Reforma agrária - O que é, definição e conceito

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Anonim

A reforma agrária é um conjunto de medidas destinadas a modificar a propriedade e a exploração da terra. Desta forma, procura mudar a forma como as propriedades agrícolas são distribuídas.

Em outras palavras, a reforma agrária é um conjunto de medidas destinadas a mudar a forma de concentração da propriedade da terra. Dessa forma, o objetivo é que os solos produtivos não fiquem nas mãos de poucos grandes proprietários.

Visto de outra forma, o que esse tipo de reforma visa é evitar que um fator de produção, a terra, permaneça propriedade de poucos agentes econômicos.

Deve-se notar que este tipo de revoluções ocorreu em diferentes países, seja na Ásia, Europa ou América Latina. Isso, ao longo do século XX.

Objetivos da reforma agrária

A reforma agrária pode ocorrer em diferentes contextos. Dependendo disso, seus objetivos podem ser os seguintes:

  • Buscar maior equidade social, dadas as grandes disparidades entre a classe camponesa e os latifundiários.
  • Vindique os agricultores, pois estão sujeitos a maus-tratos por parte de seus empregadores. Isso pode ser devido à exigência de longas jornadas de trabalho, baixa remuneração e até mesmo ao desempenho de tarefas em condições que poderiam ser consideradas semi-escravidão.
  • Evite convulsões sociais futuras que possam causar maiores danos ao Estado. Ou seja, diante das demandas sociais, o governo se antecipa e previne conflitos que podem ser muito violentos.
  • Substitua um esquema de grandes proprietários por outro de pequenos e médios agricultores.

Medidas de reforma agrária

Para realizar a reforma agrária, duas medidas são realizadas:

  • Expropriação: O Governo assume o controle da terra, transferindo a propriedade, por exemplo, do proprietário para o agricultor.
  • Mecanismos compensatórios: O senhorio é obrigado a abrir mão de sua propriedade. Isso, em troca de uma indenização que o Governo vai entregar.

Exemplo de reforma agrária

Um exemplo de reforma agrária foi a ocorrida na década de 1970 no Peru durante o governo de Juan Velasco Alvarado. O slogan era "devolver" a terra às mãos de quem a trabalhava.

Assim, o governo militar de Velasco expropriou os grandes latifundiários e cedeu as unidades produtivas a cooperativas e comunidades camponesas. Com o intuito de que as referidas associações gerenciem a atividade agrícola.

Essa revolução teria ocorrido em um contexto de conflito social com notórias lacunas entre proprietários e camponeses. Assim, segundo alguns historiadores, a relação entre os dois era muitas vezes, mais do que um vínculo de trabalho, uma situação de submissão e exploração.

Deve-se notar também que o governo peruano, apesar de realizar a desapropriação, reconheceu uma dívida aos proprietários despojados de seus bens (ou aos seus respectivos herdeiros). Dessa forma, eles receberam um bônus que será parcelado. O cadastramento dos beneficiários culminou em 2019.

Em relação aos resultados da reforma, os pesquisadores costumam alertar que ela não teve os efeitos desejados porque as cooperativas agrícolas não tinham capacidade ou conhecimento para gerir as unidades produtivas. Consequentemente, a riqueza não foi gerada, muito pelo contrário.

Por outro lado, embora não se possa dizer que a reforma agrária foi lucrativa, alguns analistas asseguram que tais medidas eram quase inevitáveis ​​no contexto daquela época. Caso contrário, um conflito social maior teria sido desencadeado.