Dívida externa - O que é, definição e conceito - 2021

A dívida externa é o conjunto de obrigações que um país tem com credores residentes no exterior.

A dívida externa é composta por dívida pública e dívida privada. O primeiro refere-se às dívidas contraídas pelo Estado e suas instituições, enquanto o segundo se refere à dívida contraída por empresas e famílias.

Já os credores no exterior podem ser bancos, governos de outros países ou organizações internacionais que fornecem financiamento, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Origem e efeitos da dívida externa

Vários são os motivos que podem explicar o endividamento externo de um país. Entre esses motivos, encontramos:

  1. Investimentos em infraestrutura ou maquinário: A necessidade de recursos para fazer investimentos em infraestrutura ou maquinários de desenvolvimento produtivo. Por exemplo, os países podem pedir empréstimos para construir estradas, pontes e túneis para reduzir os custos de transporte para as empresas e, assim, promover o crescimento.
  2. Catástrofes naturais: Por exemplo, furacões, terremotos ou incêndios florestais que obrigam o país a reconstruir uma parte significativa de seu território.
  3. Má administração: Pode haver má gestão de entidades públicas e privadas que desperdiçaram recursos em atividades não lucrativas.

Os efeitos da dívida externa dependem dos motivos que a justificam. Desta forma, se a dívida foi utilizada para investimento, terá um efeito positivo, pois permitirá um maior desenvolvimento futuro, o que teria sido impossível sem poder dispor dos recursos rapidamente.

Ao contrário, quando o endividamento é explicado por má gestão, os efeitos podem ser desastrosos. Isso porque a dívida contraída terá que ser paga (mais juros), embora nenhuma nova fonte de receita tenha sido gerada.

Classificação da dívida externa

A dívida externa pode ser classificada de acordo com vários critérios. Aqui estão alguns deles:

  1. Por instrumento de dívida: A dívida pode ser classificada de acordo com o tipo de instrumento utilizado (obrigações, empréstimos, crédito comercial, etc.).
  2. De acordo com o prazo: Curto ou longo prazo.
  3. Por tipo de moeda: Nacional, estrangeiro (geralmente em dólares).
  4. Por taxa de juros: Taxa fixa ou variável.

Exemplo: crise da dívida externa da década de 1980

Um exemplo de endividamento externo com graves consequências para os cidadãos foi o endividamento dos países latino-americanos durante os anos 70-80. A história começa por volta de 1973, onde o preço do petróleo quase quadruplicou, de modo que os países exportadores desse produto passaram a ter grandes lucros.

Os países em desenvolvimento, especialmente os da América Latina, viram nessa abundância de recursos externos a possibilidade de contrair empréstimos a taxas de juros muito baixas e se endividaram com grandes somas de dinheiro. No entanto, esse dinheiro não foi usado para investimentos, mas sim para aplicar políticas expansionistas sem um retorno justificado.

A crise começou em 1979, quando o Federal Reserve dos Estados Unidos decidiu aumentar as taxas de juros para evitar a escalada da inflação. As taxas de juros mais altas e a valorização do dólar levaram a um aumento significativo do valor da dívida dos países em desenvolvimento. Muitas dessas nações não tinham recursos para pagar suas dívidas e, em alguns casos, todos os seus recursos foram usados ​​para pagar juros.

Em 1982, o México declarou que não poderia continuar pagando sua dívida e o medo se espalhou. Assim, a renovação dos créditos foi negada e muitos países ficaram em situação financeira precária.