John Locke - Biografia, quem ele é e o que fez - 2021

John Locke foi um pensador britânico que viveu durante o século XVII. Ele mostrou interesse por várias disciplinas, incluindo filosofia, política, medicina e ciências experimentais.

John Locke nasceu em Wrington em 1632. Ele estudou na Christ Church em Oxford. No final dos estudos, ele ficou lá para ensinar grego e retórica. Ele viveu em um dos períodos mais turbulentos da história da Inglaterra, culminando com o estabelecimento da monarquia parlamentar.

Locke mostrou um interesse precoce pela política, o que lhe causou muitos problemas. Ele também se interessou por filosofia. Em 1656 obteve o grau de bacharel em artes e em 1658 o de mestre. Curiosamente, ele obteve o diploma de médico em 1674.

Além dos estudos, demonstrou especial interesse pela obra e pelo pensamento de alguns filósofos. Entre eles, Descartes, que influenciou muito suas idéias. Também a Pierre Gassendi, pela crítica que fez à filosofia escolástica e à própria filosofia cartesiana.

Após a queda de Cromwell, no período conhecido como Restauração, Locke exibiu ideias conservadoras. Fato que pode ser contrastado examinando-se a prolífica correspondência que ele mantinha na época, tratando de questões políticas ou civis.

De conservador a defensor da revolução

Em 1662 ingressou na Royal Society, entidade dedicada à promoção do conhecimento da natureza. Desta forma, ele foi reconhecido como um dos cientistas mais importantes de seu tempo nas ciências experimentais. Nessa época, Locke começou a modificar suas posições políticas e se tornou um defensor das políticas liberais.

Sua mudança política levou-o ao exílio na França, entre 1675 e 1679. Lá experimentou e conheceu o pensamento e a intelectualidade franceses da época. Mais tarde, entre 1683 e 1689, ele retornou ao exílio, desta vez para a Holanda. Em 1686, Locke foi um dos defensores mais enérgicos da Revolução Gloriosa que levaria Guilherme de Orange, governador da Holanda, ao trono inglês. Com a revolução triunfante, a Inglaterra tornou-se uma monarquia parlamentar e configurou-se o regime liberal do país.

De volta à Inglaterra, John Locke foi reconhecido como um dos principais intelectuais do novo sistema político britânico. A partir deste momento ele se dedicou totalmente à sua atividade filosófica. Suas principais obras datam desse período: Carta sobre a tolerância (1689), "Dois tratados sobre o governo" (1690) e "Ensaio sobre o intelecto humano" (1690).

Morreu em 1704, aos 72 anos, no castelo de Oates (Essex), onde viveu os últimos anos da sua vida.

Pensamento de Locke

John Locke deixou uma grande marca no pensamento político e econômico. Sobre assuntos políticos, ele escreveu em "Dois tratados sobre o governo" e em "Carta sobre tolerância". Nestes, o filósofo se torna um defensor das liberdades dos homens e da tolerância religiosa.

Ele propôs um hipotético estado de natureza em que todos os homens viviam em uma situação de igualdade de direitos. Em sua projeção, todos os homens gozavam do direito à liberdade, vida e propriedade. O exercício desses direitos é limitado à sua pessoa porque havia uma lei da natureza baseada na razão. Por esta lei, todos os homens sabiam que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deveria prejudicar a vida, saúde, liberdade e propriedade de outrem. No entanto, essa situação idílica pode ser alterada. Na visão de Locke, quando um indivíduo ataca a lei natural e os direitos dos outros, ocorre um estado de guerra.

De acordo com John Locke, a melhor maneira de evitar essa situação de guerra era criar um estado civil. Essa entidade seria responsável por proteger os direitos dos cidadãos por meio de leis. Consequentemente, a gênese do Estado está no consenso de que é a melhor opção para defender a liberdade e a igualdade de direitos. De acordo com esse acordo, o estado nunca terá o direito de deter o poder absoluto. Isso decorre da hipótese de que nenhum homem pode privar outro homem de seus direitos naturais. Esses direitos, liberdade, propriedade e vida não foram concedidos pelo soberano. Conseqüentemente, não podem ser violados por ninguém, indivíduo ou instituição, em nenhuma circunstância.

O contrato é a base do estado

John Locke é um defensor ferrenho do princípio da tolerância e da liberdade religiosa. Por isso, afirma que o Estado não deve intervir nas questões de fé, que são de natureza individual e íntima, para que fiquem fora do alcance da esfera pública.

O Estado nasce de um acordo, um contrato, do qual os cidadãos fazem parte, tanto entre si, como entre eles e o soberano. Como um acordo baseado no livre arbítrio e com o objetivo de preservar os direitos individuais e o bem comum. Se o soberano não respeita ou ultrapassa as suas funções e tenta impor-se à lei ou à lei, os cidadãos têm legitimidade para se rebelar.

Defende que os poderes legislativo e executivo nunca devem ser confiados a uma única pessoa, mas devem ser divididos para controlar um ao outro. Essa ideia está na base da separação de poderes, elemento fundamental nas democracias liberais, ainda hoje.

Essa teorização sobre a fundação do Estado e a defesa dos direitos permitiu que Locke fosse considerado o pai do liberalismo.

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