Diferença entre políticas fiscais expansionistas e políticas monetárias expansionistas

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Anonim

Neste artigo, analisaremos as diferenças entre as políticas monetárias e as políticas fiscais expansionistas, detalhando os efeitos teóricos que elas têm em uma economia aberta. Em outras palavras, assumimos que existe mobilidade internacional de capitais e a taxa de câmbio é determinada pelos mercados.

Os gráficos mostram duas curvas que indicam a relação entre a renda de um país e a taxa de juros para a oferta e demanda de bens (vermelho). Da mesma forma, para a oferta e demanda de dinheiro (azul).

Em uma economia aberta, uma política de expansão monetária aumentará o volume de dinheiro em circulação, o que reduzirá seu preço. Em outras palavras, as taxas de juros vão cair, tendo um efeito duplo. Por um lado, a atividade econômica aumentará, já que o financiamento mais barato impulsionará a atividade empresarial. No entanto, o outro impacto é que os investidores internacionais verão o retorno de seus investimentos reduzido e moverão seu capital para outros países.

Para sair de um país, os investidores terão que vender seus saldos em moeda nacional e comprar moeda estrangeira, puxando para baixo a taxa de câmbio (ou seja, depreciando a moeda). Nesse novo contexto, a desvalorização monetária tornará as importações mais caras e as exportações mais baratas. Isso significa que o país começará a substituir produtos importados por nacionais e verá aumentar suas exportações, aumentando a produção e o emprego.

Uma política fiscal expansionista, por outro lado, buscará aumentar a demanda por bens no mercado, fomentando a atividade empresarial. No entanto, o financiamento dessas políticas também aumentará a demanda por moeda, tornando-a mais cara nos mercados financeiros (ou seja, aumentando as taxas de juros).

Esse aumento das taxas também terá um efeito duplo: tornará mais difícil o financiamento de empresas com taxas de juros mais altas. Embora os agentes internacionais também sejam atraídos pelo maior retorno sobre os investimentos e comprem moedas nacionais, empurrando seus preços para cima.

Essa valorização da taxa de câmbio significará importações mais baratas e exportações mais caras. Ou seja, os produtos nacionais perderão mercado dentro e fora do país.

O efeito final seria, portanto, uma redução da produção e do emprego, além da dívida pública gerada por políticas fiscais expansionistas.

Outros dados a considerar de políticas expansionistas

Além disso, embora a teoria econômica forneça os argumentos que mencionamos, há também uma série de questões fundamentais que não devem ser negligenciadas.

As políticas monetárias são dirigidas diretamente ao setor financeiro, cujo efeito multiplicador é, por definição, o mais alto. Isso significa que, para cada unidade monetária injetada na economia, o setor financeiro vai gerar um valor muito maior, o que por sua vez terá impacto nos demais setores.

Nesse sentido, a política fiscal é mais limitada e tem a desvantagem adicional de estar sujeita a decisões políticas. Além disso, as políticas fiscais expansionistas (se se traduzirem em aumentos nos gastos públicos e não em uma redução nas receitas fiscais) produzem o chamado efeito crowding-out. Em outras palavras, o setor privado é gradualmente substituído pelo público, geralmente com consequências negativas sobre a produtividade e o emprego.

Por fim, é importante não esquecer o processo de endividamento que costuma acompanhar as políticas fiscais expansionistas. Isso gera dívidas que, no futuro, devem ser compensadas com políticas na direção oposta (redução de gastos ou aumento de impostos).

Veja: Resumo das políticas monetárias e fiscais expansionistas

Política monetária restritivaPolítica fiscal contracionista