A aristocracia é um sistema de governo em que a liderança governamental fica a cargo de algumas pessoas, que se identificam como as mais preparadas.
Etimologicamente, a palavra aristocracia vem do grego e é composta de um lado do Aristos que significa "o melhor" e por outro lado Kratos cujo significado é "governo". Desta forma, aristocracia significa literalmente o governo dos melhores.
Nessa forma de governo, a direção recai sobre algumas pessoas, consideradas as mais sábias, mais capazes e diligentes. Que se encarregariam de tomar as decisões cabíveis em benefício e interesse dos demais habitantes do Estado.
Origem da aristocracia
A origem do termo é encontrada na Grécia Antiga. É Platão quem defende essa forma de organização governamental em sua utopia do estado ideal. Platão, no desenvolvimento dessa utopia, defende que a divisão social deve ser feita em três grandes classes. Por um lado, os artesãos e camponeses, logo acima estariam os guerreiros, e no topo da pirâmide os filósofos.
Estes últimos são identificados por Platão como os encarregados de dirigir o governo de um determinado território. Portanto, vemos claramente que é uma aristocracia.
Aristóteles, um discípulo de Platão, faz uma importante objeção a ele. Ele argumenta que não se deve esquecer que toda forma de governo pode degenerar em outra, e a aristocracia não é exceção.
Nesse sentido, Aristóteles estabelece três formas puras de governo: a monarquia, a aristocracia e a democracia, são essas que buscam o bem comum do grupo dos governados. Porém, cada um pode degenerar em outros, as formas impuras: tirania, oligarquia e demagogia.
Dito isso, a aristocracia pode degenerar em oligarquia, onde não se busca mais o bem comum, mas sim o enriquecimento e a satisfação dos interesses da classe dominante.
Anaciclose
Políbio, um historiador grego do século 2 aC, desenvolveu um conceito chamado anaciclose, também com base nos escritos anteriores de Aristóteles e Platão. A anaciclose é uma espécie de roda em que determinada forma de governo é exposta seguida de sua degeneração. Isso seria seguido por outra forma desejável e sua degeneração. E assim por diante com os seis modelos de governo existentes na época.
A aristocracia permanece como a forma desejável que surge após a tirania. Segundo Políbio, as pessoas mais ilustres e mais próximas do tirano são aquelas que liderariam as revoltas contra ele. Assim, o povo confiaria o novo governo a seus salvadores.
Da mesma forma, a aristocracia é também o prelúdio da oligarquia, e essa etapa seria produzida pela herança do governo nos descendentes das elites dominantes. Incapazes de governar, tornam-se corrompidos e desfrutam do trabalho herdado. Estabelecendo assim a oligarquia.
Características da aristocracia
Levando em consideração a definição e origem do termo, podemos resumir que uma aristocracia possui três características principais:
- O governo cai para algumas pessoas.
- Os governantes são as pessoas mais preparadas e capazes.
- A sucessão é feita de forma hereditária, como na monarquia.
Exemplos de aristocracia
O exemplo da aristocracia como forma de governo encontra-se na cidade-estado de Esparta, na Grécia Antiga. O governo era executado pelos dois reis espartanos mais um conselho composto de vinte e oito anciãos, chamado gerusia, e eles eram eleitos pelo povo. Este órgão estava encarregado de exercer funções legislativas e judiciais.
Finalmente, deve-se notar que desde os tempos feudais até os dias atuais, a palavra aristocracia se refere às classes superiores ou nobres de um país. Nobres, condes e marqueses, cujo título foi concedido pela monarquia nos séculos passados e que foram herdados ao longo dos anos.
Durante o feudalismo, ser um aristocrata significava ter enormes privilégios fiscais, políticos e sociais, entre muitos outros. Mas por muito tempo seu significado apenas denota reconhecimento e prestígio. Já que com o passar dos anos e a criação de novas formas de Estado os privilégios foram desaparecendo.