Iberdrola se lança no mercado latino-americano

Anonim

A gigante espanhola da eletricidade, Iberdrola, não é apenas uma grande empresa de energia na Europa e nos Estados Unidos, mas seus movimentos mais recentes estão tornando-a uma das operadoras líderes na América Latina. E é que o quarto maior grupo de energia do mundo vem realizando investimentos significativos em países com grande potencial energético como México e Brasil.

No que diz respeito ao Brasil, a Iberdrola conseguiu fundir sua subsidiária brasileira Elektro com a Neoenergía. Essa fusão torna a Iberdrola a operadora líder no Brasil e na América Latina, pois atenderá 13,4 milhões de usuários. A participação acionária da nova empresa está assim distribuída: 52,45% do capital permanece nas mãos da Iberdrola, 38,21% das ações são detidas pela Previ, enquanto os 9,35% restantes pertencem ao Banco do Brasil.

É importante destacar que a energia eólica terá um papel importante nos projetos futuros da empresa. Tanto a Iberdrola quanto a Neoenergía possuem 50% da Força Eólica do Brasil (FEB), empresa que possui grandes parques eólicos no país do Rio de Janeiro e que pretende construir novas instalações nos parques Lagoa I e II e em Canoas.

Aos projetos eólicos também será necessário agregar um compromisso importante aos projetos relacionados à energia hidrelétrica. Nesse sentido, a FEB investiu 1.100 milhões de euros na hidrelétrica de Tele Pires, que fornece energia a mais de 5 milhões de usuários.

No México, a Iberdrola opera há mais de 18 anos, atendendo a mais de 20 milhões de consumidores. Entre os importantes investimentos que estão sendo realizados no país, vale destacar a usina de ciclo combinado de Topolomambo III, que envolverá um investimento de mais de 400 milhões de dólares e fornecerá energia elétrica a mais de 2,5 milhões de mexicanos. Em novembro de 2016, a Iberdrola inaugurou a sede da Dulces Nombre II, perto de Monterrey, com um investimento de 250 milhões de dólares. Tal é o compromisso da Iberdrola no México, que seu investimento no país ronda os 3.000 milhões de dólares.

Assim como no Brasil, no México, a Iberdrola também tem uma presença significativa no setor eólico com 367 megawatts operacionais. Este fornecimento de energia foi-lhe adjudicado através de contratos de longo prazo com clientes privados. Reafirmando seu compromisso com as energias renováveis, a Iberdrola construirá suas duas primeiras usinas fotovoltaicas no México, nas usinas de Hermosillo e Santiago Fotovoltaico.

Diante das notícias positivas vindas da América Latina, na Espanha, o negócio de energia nuclear causou prejuízos à Iberdrola. Já em 2015, as perdas sofridas pela Iberdrola Generación Nuclear ascenderam a 221 milhões de euros, enquanto em 2016, as perdas aumentaram para 309 milhões de euros.

A Iberdrola Generación Nuclear possui ativos avaliados em 4.200 milhões de euros, participando nas fábricas de Garoña, Cofrentes, Ascó, Vandellós e Almaraz. Tudo isto, em conjunto com a empresa de eletricidade Endesa, a torna a empresa de energia com maior participação nas centrais nucleares ativas em Espanha. Os fracos resultados obtidos no setor nuclear levaram a Iberdrola a pensar em se livrar das usinas nucleares.

A Iberdrola Generación Nuclear, por seu lado, defende que as perdas de 2015 e 2016 são consequência da queda dos preços de mercado e dos elevados impostos pagos pelas empresas que operam no setor da energia nuclear.