Revolução Francesa: Causas, consequências e resumo - 2021

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Revolução Francesa: Causas, consequências e resumo - 2021
Revolução Francesa: Causas, consequências e resumo - 2021
Anonim

A Revolução Francesa foi (1788-1799) uma grande luta entre o Antigo Regime, marcado por uma sociedade organizada em fazendas, e seus adversários. O conflito transcendeu além das fronteiras da França, espalhando-se pela Europa.

Este acontecimento histórico marcou o fim das monarquias absolutistas e deu lugar a uma sociedade em que o protagonismo foi atribuído à burguesia.

Precisamente a eclosão da revolução e seu subsequente sucesso significaram o fim do feudalismo, enquanto suas idéias serviram de inspiração para os sistemas democráticos modernos.

Quando foi a Revolução Francesa?

A Revolução Francesa teve sua origem no final do século XVIII. Um momento da história em que a França passava por um momento muito turbulento. A sociedade foi dividida em propriedades e a maioria das pessoas foi excluída.

O que levou ao desenvolvimento da Revolução entre 1789 e 1799. Embora seja verdade que alguns autores datam a data de término do movimento no ano de 1804, quando Napoleão Bonaparte foi coroado imperador da França.

Características da Revolução Francesa

Antes de falar sobre as causas e consequências da Revolução, convém conhecer algumas das características que a definiram:

  • Foi muito sangrento, igrejas e castelos foram queimados.
  • Foi causado por uma infinidade de fatores: políticos, econômicos, morais, religiosos …
  • Acabou com o Antigo Regime.
  • Ele lançou as bases para a Declaração dos Direitos Humanos.
  • O feudalismo acabou e a burguesia começou a ganhar relevância.

Causas da Revolução Francesa

Entre as principais causas da eclosão da Revolução Francesa, encontramos o seguinte:

  • Situação política deteriorada: Somente a nobreza poderia ocupar os cargos políticos e militares mais importantes, enquanto em 1789 a França passava por uma grave crise econômica. Por sua vez, os franceses viviam sob um regime autoritário (absolutismo) em que a nobreza e o alto clero dominavam as riquezas.
  • Crise econômica: Para piorar a situação, as colheitas ruins causaram problemas de abastecimento de alimentos básicos, como pão. Secas e geadas causaram problemas de abastecimento que afetaram a saúde da população carente. Adicionando assim um maior descontentamento ao clima social. Além disso, apenas a terceira classe (a burguesia e os camponeses) era a única que tinha de pagar impostos. Tudo isso acabou gerando um círculo vicioso no plano econômico. A escassez de produção empurrou os preços para cima, as pessoas pararam de gastar em outros lugares e o desemprego aumentou. Tudo isso gerou um ciclo vicioso que afetou a capacidade do Estado de fazer frente à sua dívida, levando a uma notável crise financeira.
  • Liberdades e direitos limitados: A monarquia absoluta sob Luís XVI não deu opção de soberania além de Deus. Portanto, não houve divisão de poderes. Por causa disso, os direitos e liberdades dos franceses eram muito limitados. Como consequência, foram desenvolvidas as bases da Declaração dos Direitos Humanos, que se baseiam nos princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Em francês, Liberté, Égalité, Fraternité.
  • Crise moral e religiosa: Paralelamente, desenvolveu-se uma revolução intelectual que pôs em causa o regime que então reinava. A desconfiança dos cidadãos no regime de governo cresceu aos trancos e barrancos e novas figuras de referência como Voltaire, Montesquieu ou Rousseau emergiram.

Assim, diante da difícil situação na França, os Estados Gerais foram convocados. O que representava as três propriedades. Para resolver a crise econômica, foi proposto que a nobreza também pagasse impostos. No entanto, como a votação foi realizada por estamentos, a proposta estava fadada ao fracasso.

Estágios da Revolução Francesa

A seguir, mostramos, de forma resumida, as etapas mais importantes da Revolução Francesa:

  1. Fim da monarquia absoluta (1789).
  2. Início da monarquia constitucional (1789-1792).
  3. Estágio republicano (1792-1799).

1. Fim da monarquia absoluta (1789)

Do terceiro estado, exigia-se a passagem de uma divisão por estados a uma Assembleia Nacional em que o voto era individual. A Assembleia Nacional encontrou a rejeição da monarquia. Mas, apesar disso, os deputados da Assembleia concordaram em dar uma constituição à França.

No entanto, a eclosão social da população culminou com o assalto à Bastilha em 14 de julho de 1789. Esse fato teve grande significado, visto que aquela prisão era um símbolo da opressão monárquica.

