Ouro valoriza graças a compras de bancos centrais

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Anonim

O ouro sempre foi considerado um ativo seguro, pois é um porto seguro quando a economia está passando por tempos difíceis. A turbulência política e econômica fez com que o metal precioso valorizasse 25% desde outubro de 2018.

Que as compras de ouro aumentaram por bancos centrais e famílias (como na Alemanha) é um fato inegável. A explicação para o aumento das compras de ouro é explicada pelo atual contexto político e econômico.

Ouro, um valor de refúgio em tempos difíceis

Assim, a origem está na guerra comercial entre China e Estados Unidos, sem esquecer a guerra cambial e as taxas de juros negativas, o risco de uma recessão ou eventos políticos como o Brexit. Estamos, portanto, diante de uma série de eventos de evolução imprevisível que fazem com que muitos optem pelo ouro, valor seguro que é sinônimo de solvência.

Há quem até veja a rentabilidade do ouro mais atrativa, já que mais de 15 trilhões de dólares em dívida tiveram rentabilidade negativa. A dívida pública já não é tão atrativa ou segura, como no caso do título alemão, que oferece rentabilidade negativa em 30 anos. Tudo isso significa que os investidores não encontram opções mais atraentes do que ouro.

Outro dado que fala a favor da lucratividade do ouro é que ela cresceu 19% neste ano, o que é mais que o dobro do índice da bolsa alemã DAX. Portanto, muitos optaram por concentrar suas carteiras de investimento em metais preciosos.

Reduza a dependência do dólar

Um elemento importante a ser considerado é a fraqueza do dólar americano. Como o ouro é referenciado em dólares, uma queda na moeda americana leva a um aumento no valor do ouro. Portanto, teremos que estar atentos aos movimentos do Federal Reserve, já que o presidente Trump insiste na desvalorização do dólar. Também não devemos esquecer que o dólar não é mais a grande referência como valor porto seguro.

Precisamente por causa da fraqueza do dólar, os bancos centrais aumentaram suas compras de ouro enquanto se desfaziam de suas reservas em dólares americanos. Ao se desfazer de parte de suas reservas em dólares e adquirir ouro, os bancos centrais estão optando por uma estratégia de diversificação, o que contribui claramente para reduzir a exposição ao risco.

Em relação ao dólar, dois países se destacam pelas importantes compras de ouro que vêm realizando. É sobre a Rússia e a China, que buscam reduzir sua dependência da moeda norte-americana, fato sobre o qual alertamos em nosso artigo "Por que a Rússia está comprando ouro em massa?"

Mudança de tendência nos bancos centrais

A mudança de posição dos bancos centrais em relação ao ouro é significativa, especialmente na Europa. Assim, desde 1999, o Banco Central Europeu e os vários bancos centrais de vários países europeus despejaram boa parte das suas reservas de ouro. No entanto, as circunstâncias mudaram totalmente e, uma vez que este acordo seja finalizado, cada banco central poderá agir de forma independente.

É importante destacar que, com seus movimentos, os bancos centrais estão impulsionando a valorização do ouro, que já neste mês de agosto está acima dos 1.500 dólares a onça. E é que o ouro não tem sido tão procurado desde que em 1971 o presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro.

Mas quando começou o interesse dos bancos centrais em aumentar suas reservas de ouro? A resposta pode ser encontrada em 2018, quando os bancos centrais decidiram aumentar suas reservas de ouro. A partir deste momento, o ouro recuperou o seu grande valor estratégico, com as compras de ouro a aumentar 74% face a 2017. Há quem até acredite que para 2019 as compras de ouro vão continuar, ultrapassando as 651,5 toneladas de ouro compradas em 2018.

É claro que o aumento da demanda por ouro pelos bancos centrais contribuiu para aumentar o valor do metal precioso. Agora, o valor do ouro continuará aumentando? As perspectivas para o ouro parecem boas e as previsões indicam que seu valor continuará a aumentar. Porém, ninguém sabe o que vai acontecer e tudo depende da evolução da situação política e econômica.