Aristocracia trabalhista - O que é, definição e conceito

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Anonim

Aristocracia operária é um termo que se refere a um setor da classe operária que goza de uma posição melhor do que o resto dos trabalhadores.

O conceito de aristocracia operária foi tratado por diversos autores, sendo os mais relevantes Lênin, Bakunin e Marcuse. Em termos gerais, refere-se aos trabalhadores que, por uma razão ou outra, estão no topo do proletariado, gozando assim de uma situação de superioridade e privilégio.

Essa teoria foi desenvolvida nos séculos 19 e 20, e é um conceito ligado ao marxismo. Com isso, não podemos falar de uma aristocracia operária anterior ao século 19, época em que Marx desenvolveu uma das ideologias mais influentes, que perduraria até os dias de hoje.

Como já mencionamos, são vários os autores que desenvolvem e contribuem com sua visão sobre este conceito, com a qual vamos ver o que cada um deles fala sobre ele.

A aristocracia trabalhista para Mikhail Bakunin

Vamos desenvolver esta viagem em ordem cronológica, pois parece o critério mais preciso quando falamos de conceitos que estão ligados à história. Ainda mais quando estão ligados à política ou ao mundo das ideias.

Mikhail Bakunin, um filósofo revolucionário russo do século 19, foi o maior teórico do anarquismo. Ele também é conhecido pela grande rivalidade que teve com Marx, um produto das diferenças sobre a revolução, suas formas e como deveria ser o suposto estado pós-revolucionário.

Para Bakunin, a aristocracia operária designava um coletivo negativamente. Ele se referia aos trabalhadores que formavam a vanguarda do proletariado. Aqueles que, por estarem mais preparados, adquiriram posições de vantagem sobre os demais. Para Marx e seus seguidores da época, os trabalhadores tinham que se organizar e ser liderados pelos mais preparados. O autor anarquista critica essa ideia, já que o anarquismo é uma ideologia que não reconhece nenhum tipo de estrutura de poder.

A aristocracia operária de Lenin

Para Lenin, um revolucionário e teórico russo, instigador da Revolução Russa e fundador da URSS, o termo "aristocracia operária" tinha um significado diferente daquele anteriormente criticado por Bakunin.

Lênin acreditava que o estado operário deveria ser dirigido pelos proletários mais preparados e qualificados, já que de alguma forma o aparato estatal tinha que ser organizado e isso lhe parecia o caminho mais justo. Ele a chamou de vanguarda do proletariado.

Mas está no trabalho dele O imperialismo, a fase mais alta do capitalismo, onde menciona o conceito que aqui nos preocupa. Ele o usa em relação ao colonialismo e ao imperialismo.

Para Lenin, a aristocracia operária é formada por trabalhadores que gozam de privilégios sobre os demais, mas como isso acontece? Através da exploração do país dono da colônia dos habitantes e dos recursos da própria colônia. Em outras palavras, o país-mãe afeta a mais-valia gerada nas colônias sobre os trabalhadores da nação. Assim, esses trabalhadores gozam de melhores condições, dissuadindo-se de realizar práticas revolucionárias. E, pior ainda, no conflito permanente entre a burguesia e o proletariado, esses trabalhadores são a favor do primeiro, porque lhes permitem uma posição melhor.

Lenin chama essa prática de corrupção da aristocracia operária.

A aristocracia trabalhista para Marcuse

Herbert Marcuse foi um sociólogo e professor alemão de nacionalidade americana, integrante da primeira geração da escola de Frankfurt.

Este era composto por um grupo de pensadores marxistas, muito críticos de muitas outras ideologias e problemas contemporâneos. Já os avanços do século XX em relação ao século XIX foram muito marcantes, ainda mais após a Segunda Guerra Mundial.

Marcuse, em Sociedade industrial e marxismo, reúne as críticas que faz à teoria leninista de que esta aristocracia operária é composta por um pequeno número de pessoas. Para o autor, conhecedor da sociedade norte-americana, os avanços do capitalismo estenderam essa posição de privilégio e acomodação à maioria dos trabalhadores organizados. Além disso, esta situação os impede de se tornarem conscientes de classe e de fazerem a revolução.