2. Início da monarquia constitucional (1789-1792)

Dotada de poder constituinte, a Assembleia pôs fim ao feudalismo, ao aprovar a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Posteriormente, foi legislada a separação entre a Igreja e o Estado.

Já em 1791, a França tinha uma Constituição que estabelecia uma divisão de poderes e que limitava o poder do Rei, que seria controlado pela Assembleia. Em outras palavras, a França deixou de ser uma monarquia absoluta para se tornar uma monarquia constitucional.

Quanto ao modelo de Estado, a nível administrativo, a França estava organizada em departamentos. Enquanto, economicamente, monopólios e sindicatos eram proibidos.

3. O período republicano (1792-1799)

Dentro da Assembleia é possível distinguir entre dois grupos:

  • Os girondinos: Eles tinham um caráter moderado. Eles queriam uma revolução pacífica, limitando os direitos de voto e defendendo uma monarquia parlamentar.
  • Os Jacobinos: Eles eram revolucionários radicais. Defensores do sufrágio universal masculino, liderados por Robespierre, que argumentou que a França deveria ser uma república.

A Convenção (1792-1794)

Assim, os jacobinos prevaleceram e a Assembleia tornou-se a Convenção. Assim, a Convenção passou a ser o órgão que detém o governo e a capacidade de legislar.

Esta era foi marcada pelo que ficou conhecido como o "reinado do terror". Durante o qual, o Comitê de Salvação Pública perseguiu todos aqueles que se opunham à Revolução Francesa, executando milhares de franceses. Entre os integrantes do Comitê de Segurança Pública, vale destacar Robespierre.

Sob os auspícios da Convenção, foi decidido executar o rei Luís XVI, enquanto o sufrágio universal masculino foi aprovado e, entre outras peculiaridades, o sistema métrico decimal foi implementado.

Se antes da Revolução Francesa, a Igreja e o clero acumulavam riquezas, com a Convenção seus bens acabavam sendo confiscados. A escravidão também foi abolida e as reformas foram introduzidas no campo para que a revolução transcendesse o campesinato.

No entanto, a Revolução Francesa foi levada contra a oposição das potências europeias. E é isso, as idéias da revolução eram contrárias ao que as monarquias europeias representavam. Apesar de ir à guerra com várias potências europeias, a República da França conseguiu sobreviver ao assédio internacional.

Por volta de 1794, Robespierre e o Comitê de Salvação Pública foram frutos das lutas internas. Na verdade, tanto Robespierre quanto os demais membros do Comitê de Segurança Pública acabaram sendo executados na guilhotina. Assim, a ala mais radical da Revolução Francesa caiu para conduzir a uma fase mais moderada conhecida como Diretório.

O diretório (1795-1799)

Deixando para trás os elementos mais radicais, a Revolução Francesa entrou em uma fase marcada pela moderação. A nova Constituição reverteu parte dos direitos conquistados pelos jacobinos, já que o direito ao voto era restrito. Por outro lado, o poder legislativo foi dividido em duas câmaras: o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos.

O órgão que detinha o poder executivo era o Conselho de Administração, composto por cinco membros, que passou a ser reduzido a três. No entanto, com o golpe de Napoleão (9 de novembro de 1799), seria apenas uma pessoa que formaria o Diretório.

Com a tomada do poder pelo então jovem gênio militar Napoleão Bonaparte, a França entrou em uma nova etapa histórica. A Revolução Francesa inaugurou a era napoleônica.

Consequências da Revolução Francesa

Em suma, entre as consequências da Revolução Francesa que mais se destacam:

  • Fim da monarquia absoluta: Desde o início da Revolução, o Antigo Regime estava chegando ao fim. À medida que se desenvolvia, as consequências foram piorando para a coroa, até a execução de Luís XVI.
  • Mais direitos e liberdades: Um dos objetivos da Revolução Francesa era ter mais direitos e liberdades. Embora se deva destacar que é um processo que vem ganhando números inteiros ao longo das décadas, este evento abriu um precedente crucial.
  • Os privilégios da Igreja e da nobreza foram abolidos: A sociedade estamental estruturada no feudalismo acabou. Além disso, ao mesmo tempo que a Igreja e a Nobreza caíam na escala social, a burguesia começou a crescer.
  • Extensão dos princípios da Revolução Francesa: Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade ultrapassaram as fronteiras da França e se espalharam pela Europa. A história mostra que mesmo esses ideais influenciaram a América Latina.
  • Coroação de Napoleão Bonaparte: Apesar da luta travada, que trouxe muitos benefícios para os cidadãos franceses e europeus, a monarquia absoluta de Luís XVI acabou sendo substituída pelo Império de Napoleão.