Aristóteles - Biografia, quem é e o que fez

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Anonim

Aristóteles é um dos filósofos mais famosos da Grécia antiga, que viveu no século 4 aC. C. Ele estava interessado em disciplinas tão diversas como biologia, filosofia e política. Em todos eles fez contribuições interessantes. Ele foi um discípulo de Platão e tutor de Alexandre, o Grande.

O pensamento de Aristóteles foi estudado até o século IV, quando com a chegada da Idade Média foi relegado ao esquecimento. Um esquecimento do qual ela emergiria vários séculos depois para mais uma vez ser reconhecida como uma das principais figuras da história do conhecimento.

Aristóteles nasceu por volta de 384 AC. Em Estagira, uma cidade da antiga Grécia localizada na península de Calcidia. Portanto, Aristóteles vem da antiga província da Macedônia. Seu pai era Nicómaco, médico e amigo pessoal do rei da Macedônia, fato que marcaria seu futuro. Sua mãe, Festide, era natural da ilha de Evia.

Aristóteles foi discípulo e colaborador de Platão na Academia, onde permaneceu por cerca de vinte anos. Lá ele aprendeu, entre outras coisas, a arte da retórica e da dialética. Além disso, ele também escreveu alguns diálogos, dos quais apenas alguns fragmentos foram preservados.

Embora tenha assimilado muitas idéias do mestre Platão, como a imortalidade da alma e o caráter absoluto da verdade, ele também desenvolveu seu próprio sistema de pensamento original. Quando Platão morreu, ele deixou a Academia, já que as idéias de Espeusipo, um novo estudioso, não coincidiam com as dele.

Ao longo de sua vida, ele se dedicou à ciência e à filosofia. Seu primeiro campo de estudo foi a biologia. O resultado de sua pesquisa foi seu trabalho monumental História animal. Neste projeto colaborou com Teofrasto, em cuja cidade, Mitilene, viveu grande parte da sua vida. Nesta cidade, ele fundou uma nova Academia que reivindicou o único e fiel herdeiro das idéias de Platão.

Guardião do futuro Alexandre o Grande

Em 342 a. C. foi chamado para ocupar o cargo de tutor do filho do rei Filippo II da Macedônia, o futuro Alexandre, o Grande. Fez isso por três anos, até que o herdeiro foi chamado para participar das expedições militares de seu pai. Não se sabe ao certo o que ele lhe ensinou, mas provavelmente ele lhe transmitiu os princípios da cultura grega. Também é possível que lhe tenha ensinado noções de política, com o objetivo de prepará-lo para seu futuro como monarca.

Com Alexandre o Grande atuando como regente do reino, Aristóteles fundou uma nova escola em Atenas, conhecida como Peripatos ou Liceu. Com a morte de Alexandre o Grande, em 323 aC, Atenas experimentou movimentos anti-macedônios. Nesse contexto, vendo sua segurança ameaçada, Aristóteles preferiu deixar a cidade. Ele se refugiou na Eubeia, perto da casa de sua mãe, onde morreu um ano depois.

Pensamento de Aristóteles

Aristóteles cultivou várias disciplinas científicas e filosóficas. Ele também se preocupava com a política ou a relação entre os seres humanos e a natureza. Existem muitos campos nos quais o pensamento aristotélico contribuiu com ideias de grande interesse.

Pensamento filosófico

Para Aristóteles, o objetivo principal do homem era a felicidade. No entanto, ele argumentou que isso não era derivado do prazer, mas da consciência racional derivada do cumprimento do papel que cada indivíduo reservou. Ou seja, para cumprir o que é ordenado por sua essência. Portanto, a felicidade só poderia ser alcançada por meio do exercício da razão e das virtudes. Estas foram divididas em duas: a dianoética (de natureza intelectual) e a ética (que diz respeito à relação entre inteligência e sensibilidade). Essas virtudes foram caracterizadas porque tiveram que ser adquiridas por meio do ensino e são identificadas como o meio-termo certo entre os excessos e os extremos.

Segundo o pensamento aristotélico, só era possível implementar a virtude no contexto de uma sociedade organizada ou no interior do Estado, o que não se sobrepunha às formas sociais mais restritas.

Pensamento político

Aristóteles argumentou que dentro do estado sempre houve uma distinção entre cidadãos livres, capazes de autogoverno, e escravos. Dessa evidência, derivou-se a existência necessária da família, da escravidão e da propriedade, que eram os três pilares que sustentavam a comunidade.

O Estado deve ter como objetivo primordial a implementação das virtudes políticas. Virtudes que se basearam no respeito às leis e liberdades de todos os cidadãos. Ele afirmou que isso só seria possível se todos os habitantes obedecessem e se submetessem às leis.

Segundo Aristóteles, a política estava intimamente ligada à moralidade, uma vez que o homem só poderia alcançar a felicidade na vida em comunidade. Ou seja, como membro de um estado, como comunidade política.

O filósofo também examinou as várias formas de governo que poderiam ser implementadas em um estado. Ele diferenciou monarquia, aristocracia e república, afirmando que cada uma delas estava sujeita ao risco de degeneração. Assim, a monarquia pode se transformar em tirania; a aristocracia em oligarquia e a política em democracia.

Em consequência, Ele afirmava que não havia uma forma perfeita de governo, uma vez que tudo poderia degenerar em seu excesso negativo. Portanto, ele argumentou que o estado ideal consistia em uma forma de governo capaz de reunir todos os méritos da monarquia, da aristocracia e da política.

Herança e influência do pensamento aristotélico

O pensamento aristotélico foi estudado até o século IV. A partir desse momento, a sua figura foi perdendo validade e caiu no esquecimento, até ser redescoberta e reavaliada no século XII, pelo andaluz de Córdoba Averroes.

No século XIII, Santo Tomás também se interessou por este filósofo e ajudou a resgatar seu pensamento. Desde então, ele influenciou alguns setores da escolástica e o nascimento da Escola de Salamanca.