Pequenos bancos espanhóis são mais solventes do que grandes bancos europeus

Anonim

Os mais recentes "testes de estresse" realizados em grandes bancos europeus não têm servido para trazer tranquilidade ao setor financeiro, pelo contrário. Apesar de quase todos os bancos aprovarem os níveis de solvência, o mercado pensa que não basta e tem castigado com fortes quedas na bolsa. Não é o caso do pequeno banco especializado espanhol, que apresenta índices de solvência muito mais elevados.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, por sua sigla em Inglês) publicou no final do mês passado os resultados do teste realizado em 2016 às 51 maiores instituições financeiras da Europa, no qual foi medida a capacidade de resistir a uma hipotética crise financeira nos próximos três anos.

Embora nenhum mínimo tenha sido estabelecido para passar no teste, tanto o Banco Central Europeu (BCE) quanto os analistas esperavam que as instituições financeiras, para manter sua solvência, obtivessem um índice de capital (CET1) superior a 5,5% com base em seus ativos Ponderados de acordo com o seu risco em 2018, uma vez que foram assumidas as perdas potenciais que incorreriam num cenário adverso desenhado pela EBA.

O banco espanhol passou nos testes, embora com posições diferentes. O BFA Bankia obteve o melhor resultado, com 9,6%, face a 6,62% do Banco Popular, que detinha a pior posição entre os bancos espanhóis.

Esses dados contrastam com os do pequeno banco especializado, que na Espanha está muito melhor posicionado se levarmos em consideração os índices de solvência. De acordo com os dados das próprias entidades, o banco com melhor índice de solvência na Espanha é o Banco Mediolanum, com 41,38% do Core EquityTier 1 (CET1), longe do melhor resultado dos grandes bancos (9,6% do Bankia). O Banco Mediolanum é seguido pelo Banco Cooperativo Español-Caja Rural, com um rácio de 20,39%, o Banca March, com uma solvência de 19,20% e o Renta 4 com 14,78%.

Um dos motivos pelos quais essas entidades apresentam melhores índices de solvência é o fato de serem mais especializadas no setor de produtos de investimento. Como resultado, sua exposição ao risco de crédito, especialmente ao risco imobiliário, tem sido muito baixa nos últimos anos.

No resto da Europa, os piores desempregados foram os bancos de Portugal e da Itália, sendo o banco italiano Monte de Paschi o que obteve os piores resultados.