Ordoliberalismo - O que é, definição e conceito - 2021

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Ordoliberalismo - O que é, definição e conceito - 2021
Ordoliberalismo - O que é, definição e conceito - 2021
Anonim

O ordoliberalismo é uma corrente de pensamento econômico que nasceu na Alemanha nos anos 1930-1940. Entre suas defesas está a defesa da economia social de mercado.

O ordoliberalismo é uma corrente de pensamento econômico que está diretamente relacionada à escola de Freiburg. Esta corrente de pensamento não preconiza a intervenção do Estado, mas aposta numa intervenção mínima que regule as situações de falha do mercado, bem como outras situações como os monopólios, entre outros fenómenos.

Assim, o ordoliberalismo busca estabelecer uma ordem jurídica de liberdades na economia.

Seus principais autores incluem figuras como Walter Eucken, professor da Universidade de Freiburg e pai intelectual do ordoliberalismo.

Por sua vez, outra série de economistas contribuiu para essa tendência. Nesse sentido, nomes como Franz Böhm, Alexander Rüstow, entre outros, se destacam. Outros autores, como Friedrich von Hayek, também contribuíram com contribuições.

Princípios do ordoliberalismo

Como qualquer corrente de pensamento político, o ordoliberalismo fundamenta seu pensamento em uma série de princípios, entre os quais se destaca a economia social de mercado. Assim, economistas ordoliberais relacionam uma série de elementos considerados cruciais por essa corrente.

Dentre esses princípios, assim definidos por Eucken, vale destacar:

  • O Estado deve garantir o livre mercado, com livre acesso aos mercados. No entanto, deve regular o surgimento de fenômenos negativos, como monopólios ou cartéis.
  • Defender a liberdade de associação, bem como a liberdade contratual; assim como o liberalismo. No entanto, contempla a intervenção com mecanismos como o SMI para circunstâncias em que o salário não inclua uma renda que cubra as necessidades básicas.
  • As empresas devem ser consistentes com suas ações. Se a empresa falir, o Estado não deve intervir.
  • Os preços são um sistema de informação gratuito. Regular os preços é um erro que o Estado não deve cometer.
  • Moeda e estabilidade de preços, com base em um sistema de preços livres.
  • A propriedade privada deve ser garantida. Mas seu uso deve ser contingente, ao mesmo tempo que deve ser responsável.
  • A política econômica deve priorizar a liberdade do indivíduo, bem como os riscos que isso acarreta.
  • Os impostos devem ser progressivos, permitindo o financiamento das despesas públicas.

Assim, o próprio Eucken, o pai intelectual do ordoliberalismo, defendeu esses princípios como base dessa corrente. Por isso, um liberalismo que contempla um estado regulador para controlar os excessos do mercado.

Diferença entre liberalismo e ordoliberalismo

Como podemos ver, o liberalismo e o ordoliberalismo são duas correntes de pensamento que apresentam semelhanças. Sua abordagem é tão ampla que, como vimos na primeira seção, grandes economistas liberais contribuíram com trabalhos no campo do ordoliberalismo. Porém, apesar disso, há uma série de nuances que, enquanto o liberalismo não acaba por contemplá-las, o ordoliberalismo as considera pilares básicos dessa corrente.

Dentre esses pilares podemos destacar a mínima intervenção do Estado para corrigir algumas falhas. Embora o liberalismo não defenda a regulamentação em certos aspectos, o ordoliberalismo até contempla a imposição de um salário mínimo para corrigir os salários que não cobrem as necessidades básicas.

O mesmo vale para os impostos. O ordoliberalismo contempla uma figura tributária progressiva, baseada na contribuição dos cidadãos para impostos, em relação ao crescimento de suas receitas e ativos. O liberalismo não contempla tal aumento de impostos, uma vez que nenhuma consideração adicional está contemplada, além das existentes.

Em suma, o ordoliberalismo está intimamente relacionado ao liberalismo. No entanto, o ordoliberalismo pretende ser liberalismo, mas com uma intervenção do Estado que se encarrega de regular todas as falhas que dão origem a situações ou cenários negativos na economia.

História do ordoliberalismo

O ordoliberalismo é uma corrente de pensamento que nasceu na Alemanha. Esta tendência nasceu na década de 1930, pela mão de economistas alemães que trabalharam na Universidade da Fribugo. Assim, seu pai intelectual, Walter Eucken, é considerado o maior expoente do ordoliberalismo. Porém, além de Eucken, muitos outros autores dotaram essa corrente de conteúdo. Autores como Franz Böhm ou Leonhard Miksch.

Além disso, o círculo ordoliberal era formado por economistas e também por advogados contra o nazismo. Assim, eles se uniram para estabelecer uma nova ordem social, econômica e política, em oposição ao Nacional-Socialismo.

Com o passar do tempo, o surgimento de conceitos como "economia social de mercado" fez com que novos economistas aderissem a essa tendência. Nessa linha, economistas como Wilhelm Röpke, Alfred Müller-Armack, Alexander Rüstow e Ludwig Erhard.

Eucken, em seus estudos, destaca como em tempos da Primeira Guerra Mundial, o "laissez fairé, laissez paser" promovido pelo liberalismo clássico deu origem a falhas de mercado, bem como a números negativos para a economia, como monopólio ou cartéis. Um acontecimento que não só o levou a defender esta corrente de pensamento, mas também a ofereceu como um novo modelo de capitalismo sustentável e superior. Nesse sentido, define-se o capitalismo como o sistema correto, mas que deve ser controlado pelo Estado para garantir o cumprimento das liberdades, visto que se observou que os agentes econômicos livres não originam um sistema livre.