Depois de um mês de dezembro difícil de esquecer, a gigante americana Apple reduz sua previsão de faturamento. A americana, a segunda por capitalização de mercado, caiu 9,96% após anunciar um alerta de lucros. Ou seja, depois de reduzir sua previsão de receita. Com isso, 10% acumula quedas de 40% no último trimestre.
Os analistas esperavam que a fabricante do iPhone atingisse uma receita próxima a US $ 91,3 bilhões no último trimestre de 2018. No entanto, em sua carta aos investidores, Tim Cook deixou claro que suas previsões giram em torno de 84.000 milhões de dólares.
Isso representa uma redução de 8% no faturamento esperado pelos analistas. Algumas fontes indicam que isso se deve à desaceleração da China e à guerra comercial. Por outro lado, outros indicam que isso se deve a uma má política de preços da Apple.
A desaceleração da China e a guerra comercial
As ações americanas não tinham um dezembro tão ruim desde 1931. O que significa que as notícias da Apple não são um evento isolado. E, além disso, a empresa não tinha um ano comercial tão ruim desde 2008.
De alguma forma, as tensões decorrentes da guerra comercial estão começando a se fazer sentir na economia norte-americana. Ou talvez seja apenas uma consequência lógica de que as empresas não podem exceder as expectativas para sempre. Após 10 anos de mercado em alta, estava claro que eventos desse tipo estavam por vir.
Em todo caso, lógico ou não, o que fica claro é que a China está desacelerando seu crescimento econômico. Os últimos dados publicados sobre a produção industrial (PMI) refletem este fato:
No último trimestre, a produção industrial da China registrou dados abaixo do esperado. Chegando no último dado, o de dezembro, cair abaixo da barreira dos 50. Algo que indica que o setor para de crescer para começar a diminuir.
A desaceleração na China, aliada a uma guerra comercial que não acabou, constituem um terreno fértil para a redução de receitas de todas as empresas que têm parte de seus negócios na China.
Política de preços errada?
Independentemente dos dados econômicos mencionados pelo CEO da Apple, Tim Cook, a política de preços da Apple pode não ser a melhor. Há apenas três anos, o modelo do iPhone com as melhores funcionalidades rondava os 850 euros (iPhone 6s plus). No entanto, agora chega a 1.150 euros (iPhone Xs).
Em contraste, muitos usuários indicam que as melhorias nos terminais têm sido bastante escassas. Para justificar um aumento de 35% no preço dos iPhones, seria necessário exigir uma melhoria em benefícios semelhantes. Algo que parece não ter sido o caso.
A Apple não é apenas uma empresa que fabrica terminais móveis e os vende. A Apple representa uma marca, um status. Muitos usuários se declaram incondicionais à Apple. É claro que, ao mesmo tempo, eles reconhecem que os preços estão começando a ser exorbitantes, uma vez que as melhorias não justificam tal aumento de preços. Embora Tim Cook já tenha dito que deixaria de publicar os dados sobre a venda de telefones celulares, parece estar claro que a Apple atingiu um duro golpe no lançamento de sua última criação: o iPhone Xs.
Tudo isso se refletiu em uma queda de 40% na bolsa de valores no último trimestre. As ações da Apple passaram de 230 euros para 140. Conforme refletido no gráfico da Apple, as expectativas dos investidores caíram drasticamente.
