O multiplicador de renda é a mudança mais do que proporcional que a renda de um país sofre quando uma variável exógena, como investimento ou gasto do governo, muda.
O multiplicador de renda pressupõe que haja um efeito de arrastamento que faz com que o momentum inicial de uma variável exógena, como investimento ou gasto do governo, cresça além do nível inicial. Assim, por exemplo, se o investimento aumentar em 100, a receita aumentará mais de 100 em um efeito que se multiplica.
Modelo básico do multiplicador de renda
Para entender como funciona o multiplicador de renda, veremos agora um modelo básico. Consiste em assumir uma economia fechada, onde a renda nacional ou renda (Y) é composta pela soma do consumo privado (C) e do investimento (I):
Y = C + I
Nesse modelo, a variável de investimento é exógena, ou seja, depende de fatores externos ao modelo.
Já o consumo privado depende de vários, principalmente do rendimento disponível. Existem também outros fatores de menor relevância, como expectativas, riqueza acumulada, etc. Mas, para os fins do modelo, o essencial é a renda disponível.
Agora, quando a renda disponível aumenta, o consumo não aumenta necessariamente na mesma proporção. Geralmente, com um aumento na renda de x%, o aumento no consumo será menos do que proporcional (y% onde y%<>
A relação entre o aumento do consumo e o aumento da renda é chamada de propensão marginal a consumir (MPC).
Então, o modelo indica que diante de um aumento em uma variável exógena (no caso I), o aumento na receita (Y) será mais do que proporcional. Isso ocorre porque quando o rendimento disponível aumenta, os trabalhadores e outras empresas beneficiárias do investimento incorrem em despesas adicionais que, por sua vez, beneficiam terceiros que realizam novas despesas. Esse processo sequencial levará ao acúmulo de despesas adicionais que impulsionam a produção nacional.
O multiplicador de renda no caso de investimento teria a seguinte forma:
1 / (1-PMC)
Onde:
PMC: Propensão marginal a consumir. É a proporção da renda que os consumidores gastam em outros bens e serviços (considerando todo o resto constante).
Críticas ao modelo
Algumas das críticas que foram feitas a este modelo são:
- É um modelo muito simples que não considera a variação dos preços (principalmente dos salários).
- A propensão marginal a consumir também pode ser afetada por percepções negativas da economia.
- Os efeitos das importações e do comércio exterior em geral não são levados em consideração