Que razões colocaram a Argentina à beira do colapso econômico?

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Que razões colocaram a Argentina à beira do colapso econômico?
Que razões colocaram a Argentina à beira do colapso econômico?
Anonim

O que aconteceu com a Argentina? Quais foram as causas que colocaram o país à beira do colapso econômico e financeiro? E por fim, que plano Macri propôs para resolver o que aconteceu no país?

Todo o planeta testemunhou o que aconteceu nos últimos meses na Argentina. A economia argentina não foi o centro das atenções econômicas globais por muitos anos. Agora, após os últimos eventos, eles não apenas focaram o foco das principais organizações e governos, mas também o colocaram à beira do colapso, tanto financeira quanto economicamente. O aumento da inflação, com a conseqüente desvalorização da moeda, colocou uma economia nas cordas que imploravam por uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) para sustentá-la.

Com a chegada do novo presidente, Mauricio Macri, a Argentina se viu em um ambiente econômico bastante complexo. Usar o termo complexo não é porque a economia estava desolada. Em vez disso, foram várias as situações que, juntas, colocaram a economia do país à beira do colapso financeiro e econômico. Isso levou o Governo a solicitar apoio financeiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a fim de paralisar o colapso vertiginoso que estava sofrendo. O que aconteceu para fazer isso acontecer?

Políticas excessivamente expansivas

Como já comentamos anteriormente, o novo Presidente chegou com toda a intenção de substituir o modelo econômico que vinha sendo conduzido com o Governo anterior. Para Macri, o modelo que estava sendo escolhido era o modelo errado. Um modelo baseado em excessos de gastos públicos e que, apenas, agravava os riscos que o país enfrentava. Por isso, o presidente argentino anunciou um novo modelo, baseado principalmente na redução de gastos, contendo o aumento da inflação e um reajuste que corrigisse o déficit fiscal do país e que ameaçasse a saída de capitais dos investidores.

Não é fácil identificar quais foram os reais motivos que levaram uma economia como a Argentina a deixar de ser uma economia moderadamente normalizada para se tornar uma economia em processo de destruição.

  • Déficit fiscal excessivo: Com a transição na presidência, o novo governo se viu com um déficit fiscal muito distante do exigido pelos investidores.
  • Taxa de câmbio de queda livre: Uma taxa de câmbio totalmente maquiada, já que fora tão controlada que passou a ser sustentada artificialmente e isso agravou a situação das empresas do país.
  • Falta de competitividade: Da mesma forma, houve um atraso na competitividade do país e isso pesou na sua posição no ranking.

Soma-se a isso o problema da inflação argentina, que, apesar dos esforços do governo Macri, não tem conseguido cair para menos de dois dígitos. Fato que posiciona o país entre os países com maiores níveis de inflação e que o afastou do objetivo traçado.

A questão da inflação é um ponto importante a ter em conta. Esse assunto foi um dos principais objetivos da nova presidência. Que propôs uma redução da inflação que, até o momento, não teve uma redução satisfatória. Ou seja, foi reduzido, mas não o suficiente para gerar confiança nos investidores.

Plano alternativo de Macri

Devido ao pouco sucesso das políticas de seus antecessores, o governo argentino tomou várias decisões. Principalmente com a ideia de evitar que a Argentina sofra um colapso econômico:

  • Reduza os gastos públicos: Bem, o país continuou gastando mais do que sua renda.
  • Aumento da taxa de juros: Um aumento nas taxas de juros acima de 40%, tentando obter o aumento das taxas para reduzir a inflação.
  • Liberalização financeira: Finalmente, uma liberalização financeira que permitiria aos cidadãos trocar pesos por moeda estrangeira. Uma medida, aliás, que fez com que a moeda nacional sofresse uma queda assustadora, por conta da desconfiança dos investidores.

Em suma, a nova crise econômica que o país vivia não se devia a um problema específico, mas sim a uma encruzilhada de eventos e indicadores preocupantes, bem como a uma transição governamental. E, conseqüentemente, no modelo macroeconômico que o país estava aplicando, que se baseava principalmente na redução dos gastos públicos. Nem é preciso dizer que esse modelo vem apresentando déficit fiscal nas contas públicas há 53 dos últimos 57 anos.

Por outro lado, a contenção do peso argentino e a falta de racionalidade do câmbio continuaram a ameaçar as receitas do empresariado. Por último, a inflação em alta do país manteve a tendência de alta, mesmo diante de uma ação governamental impassível.

Para Macri, seu governo deveria ser o governo que provocou essa mudança na Argentina e que, por outro lado, pôs fim aos excessos que, como o próprio Macri comentou, estavam hipotecando o país e seus cidadãos. No entanto, o problema que se verificou foi a excessiva gradualidade na implementação e o pequeno e insignificante impacto que estava a ter na economia nacional. Portanto, como indicou o FMI, o que o país e sua economia realmente precisavam era de uma estratégia de choque, que aplicasse as medidas necessárias para garantir um maior crescimento do país.

Intervenção do FMI

Diante dos problemas que isso desencadeou, o Fundo Monetário Internacional teve que assumir a intervenção no país, definindo as diretrizes a serem seguidas para alcançar um maior crescimento econômico. No entanto, ainda é muito cedo para falar sobre a economia argentina, como mostram os dados históricos, que vive problemas internos no modelo econômico que pressagiam novas recessões para o país. Além disso, devemos adicionar a incerteza global, que também não é um presságio de crescimento para a economia mundial.

Por fim, e referindo-se às declarações do Fundo Monetário Internacional, a situação da Argentina antes da intervenção do FMI visa garantir o crescimento econômico para o próximo ano, que estava previsto em 0%. Para isso, o órgão presidido por Christine Lagarde realizou uma estratégia menos gradual do que a proposta por Macri. No entanto, essa estratégia mantém as mesmas intenções que as pretendidas pelo presidente. Ou seja, uma redução dos inúmeros excessos que seus antecessores haviam cometido.