As últimas recomendações do Departamento de Comércio dos Estados Unidos trazem notícias importantes. O Departamento chefiado pelo Secretário de Comércio Wilbur Ross aconselhou um aumento significativo nas tarifas sobre as importações de materiais como aço e alumínio. Na Economy-Wiki.com, analisamos o possível aumento das tarifas sobre aço e alumínio e as respostas que países como a China podem dar.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se apresentam como o grande campeão do livre comércio e têm trabalhado pela redução progressiva das barreiras tarifárias. No entanto, o presidente Donald Trump tem em mente reduzir o déficit comercial dos EUA. Em outras palavras, Trump quer corrigir o desequilíbrio entre exportações e importações.
O governo dos Estados Unidos optou por fortalecer a indústria nacional e impulsionar suas exportações. O estabelecimento de impostos sobre a entrada de produtos estrangeiros, a imposição de cotas ou o abandono de tratados comerciais internacionais fazem parte do leque de medidas que o governo dos Estados Unidos administra.
Tarifas de aço e alumínio
As recomendações emanadas do Departamento de Comércio propõem uma tarifa de 24% para as importações de aço, exceto para China, Índia, Coréia do Sul e Brasil, aos quais seria aplicada uma alíquota de 53%. Com essas taxas, os produtos do exterior ficam mais caros e não são mais tão competitivos no mercado americano.
Conforme mencionamos anteriormente, o governo dos Estados Unidos pretende estimular a produção nacional de aço, atingindo um índice de operação de 80% que permita sua sustentabilidade no longo prazo.
As medidas tarifárias não afetam apenas o aço. Também foi proposto tributar o alumínio. O Departamento de Comércio aconselha o estabelecimento de uma alíquota global para o alumínio de 7,7%, enquanto o alumínio da China, Venezuela, Rússia e Hong Kong deverá arcar com uma tarifa de 23,6%. Outra possibilidade que o Departamento de Comércio está cogitando é impor uma cota de exportação, ou seja, permitir um volume máximo de alumínio de 86,7% das exportações para os Estados Unidos ocorridas em 2017.
A possível resposta chinesa
As consequências das medidas protecionistas que vêm do departamento liderado por Wilbur Ross são preocupantes. Muitos especialistas temem que a implementação de pesadas tarifas e cotas acabe provocando a tão temida guerra comercial. O comércio internacional se contrairia e os países iniciariam uma escalada mútua de barreiras ao livre comércio.
A China, com quem os Estados Unidos apresentaram um déficit comercial de 375 bilhões de dólares em 2017, se sente especialmente afetada pelas medidas propostas pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Nesse sentido, o ministro do Comércio chinês, Wang Hejun, declarou que a indústria norte-americana "está superprotegida" e que os Estados Unidos deveriam parar de estabelecer medidas restritivas ao comércio internacional.
Na verdade, Wang Hejun afirmou que o protecionismo pode ameaçar uma recuperação econômica internacional que ainda não está firmemente estabelecida. Por sua vez, os chineses declararam que estão dispostos a tomar as medidas necessárias para proteger seus interesses contra o protecionismo norte-americano.
O presidente Trump tem até 19 de abril para decidir entre tarifas ou cotas. A reação de governos como a China dependerá de sua decisão.