Economia Feminista - O que é, definição e conceito

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Anonim

A economia feminista é uma abordagem econômica que tenta incluir a perspectiva das mulheres na análise da economia. Assim, as relações e os acontecimentos econômicos podem ser interpretados partindo do pressuposto, em primeiro lugar, da desigualdade que sempre teria prevalecido e continuaria a existir entre homens e mulheres, segundo essa abordagem.

A economia feminista é então, mais do que uma escola de pensamento, uma forma de abordar a economia e que nos permite observá-la desde uma lógica diferente.

Nessa perspectiva, praticamente todos os estudos acadêmicos, inclusive os de economia, foram elaborados por e para os homens.

Isso é conhecido como androcentrismo e está relacionado ao que é conhecido como patriarcado. Que, para o feminismo, é um sistema de organização social onde é o homem quem exerce liderança e posições de poder, enquanto as mulheres seriam relegadas a segundo plano.

Como saber se a economia tem sido andocêntrica? Por exemplo, a economia feminista aponta que a contribuição econômica das atividades de cuidado doméstico, que são principalmente reservadas para as mulheres, não foi considerada (vamos nos aprofundar nisso mais tarde).

Além disso, de acordo com vários estudos em todo o mundo, existe uma disparidade salarial, sendo o rendimento médio dos homens superior ao das mulheres.

Com este artigo, não pedimos desculpas a nenhuma ideologia, apenas apresentamos alguns postulados dessa abordagem da economia que todos poderão analisar e questionar posteriormente. Mas o importante, acima de tudo, é nos informar.

Economia feminista e cuidados domésticos

Uma das principais questões abordadas pela economia feminista são os cuidados domiciliares. Refere-se a tarefas como cozinhar e limpar que, historicamente, são reservadas às mulheres. Essas tarefas são importantes, em primeiro lugar, porque levam um tempo que poderia ser usado para outras atividades.

Além disso, quando uma mulher cuida dos cuidados domésticos, o que ela faz é liberar tempo para o resto da família, que não terá mais que cuidar dessas tarefas.

O fato de a mulher cuidar da casa se deve ao que, a partir do feminismo, costuma ser denominado de construção social. Ou seja, de acordo com essa perspectiva, não é que naturalmente as mulheres sejam mais qualificadas ou predispostas para o trabalho doméstico. Pelo contrário, é algo que aprende com a educação que recebe e com o que a sociedade lhe impõe.

Por exemplo, embora esteja se tornando menos comum, muitas vezes as mulheres precisam mais do que os homens para aprender a cozinhar quando crianças. Em vez disso, os homens são treinados para ser profissionais e servir como provedores. Assim, essa prática é transferida de uma geração para outra.

A questão é que, de acordo com a economia feminista, o trabalho doméstico tem um valor econômico que normalmente não é remunerado e também não é reconhecido na economia tradicional. Assim, geralmente não é medido nas contas nacionais. Isso é apontado por Marilyn Waring, que publicou em 1988 o livro "If Women Counted: A New Feminist Economy".

Ao mesmo tempo, discute-se também o fato de as mulheres terem que se responsabilizar pelas tarefas domésticas, o que dificulta, e até impede, seu acesso ao mercado de trabalho em igualdade de condições.

Economia feminista e atividades fora da lei

Outra questão para a qual a economia feminista concentra sua atenção são as atividades fora da lei. Referimo-nos, por exemplo, ao tráfico de pessoas e à prostituição, onde predomina o uso de mulheres.

Nessas atividades haveria uma grande exploração do coletivo feminino, o que acabaria enriquecendo principalmente os homens, segundo a abordagem feminista.