A regra monetária de Hayek é uma iniciativa de Friedrich August Hayek que se propõe a manter o fluxo anual de dinheiro que circula na economia em um nível constante, a fim de estabilizar a economia e evitar ciclos de negócios.
A regra monetária de Hayek implica que a circulação total de dinheiro em uma economia, que é igual ao gasto nominal, deve ser mantida em um nível constante.
Um dos objetivos da regra monetária de Hayek é evitar flutuações na circulação do dinheiro, uma vez que geram efeitos prejudiciais na economia. As flutuações causam oscilações graves na economia que aumentam a magnitude dos ciclos de negócios.
Noções básicas da regra de Hayek
Hayek argumenta que os ajustes de preços não são explicados apenas por mudanças na escassez relativa de bens e serviços. Uma vez que esses ajustes não são produzidos por mudanças na oferta, os preços não são mais informativos para compradores e vendedores.
A razão para essas mudanças é simplesmente porque há mais ou menos unidades de dinheiro disponíveis para a compra de bens ou serviços. Isso causa distorções nos preços, que tendem a ser superdimensionados. Quando os preços são distorcidos, um processo de ajuste instável acaba causando alterações no funcionamento da economia. Hayek argumenta que essas mudanças são o que superam os ciclos de negócios e causam muitas das crises e bolhas econômicas.
Aplicação da Regra Monetária de Hayek
Uma maneira simples de observar a regra monetária é por meio da equação da quantidade:
MV = Py
Onde:
- M é a oferta de dinheiro
- V é a velocidade de circulação do dinheiro
- P é o nível geral de preços
- Y é a produção real ou física de bens e serviços.
A regra de Hayek propõe manter constante a circulação total de dinheiro na economia, que é igual a MV.
- Quando "y" aumenta, "P" deve cair. Se a economia é mais produtiva, os preços devem cair.
- Se for observado que "P" cai, é preciso ter cautela e analisar suas causas. Não é o mesmo que "P" cai devido a um aumento de "y", pois é devido a uma queda de "V".
- Observando que "V" cai, devemos aumentar "M".
Já na prática, para manter o valor nominal do gasto estabilizado de acordo com o que propõe a regra de Hayek, é preciso ter em mente que não é possível medir diretamente a velocidade de circulação do dinheiro. Pode haver fatores ou eventos não observados que mudam as preferências das famílias por reter dinheiro, o que, por sua vez, afeta a velocidade.
Para que o banco central (ou outra autoridade monetária) seja capaz de manter um valor nominal de gastos, ele precisará se concentrar em uma variável relacionada à velocidade de circulação. Dado que o gasto nominal é igual à produção nominal, que por sua vez é equivalente à renda nacional, uma forma de ação seria definir uma certa faixa de crescimento do produto, antes de intervir.
Exemplo de aplicação da regra monetária de Hayek
Um exemplo é o desempenho do Banco Central dos Estados Unidos (Fed) na época da crise financeira de 2008. A crise aumentou a demanda por moeda e a velocidade caiu. O Fed respondeu aumentando a quantidade de dinheiro disponível, comprando ativos, pagando por eles com dinheiro recém-criado.
Críticas à regra monetária de Hayek
Uma das críticas à política monetária de Hayek, e à intervenção do banco central em geral em tempos de crise, é que ela requer a reação dos bancos comerciais. Assim, por exemplo, mesmo quando o banco central aumenta (ou diminui) a base monetária, sua ação pode ser ineficaz se os bancos privados não emprestarem mais dinheiro aos clientes e se dedicarem a aumentar suas reservas.
Monetarismo