O humanismo é uma tendência intelectual e cultural que rompe com a ideia teológica de que Deus é o centro do universo, tornando-se o ser humano e suas qualidades e valores.
Deve-se destacar que estabelecer uma conceituação de Humanismo é uma tarefa muito complicada, pois se trata de um termo polissêmico. Segundo a RAE, esse conceito pode abranger significados como “conhecimento das letras humanas” ou “interesse pelos estudos filológicos e clássicos”.
Mas seu significado mais relevante é aquele descrito em primeiro lugar, uma vez que essa mudança de paradigma significou uma transformação radical na forma de pensar, pesquisar, fazer ciência e enfrentar a vida em geral. Pela grande importância de passar de Deus, como o centro de tudo, para a natureza humana.
Origem do Humanismo
O Humanismo tem sua origem no século XIV e se estende até o século XVI, e o fez de mãos dadas com o Renascimento, começando primeiro na Itália e depois se espalhando por toda a Europa. Por esse motivo, essa corrente costuma ser chamada de Humanismo da Renascença.
A invenção da imprensa escrita explica sua grande expansão pela Europa. Além do mecenato e das universidades, muitas das quais foram criadas nos séculos XIV e XV.
Características do Humanismo
Em resumo, as características mais marcantes do Humanismo são as seguintes:
- Substituição do teocentrismo pelo antropocentrismo.
- As obras e autores clássicos são mais uma vez de grande importância.
- São desenvolvidas ciências e áreas do conhecimento como filosofia, retórica, história e literatura.
- Romper com a Idade Média e seus princípios e valores predominantes. Nessa linha, salta para a Idade Moderna.
- O conhecimento se torna mais acessível. Durante a Idade Média, era restrito ao clero e à nobreza.
As características acima declaram a importância do Humanismo durante os séculos XIV e XVI.
Importância das universidades no humanismo
O ensino universitário tem um grande papel no Humanismo, pois é nele que ocorre a mudança metodológica do ensino, além disso, a imprensa facilitou sobremaneira a troca e aprofundamento de conhecimentos. Durante a Idade Média, o ensino caracterizou-se pela metodologia escolar. Foi realizada uma leitura do autor, em decorrência disso uma série de dúvidas e questionamentos foram gerados e, por fim, foram debatidos.
Esse método foi substituído no Humanismo, adotando uma metodologia mais científica baseada na experimentação. A leitura continuou a prevalecer como base para a aprendizagem, mas depois o que era lido era interpretado e aplicado. Além disso, como afirmado anteriormente, outras disciplinas como história, filosofia moral e as artes foram desenvolvidas, e autores clássicos foram recuperados.
Ele também se especializou em lecionar em universidades, por assim dizer Cambridge e Oxford era falar de ensino de arte e falar de Bolonha era referir-se ao Direito.
Principais representantes do Humanismo
Entre os autores que se destacam como representantes do Humanismo estão:
- Erasmus de Rotterdam: Foi padre, filólogo, teólogo e filósofo entre muitas outras ocupações. Ele se destacou por tentar modernizar a Igreja Católica, por considerá-la muito imóvel ideologicamente. Ele fez traduções e interpretações do Novo Testamento. Ele foi muito criticado pelos setores mais conservadores da Igreja e altamente reconhecido por outros.
- Thomas More: Foi um importante escritor e jurista inglês, a nível literário conhecido pela sua obra "Utopia". Ele se opôs às derivas protestantes do rei Henrique VIII, que se separou do catolicismo porque o papa não lhe concedeu a nulidade de seu casamento com Catarina de Aragão. A recusa em reconhecer o rei como chefe religioso da Igreja Anglicana custou-lhe a morte em 1535.
- Nicolaus Copernicus: Cientista astronômico reconhecido por ser o autor do heliocentrismo, uma teoria a favor dos planetas se movendo ao redor do Sol, ao contrário do que se estabelecia em sua época.