Nacionalismos perseguem a União Europeia

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Anonim

Desde o nascimento da União Europeia, muitos países têm beneficiado de muitas vantagens. No entanto, a difícil situação econômica e política, somada a um ambiente onde novos discursos nacionalistas e protecionistas estão surgindo, ameaçam o tratado comunitário de forma latente.

Segundo a própria sede europeia, depois do ocorrido na Segunda Guerra Mundial, em busca de trazer a paz e um maior fortalecimento dos laços entre os países que, hoje, ocupam o território europeu; Diferentes lideranças, de diferentes origens, ideologia e status social, acreditaram em um projeto que, sob a premissa de unidade, paz e estabilidade, daria a todos os países que hoje fazem parte desta comunidade laços que garantissem, não apenas as premissas. , mas um ambiente pacífico que não deu origem a novos acontecimentos, como o que aconteceu durante a guerra. A exemplo de Bretton Woods, a União Européia queria acabar com aqueles muros que, até então, os países haviam mantido, causando a desunião dos povos.

Para não entrar na história completa da União Europeia, não é o fim do artigo; Depois de uma série de tratados, como o de Roma, por exemplo, em 2013 - muito recente para os nossos tempos - foi concluída a agregação definitiva dos Estados membros. Um agregado onde, com 28 membros, está estabelecida a que hoje se conhece como União Europeia. Uma União Europeia que começou a se delinear em 1951, mas que, devido às negociações e à consolidação do bloco geopolítico, não parou de se desenvolver até hoje.

Uma entidade geopolítica que já integra boa parte de todos os países localizados no continente europeu. Ao mesmo tempo, muitos dos quais estão sujeitos ao sistema monetário da União Económica e Monetária da União Europeia (UEM), baseando o seu sistema na moeda comum. Levando em conta também os acordos de livre comércio, livre circulação de pessoas e relações bilaterais que, sendo objetivo disso, foram alcançados com a consolidação do próprio bloco. Um bloco que, da mesma forma que nos tirou autonomia para determinadas decisões, proporcionou-nos uma série de vantagens que, hoje, permitem a um espanhol viajar para a Polónia sem necessidade de passaporte, bem como efectuar transacções com o mesma moeda.

No entanto, as contínuas tensões geopolíticas vividas nos últimos anos revelaram, voltando ao debate público, a questão de saber se a União Europeia é a solução definitiva para os países; bem como os danos e benefícios que lhe pertencem. Alguns debates que geraram divergências diversas entre diferentes lideranças políticas, nos levando a casos como os ocorridos na Inglaterra como o Brexit. Diante disso, poderíamos dizer que o projeto que um dia animou o referido grupo de pessoas, hoje sofre a tensão de uma série de lideranças que, sob um discurso protecionista, ameaçam a estabilidade dos tratados que, no passado - e com grandes esforço-, foram alcançados.

Um sindicato ameaçado

Embora a união seja uma força, ou assim diz o ditado popular, a União Europeia gerou graves discrepâncias para alguns países membros. A falta de autonomia em certas situações fez com que países como o Reino Unido ou a Itália ameaçassem abandonar o próprio sindicato. Ameaças que, no caso do Reino Unido, chegaram a referendos que, na pendência de uma resolução, poderiam terminar com a saída do país. Uma saída possível que, obviamente, não é vantajosa para ninguém, mas que, segundo a cidadania britânica, é um desejo - e uma necessidade - do próprio país.

Entre os aspectos que mais se destacam, um dos fatores que mais tem gerado disputas, ao questionar a adesão ao sindicato, tem sido a união monetária. União monetária que, para vários países membros, tem significado não só uma perda de poder de compra devido à maior valorização do euro na sua economia, mas também a criação de uma entidade central (banco central) a partir da qual são emitidas ordens em moeda monetária e política econômica. Ordens que não se encaixam bem em mais de uma cadeira parlamentar, sendo ameaçadas pela falta de autonomia na tomada de decisões.

A ausência de poder para levar a cabo estas políticas, ou o simples facto de gerir os níveis da dívida de forma totalmente autónoma, tem levado muitos dirigentes políticos a questionar a objectividade da União Europeia. Isso para levar em conta todos e cada um dos interesses dos países que compõem o bloco político, bem como as necessidades de cada país. Necessidades que, no caso da Itália, por exemplo, têm levado líderes políticos a se rebelarem contra a sede europeia em Bruxelas por não permitir que aumentem o nível de endividamento, ou imponham sanções pelo não cumprimento dos Pactos de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Estes desequilíbrios regionais têm feito com que muitos países não pertencentes àquele clube de países 'ricos' que conduzem a economia europeia sejam obrigados a se opor às ações destas entidades centrais, gerando o debate de um possível referendo a seguir nos passos do Reino Unidos em seus territórios. Como tudo o mais, nem todos os países membros têm as mesmas características, de modo que a desigualdade econômica, bem como os efeitos de contágio dos choques econômicos que ocorrem nos territórios europeus, têm causado o ressurgimento de novos discursos nacionalistas e protecionistas nos diferentes países. territórios.

