Alienação segundo Marx - O que é, definição e conceito - 2021

A alienação, segundo Karl Marx, é a separação do trabalhador do objeto que ele está produzindo. Assim, ambos são tratados como entidades distintas.

Em outras palavras, alienação é o processo pelo qual o empregado passa a ser outra coisa que não o produto de seu trabalho, que se transforma em mercadoria.

Marx explica isso da seguinte forma na obra em que levanta essa teoria da alienação, "Manuscritos Econômicos e Filosóficos" de 1884: "O objeto que o trabalho produz, seu produto, o confronta como um ser estranho, como uma potência independente do produtor.«.

Marx aponta então que, com a alienação, o trabalhador perde o controle sobre o fruto de seu esforço, tornando-se um objeto que servirá para proporcionar um benefício ao capitalista.

Consequências da alienação

Marx alerta para várias consequências da alienação. Em primeiro lugar, o trabalho do trabalhador torna-se uma mercadoria que é alienada (vendida). Assim, a pessoa realiza uma tarefa em troca de um salário.

A segunda é que o produto do esforço do trabalhador passa a ser controlado por outro e se transforma em propriedade privada (que o capitalista possui para normalmente vendê-la).

Nesse ponto, Marx enfatiza o fato de que quem produz uma mercadoria, apesar de ser fruto do seu trabalho, tem que pagar para possuí-la.

Então, outro ponto importante a que Marx alude é a desconexão entre o trabalhador e sua atividade, mesmo no plano emocional. Assim, a pessoa não sentirá a atividade laboral como sua, mas como algo alheio que também não lhe dá satisfação, mas implica um sacrifício.

Marx também chega a afirmar que, por alienação, o indivíduo não se sente feliz com seu trabalho. Então ela o evita tanto quanto possível, refugiando-se em outras tarefas.

Em suma, a atividade laboral, segundo Marx, torna-se algo que não pertence ao trabalhador e serve apenas como meio de obter dinheiro para consumir.

Alienação e ideologia

Marx faz um paralelo entre a relação trabalhador-capitalista com aquela que se forma entre uma pessoa e seu deus. No segundo caso, o indivíduo entrega parte de seu esforço não a um capitalista, mas a uma entidade divina.

Da mesma forma, deve-se notar que a alienação não se limita ao patrimonial ou laboral, mas é transferida para o plano ideológico e político com implicações na forma como se entende que o sistema econômico deve funcionar. Isso porque os próprios trabalhadores, observa Marx, acabam se convencendo de que o capitalista tem o direito de se apropriar dos bens que produzem.