunstância que afeta o petróleo são as variações de preço. Este é um elemento que preocupa todo investidor. Nesse sentido, a Aramco concederá uma série de vantagens aos seus primeiros investidores, que poderão usufruir de dividendos garantidos até 2024, tudo isso independentemente das variações que ocorram no preço do petróleo.

Um aspecto que influencia negativamente a lucratividade de qualquer empresa é o pagamento de impostos. Como resultado, os impostos pagos pela Aramco serão reduzidos.

Ao contrário de outras grandes empresas de petróleo, como Shell ou ExxonMobbil, a Aramco é uma empresa pública. Isso significa que, para a conveniência da Aramco, as modificações nas regras podem ser feitas com mais facilidade.

Riscos

No entanto, todo investimento, mesmo em uma empresa como a Aramco, tem seus riscos. Em primeiro lugar, deve ser explicitado com maior transparência o tipo de relação que a empresa pública mantém com o Estado.

Um segundo risco para avaliar negativamente é o interesse minguante ao investir em combustíveis fósseis. Com desafios como o aquecimento global, cada vez mais investidores estão optando por energias renováveis ​​em vez do petróleo.

Por fim, é necessário levar em consideração os riscos estratégicos da própria Aramco. E, todo investidor sensato busca investir em áreas geográficas não conflitantes. Lembremos que as refinarias da Aramco foram atacadas com drones em setembro passado, causando uma interrupção de 50% da produção de petróleo. No entanto, deve-se observar que a Aramco foi capaz de resolver o problema rapidamente e continuou atendendo seus clientes.