Niilismo é uma corrente filosófica que defende que nenhum valor ou princípio tem validade. Não existe um ser supremo e, portanto, a vida não tem sentido.
Para o niilismo não existem princípios ou dogmas de qualquer espécie, sejam eles religiosos, morais, políticos, culturais, etc. Ao negar todos os tipos de princípios, eles também se opõem à ideia teológica de que um ser supremo e todo-poderoso governa o mundo e estabelece o que é certo e o que é errado.
E uma vez que a crença na existência do além e de um Deus é o que move a vida dos homens e a enche de sentido, para o niilismo não há sentido objetivo da vida.
Niilismo é uma crítica da sociedade e da ordem estabelecida. A sociedade e as estruturas de poder são artificiais, foram criadas pelos homens. E o que os niilistas fazem é precisamente ir contra a forma como a sociedade é concebida e estruturada.
Eles também têm semelhanças com os céticos, uma vez que a corrente cética também se opôs a todos os tipos de dogma. A diferença é que o niilismo nega e o ceticismo duvida.
Origem do niilismo
Etimologicamente, o termo vem do latim nihil que significa "nada", portanto, o significado mais literal da palavra seria doutrina do nada.
A origem desta corrente é encontrada na Grécia antiga na escola cínica, mas se tornou popular no século 19 na Rússia. Como grandes filósofos niilistas, encontramos Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger.
A escola cínica
A escola cínica foi fundada por Aristides no século 4 aC. embora seu filósofo mais popular fosse Diógenes. Os cínicos estão relacionados ao niilismo por se posicionarem contra a ordem estabelecida. Eles escolheram seu próprio modo de vida e criticaram e caricaturaram costumes, tradições, leis, normas e instituições. Segundo eles, representavam um vínculo para o homem. Eles também eram caracterizados por um estilo de vida austero, uma vez que os bens materiais eram uma espécie de escravidão.
Popularização do termo
Embora, como vimos, os antecedentes do niilismo sejam encontrados na escola cínica, o termo foi divulgado pelo escritor russo Ivan Turgenev. Em seu trabalho Pais e filhos, de 1862, conta como, na época, jovens russos criticavam a geração de seus pais por sua hipocrisia nas relações com o meio ambiente. Esses jovens questionaram normas, morais e valores estabelecidos.
Niilismo ativo e passivo
Dentro do niilismo, encontramos dois subtipos desenvolvidos por Nietzsche:
- Niilismo ativo ou positivo: Consiste na destruição de todos os valores e princípios que regem a sociedade para impor outros completamente novos que promovam o aparecimento do super-homem. É um homem livre, que tem valores próprios e uma maturidade suprema em relação ao homem comum.
- Niilismo passivo ou negativo: O homem, após aceitar que a realidade e os valores que conhecia não têm sentido, opta pela autodestruição e pelos maus atos, movido por sentimentos negativos.
