Argentina emite um novo título de 100 anos aproveitando as baixas taxas de juros

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Argentina emite um novo título de 100 anos aproveitando as baixas taxas de juros
Argentina emite um novo título de 100 anos aproveitando as baixas taxas de juros
Anonim

A Argentina emitirá títulos de 100 anos com retornos atraentes, obtendo assim um bom financiamento de longo prazo. Os calotes da Argentina sobre a dívida soberana lançam dúvidas sobre a confiança dos investidores.

Como comentaram no filme "A grande aposta", título de dívida é algo que um pai compra quando seu filho é pequeno, para que quando o filho for adulto, ele possa obtê-lo com pequenos retornos.

Aparentemente, a Argentina deve ter pensado assim, pois anunciou a emissão de títulos de dívida soberana com vencimento em 100 anos. Bônus que não só o pai terá de pagar, mas também seu filho e neto.

A Argentina não é o primeiro país a emitir títulos desse tipo, países como Irlanda, Reino Unido ou México já emitiram títulos desse tipo. A Argentina aderiu a essa prática depois de ficar 15 anos isolada dos mercados internacionais devido à inadimplência de sua dívida soberana com os credores.

Muitos detalhes da operação ainda não foram transmitidos, nem sobre como serão esses títulos ou como serão feitos, no momento a informação que temos é que os bancos HSBC, Citibank, Santander e Nomura são os responsáveis ​​pela colocação da emissão do estas obrigações, de forma a obter 3.000 milhões de dólares (2.686 milhões de euros) de financiamento e que a rentabilidade esperada ronda os 8,25%.

Ao que parece, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda argentino, cabem aos próprios bancos a colocação da emissão dos títulos, que alertam o governo de que a emissão desses títulos seria uma opção acertada, pois obteria o financiamento esperado e os prazos de amortização são muito mais flexíveis e adaptáveis, reduzindo assim a possibilidade de um novo cenário de default, fato que faria com que o investidor recuperasse, em parte, a confiança no governo argentino.

Um retorno atraente em um ambiente de baixos retornos em renda fixa

Como comentamos, muitos detalhes sobre esta operação de títulos ainda são desconhecidos e em que a Argentina embarcou pela primeira vez, após 15 anos sem emitir dívida soberana devido aos 6 inadimplências que cometeu nos últimos 100 anos, que afetaram muito negativamente confiança dos investidores quanto à solvência do país.

Atualmente, a rentabilidade dos títulos argentinos está entre as maiores do mundo. Cabe acrescentar que a rentabilidade oferecida pelo título argentino com vencimento em 2046 é de 7%, valor que reflete o custo do financiamento da Argentina.

Mas se para alguns o título com vencimento em 2046 oferecia um rendimento muito atraente, o novo título centenário já está no topo dos títulos argentinos, oferecendo um rendimento de 8,75%, valor que tem despertado o interesse de muitos investidores de longo prazo, que procuram investir em ativos de muito longo prazo, mas com um retorno atraente.

Atualmente, estamos em um cenário em que os rendimentos de títulos da dívida pública, como os europeus, oferecem rentabilidade muito baixa, senão negativa. Isso faz com que o título de 100 anos que a Argentina pretende emitir chame a atenção dos investidores de renda fixa, já que oferece um rendimento difícil de encontrar em títulos soberanos.

É verdade que o risco que a Argentina corre, depois de ter sofrido uma fase de inadimplência de seus credores, é maior, mas pode-se dizer que as empresas de rating viram esta questão com bons olhos, colocando suas classificações de crédito em uma faixa média.

A agência de rating Moody's atribuiu à Argentina um rating de longo prazo de 'B3' com perspectiva muito positiva, enquanto seu concorrente, Standard & Poor's, atribuiu rating 'B' com perspectiva estável, um rating muito semelhante. ao qual a outra importante agência de classificação, a Fitch, fez.

Essas avaliações das três mais importantes empresas de classificação de crédito não deixaram ninguém indiferente e colocaram os olhos dos investidores no novo título argentino, um título que, segundo as agências de classificação, não parece tão ruim como comentaram alguns investidores. emissão é conhecida.

Devido às baixas taxas que apresentam os títulos de dívida soberana, já existem muitos fundos de investimento, entidades financeiras e investidores interessados ​​em adquirir estes títulos, um acontecimento esperado após se tornarem conhecidos como os principais títulos da dívida pública continuarão a descer.

Este cenário deixou a Argentina sozinha no centro das atenções e embora a evolução deste novo ativo financeiro seja desconhecida com certeza, sabemos que já existem muitos investidores que incluirão este título centenário em suas carteiras.