Essa perda de soberania - a centralização - não foi a única causa das tensões que hoje florescem entre os países membros. Como já referimos, outros factores, como o aparecimento de uma maior concorrência, bem como a própria polarização do comércio, têm levado muitos países a preconizarem políticas proteccionistas que, sob um estigma equívoco, acabam com essa concorrência europeia. Concorrência que, segundo os discursos divulgados, está matando a indústria nacional. Causando assim um pior resultado nas respectivas balanças comerciais dos países menos exportadores. Situação que favorece a concentração de capitais, bem como o surgimento desse clube de países ricos, que, pela situação das suas empresas e pertencentes ao acordo de comércio livre, assumem o controlo do mercado em todo o território.

As principais vantagens de uma Europa unida

Mas não devemos apenas destacar os fatores que têm causado essas discrepâncias de que falamos entre os próprios países membros, já que há muitos outros motivos que incentivam a pertença a um bloco geopolítico como a União Europeia. Razões que vão desde a própria liberalização do comércio e o desenvolvimento da economia em maior escala, até à própria ajuda que, a partir da União Europeia, tem sido levada a cabo ao desenvolvimento económico e social dos países. Auxílios que conduziram à criação de inúmeras infraestruturas, à reorganização económica e à redução do risco de possíveis choques ou recessões em algumas economias.

Comércio mais competitivo

Entre as vantagens a destacar, e como pilar fundamental, está a própria liberalização do mercado, gerada pela união dos países e pelos acordos de livre comércio entre eles. Acordos de livre comércio que não só nos levaram a obter maior poder de barganha no mercado global, somado a uma moeda mais competente; Pelo contrário, têm causado uma maior interconexão entre a oferta e a demanda dos diversos países membros, reduzindo o custo para as empresas exportadoras e aumentando o fluxo de transações entre os próprios países.

Situação que, por outro lado, tem levado a milhares de empresas a poderem se estabelecer em diversos países do continente europeu, podendo estabelecer-se e usufruir de menores custos diretos, precedidos em primeiro lugar pelo aproveitamento de as economias de escala de que são empresas europeias beneficiaram. Um sistema que, segundo o pensamento de grandes economistas da história, também favorece a competitividade e o aprimoramento das empresas, uma vez que o mercado livre e a própria concorrência existente têm levado a uma melhoria nos processos das empresas, bem como a uma maior eficiência e eficácia na gestão empresarial.

Mitigar os riscos derivados da corrupção

A liberalização do comércio, sujeita à abolição de barreiras alfandegárias, de fronteira, bem como de todas aquelas barreiras de entrada que antes regiam os limites de cada país, tem levado à eliminação de grandes riscos, muito latentes em nosso passado, como a corrupção. . No caso da América Latina, por exemplo, os costumes são uma grande fonte de corrupção, devendo se submeter à sua aprovação para repassar a mercadoria aos países de destino. Na Europa, isso tem levado mais empresas a tentarem melhorar seus processos de abertura a novos mercados nos quais, antes de pertencerem à própria União Européia, não haviam planejado se instalar; Indiretamente causando o crescimento das empresas.

Por sua vez, a legislação comum gerada por esta união tem feito com que todos os países membros cumpram as mesmas regras para a realização dessas transações, gerando um cenário comercial objetivo e imparcial, no qual os países trocam bens e serviços, aproveitando a possibilidade de faça isso. Situação que, indiretamente - e graças à livre circulação de pessoas - tem levado os países a um maior desenvolvimento social, cultural e pessoal. Um desenvolvimento gerado pela capacidade de os cidadãos se movimentarem, sem barreiras existentes, entre os diferentes países da União Europeia, trocando culturas e enriquecendo a multiculturalidade que a própria união nos proporcionou.

Vantagens na educação

Também não devemos esquecer as vantagens em pesquisa e educação. Vantagens que têm feito com que milhares de estudantes, todos os anos, circulem por toda a rede universitária que compõe o conjunto das universidades europeias; favorecendo a conexão de redes de pesquisa, o desenvolvimento da ciência, bem como a melhoria dos próprios sistemas educacionais em todas as suas fases. Uma situação que só é acessível quando se pertence à União Europeia, ou, pelo menos com essa facilidade; visto que um cidadão europeu pode residir em qualquer país que, desejando assim, seja membro da União Europeia.

Opções de troca

Em suma, um equilíbrio feito de vantagens e desvantagens em que, de acordo com a visão de cada país, há mais ou menos renda de filiação. No entanto, num cenário em que as tensões continuam a aumentar e as tensões com a União Europeia aumentam, vale a pena destacar as grandes vantagens que a União Europeia trouxe para a nossa sociedade. Algumas vantagens que pela conjuntura que atravessa a economia e os discursos proteccionistas, estão a ser relegadas a segundo plano; ofuscando todos aqueles que, hoje, nos permitem ser quem somos.

Ainda há muito a melhorar, mas não podemos afirmar categoricamente que a União Européia é uma ameaça, já que sua própria origem foi a união, a paz e a estabilidade dos países membros. Uma premissa que, segundo a história recente, tem sido um sucesso absoluto. No entanto, como já referi, o desenvolvimento da União é contínuo e permanente; Por isso, graças a um Parlamento Europeu onde haja representação de todos os países membros, a atitude deve ser a de negociar e melhorar os tratados já acordados, deixando como última opção uma saída abrupta que pode pôr em perigo a estabilidade da paz comunitária.