Bitcoin: a moeda que mais consome energia que a Argentina

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Bitcoin: a moeda que mais consome energia que a Argentina
Bitcoin: a moeda que mais consome energia que a Argentina
Anonim

O desembarque do Bitcoin em 2009 foi tão polêmico quanto interessante para a economia. Porém, suas consequências vão além do econômico, pois agora transcendem o nível ambiental. E é que, pelos dados que se observam, teme-se que o Bitcoin possa ser uma grande fonte de contaminação.

Com a introdução do Bitcoin, entre outras coisas, pretendia-se poder realizar transações sem exigir os serviços de intermediários financeiros. Para isso, a criptomoeda usou a tecnologia blockchain. Esta tecnologia permite um grande número de transações a qualquer hora e em condições seguras.

No entanto, essa mesma tecnologia, segundo dados da Universidade de Cambridge, consome energia excedente. Consumo de energia que, pelos dados observados, pode ameaçar o meio ambiente. Porém se analisarmos com atenção veremos como grande parte da energia utilizada é renovável, devido à busca por energia com custos reduzidos para poder minerar.

Os "mineiros" de Bitcoin

"Devido à energia que requer, o Bitcoin pode se posicionar no nível das trinta nações com o maior consumo de energia."

Para gerenciar tal quantidade de informações, é necessário recorrer à chamada “mineração”. Em outras palavras, são necessários computadores conectados à rede de criptomoedas, que validam um volume colossal de transações.

Manter esses computadores constantemente conectados implica em um consumo de energia muito alto. Esses computadores podem registrar números de consumo tão exorbitantes que podem até igualar ou ultrapassar países como a Suíça, Finlândia ou Argentina.

Além disso, devido à energia que requer, o Bitcoin pode se posicionar no nível das trinta nações com maior consumo de energia. Pois bem, de acordo com dados disponibilizados pelo Center for Alternative Finance da Universidade de Cambridge, estamos a falar de um ativo que, em consumo de energia, ultrapassa os 3 países mencionados.

No entanto, muitos de seus defensores mostram que, no caso do Bitcoin, para a obtenção de energia elétrica, as fontes renováveis ​​de energia são utilizadas em maior escala. Um exemplo claro é o caso da China, onde os chamados “garimpeiros” utilizam energia hidráulica de barragens. Conseqüentemente, em certas áreas do país as instalações dos "mineiros" proliferaram.

Apesar de tudo, a polêmica continua em cima da mesa, já que ambientalistas consideram que, apesar de o uso de fontes renováveis ​​de energia ser majoritário, o consumo de energia dessa moeda é muito alto.

Um consumo exorbitante de energia

"Os especialistas argumentam que a criptomoeda é totalmente ineficiente em termos de energia."

Como sabemos, esses enormes computadores que permanecem permanentemente operacionais requerem uma enorme quantidade de energia elétrica. Em números, isso é especificado em 121,36 terawatts-hora ao longo de um ano.

O Bitcoin tem apresentado uma trajetória ascendente nos últimos meses, o que também levou a um aumento no número de mineradores. Em suma, o aumento do valor do Bitcoin traz consigo uma maior demanda por energia.

Tudo isso tem gerado grande preocupação do ponto de vista ambiental, pois quanto maior o número de garimpeiros, maior o consumo de energia e maiores os danos ao meio ambiente. Este é o grande argumento dos mais críticos do Bitcoin, que argumentam que a criptomoeda é totalmente ineficiente do ponto de vista energético.

Mas, em que medida esse aumento no número de mineiros pode ser prejudicial? Pois bem, se olharmos um estudo publicado na Nature Climate Change, estima-se que em 2017 as emissões de poluentes atingiram 69 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Indo um passo adiante, os efeitos sobre o aquecimento global poderiam ser ainda maiores se o mundo usasse o Bitcoin como meio de pagamento. Nesse caso hipotético, a temperatura mundial aumentaria mais de 2ºC em um período de 22 anos. Um sinal de que, embora seja um valor que espera ser utilizado em um futuro próximo, necessita de novos métodos se quiser ter um futuro neste novo cenário sustentável.

Meio ambiente e criptomoedas

"Há quem diga que o consumo de energia poderia dobrar se todas as criptomoedas fossem levadas em consideração e não, como é feito agora, apenas o Bitcoin."

É importante notar que o Bitcoin não é a única criptomoeda, mas que existe um grande número de criptomoedas, enquanto novas surgem constantemente. Por isso, de fato, há quem afirme que o consumo de energia poderia dobrar se todas as criptomoedas fossem levadas em consideração e não, como é feito agora, apenas o Bitcoin.

Porém, nessa grande polêmica sobre o Bitcoin e a poluição também há quem mantenha uma postura menos alarmista. Nesse sentido, afirmam que, como as energias renováveis ​​são mais eficientes e econômicas, e quando os garimpeiros usam grandes quantidades de fontes renováveis, a poluição é menor. Mas, como dissemos antes, essas reivindicações são discutíveis.

Seja como for, e mais uma vez, as criptomoedas estão mais uma vez no centro da controvérsia. Como sabemos, há um debate constante entre as vantagens e desvantagens das criptomoedas. Desde o seu uso até o próprio funcionamento da criptomoeda, o Bitcoin apresentou inúmeros debates que ainda estão pendentes de resolução. Enquanto isso, e como acontece com sua regulamentação, a mineração de Bitcoin continua a aumentar, enquanto a demanda por energia continua a aumentar. Tudo isso, ao mesmo tempo em que cresce a preocupação da sociedade, na medida em que as consequências ambientais são mais possíveis.