Crise do subprime - O que é, definição e conceito

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Anonim

A crise do subprime foi uma crise financeira que ocorreu na economia mundial em 2008. Ela teve origem nos Estados Unidos, mas rapidamente se espalhou para todas as economias. É chamada de crise subprime pelo fato de seu desencadeador ter sido o alto risco de crédito. Bem como, também, o não pagamento de ativos que estavam sujeitos a hipotecas de alto risco.

A crise do subprime, em outras palavras, foi produzida pela concessão de crédito ao segmento subprime, ou seja, a pessoas que, em condições normais de financiamento, apresentam alto risco de crédito. Seu contraste é o segmento prime, que apresenta menor risco de crédito.

Essa crise é chamada de subprime, pois as instituições financeiras concentraram grande quantidade de "ativos tóxicos" em seus balanços. Esses ativos lixo eram compostos de hipotecas subprime. Esses empréstimos, antes da bolha imobiliária que atravessava a economia, entraram em default, causando a desvalorização desses ativos. As baixas taxas de juros apresentadas pela economia norte-americana da época geravam endividamento maciço das famílias. Além disso, em um cenário em que o domicílio vivenciou um cenário de sobrevalorização.

Origens da crise do subprime

As origens da crise do subprime estão em uma bolha imobiliária criada em todo o planeta, mas que teve origem nos Estados Unidos. Em um cenário em que a habitação estava sobrevalorizada, as taxas de juros apresentadas pelos Estados Unidos, à época, eram muito baixas. Isso levou ao endividamento das famílias, que, por sua vez, investiram em habitação para fins especulativos e não especulativos, devido a esse acesso ao crédito. Dado o volume de endividamento que se desenvolvia na economia norte-americana, os bancos, para obter um maior volume de negócios, passaram a conceder hipotecas a famílias consideradas de alto risco de crédito.

Assim, uma vez que foram concedidos empréstimos hipotecários a essas famílias subprime, o banco se encarregou de concentrar esses empréstimos em ativos que posteriormente negociassem no mercado financeiro. Neste sentido, embora integrados em pacotes constituídos por numerosos créditos hipotecários, a notação de crédito continuou elevada, visto que a diversificação era considerada segura, que posteriormente acabou por ser inútil. E é que, enquanto todos os créditos de alto risco estavam concentrados em ativos tóxicos, o risco continuava crescendo, enquanto a probabilidade de inadimplência aumentava.

Desta forma, as tensões nos mercados financeiros continuaram a crescer, enquanto a liquidez foi diminuindo. Assim, o aumento das taxas de juros praticado pelo Federal Reserve, aliado ao alarme de inadimplência gerado nos investidores, desvelou uma rede de ativos tóxicos que, à luz dos dados, não contava com qualquer garantia que garantisse o pagamento dos mesmos. hipotecas. Tanto que, em setembro de 2007, estourou uma bolha que ficaria para a história como a Grande Recessão, uma crise imobiliária ou, como cita o artigo, uma crise do subprime.

Causas da crise do subprime

Entre as causas que levaram ao colapso do sistema financeiro, primeiro nos Estados Unidos e depois no mundo, destaca-se o papel principal dos bancos. Estes exerceram um comportamento muito pouco sensato e dotaram famílias de baixa renda com recursos para a aquisição de casas que, posteriormente, não puderam pagar.

Ou seja, os bancos passaram a conceder empréstimos a segmentos de maior risco da população. Segmentos que, apesar de apresentarem alta probabilidade de inadimplência, conseguiram financiamento.

Porém, além disso, existem outras causas que acabaram gerando a crise do subprime, com destaque para as seguintes:

  • Taxas de juros mais baixas: As taxas eram muito baixas. Isso incentivou o endividamento por parte de famílias que se afogaram com altos empréstimos hipotecários.
  • Baixa capacidade de crédito dos compradores de casas: A qualidade de crédito dos requerentes de hipotecas era muito baixa, então o risco de inadimplência era alto.
  • Supervalorização dos preços das casas: Conforme a demanda aumentou, os preços também aumentaram. Assim, as casas foram muito reavaliadas em muito pouco tempo.
  • Venda de pacotes de hipotecas: Para obter maiores lucros, os bancos concentraram essas hipotecas e as diversificaram em pacotes chamados CDOs. Esses pacotes foram negociados no mercado, espalhando o contágio para outros bancos.
  • Supervalorização de ativos por agências de classificação: As agências de rating, em colaboração com os bancos, ficaram encarregadas de avaliar a qualidade de crédito desses pacotes. O risco era excessivamente baixo, ocultando a toxicidade apresentada por essas embalagens.
  • Desconfiança entre bancos: À medida que o volume de ativos tóxicos aumentava nos balanços, os bancos começaram a desconfiar uns dos outros. Isso gerou alarmismo nos investidores.
  • Baixa liquidez na economia: Como a liquidez estava concentrada em ativos, ela sumiu dos balanços dos bancos. Uma situação que terminou com a falência de grandes empresas de investimento como o Lehman Brothers.

Assim, essas são as principais causas que os especialistas consideram fundamentais na crise de 2008. Uma crise que virou de cabeça para baixo um sistema financeiro que havia criado uma das maiores bolhas da história da economia mundial.

Consequências da crise do subprime

Com o estouro da bolha imobiliária, detonou-se a Grande Recessão em que a economia estaria imersa até 2015. A eclosão da crise do subprime teve consequências terríveis para a economia mundial. A situação que ocorreu com a economia, após a falência de um dos maiores bancos de investimento como o Lehman Brothers, bem como o resgate da Merrill Lynch, foi devastadora para os mercados. A economia estava em colapso e o pânico abalou os mercados financeiros.

Muitas foram as consequências decorrentes desta grave crise econômica. Em primeiro lugar, o forte choque que viram as diferentes economias que compõem o planeta. Nesse sentido, todas as economias sofreram deterioração dos indicadores, a começar pelo Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, a crise criou uma situação que levou a uma deterioração da saúde, à medida que os níveis de pobreza e desemprego dispararam.

Também não devemos esquecer os efeitos sobre a desigualdade. Nesse sentido, o fosso entre ricos e pobres aumentou em relação aos níveis anteriores à crise. Situação a que se soma o número de suicídios ocorridos no planeta, derivados da situação de pobreza e desemprego gerada pela crise.

Entre as consequências, vale destacar também os resgates financeiros que diversos países tiveram que realizar para que os depositantes não perdessem todo o seu capital. Enquanto isso, os bancos tiveram que enfrentar um reforço nas regulamentações bancárias internacionais, bem como uma série de sanções que tiveram que pagar.