Efeito cobra - O que é, definição e conceito

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Anonim

O efeito cobrança é aquele que ocorre quando se aplica uma política que, tentando resolver um determinado problema, tem efeito oposto ao desejado. Ou seja, um efeito que acaba agravando a situação, em relação à situação inicial.

O efeito da cobrança é um fenômeno imprevisto, uma conseqüência imprevista, que ocorre na economia, ou na política, como conseqüência da aplicação de uma ou mais políticas. Este conceito é muito frequentemente visto em campos como economia e política.

Ou seja, dizemos que esse efeito ocorre quando, no combate a uma situação ou desequilíbrio, aplicamos políticas que, em sua análise, acabam tendo o efeito oposto ao desejado. Desta forma, gerando que a situação final seja pior do que a inicial.

Origem do efeito cobra

A origem do efeito cobra remonta à Índia colonial, quando esta estava sob o domínio da Grã-Bretanha. Neste terreno, dada a elevada presença de cobras venenosas, considerada uma praga pelos governantes, foi implementada uma política pela qual o Governo oferecia uma recompensa a todos os cidadãos que matassem uma cobra. Desta forma, tentando reduzir essa praga, com a colaboração popular.

No entanto, com o passar do tempo, os próprios cidadãos começaram a criar najas em suas fazendas. Dessa forma, eles poderiam matá-los e oferecê-los em troca da recompensa. Uma técnica que foi interceptada pelo Governo, que rapidamente cancelou os programas. Dando origem a esses cidadãos liberando as cobras, que já não valiam nada, gerando uma praga maior, ainda pior do que no início.

O que aconteceu no Vietnã foi muito parecido, onde uma política semelhante, mas com ratos, fez com que a população incentivasse a criação de ratos para obter maiores benefícios.

Em 2001, o economista alemão Horst Siebert publicou um livro com o mesmo nome, onde fala sobre esse efeito.

Características do efeito cobra

Já que sabemos o que é o efeito cobra, vamos ver suas principais características:

  • É um conceito amplamente utilizado na economia e na política.
  • É uma consequência de uma ou mais políticas específicas.
  • Ocorre quando se trata de aplicar estímulos para corrigir uma situação que está em desequilíbrio.
  • Para ser considerado um “efeito de carga”, o estímulo deve gerar um efeito oposto ao desejado.
  • Desta forma, quando ocorre o efeito de carga, a situação final é pior do que a situação inicial.

Lei de Campbell, Lei de Goodhart e Crítica de Lucas

Essas três teorias, elaboradas por três cientistas, referem-se ao que estamos comentando, sendo teorias elementares em campos como as ciências sociais.

Assim, a lei de Campbell, cunhada pelo cientista Donald T. Campbell, refere-se ao fato de que, na aplicação de políticas públicas, não é possível usar o mesmo indicador social para alocar recursos e aplicar políticas, ao mesmo tempo que usamos o mesmo indicador para medir o sucesso dessas políticas. Isso ocorre porque, devido à alta pressão no indicador, existem riscos de que este indicador seja corrompido.

Muito semelhante é a lei de Goodhart, cunhada pelo economista e consultor do Banco da Inglaterra Charles Goodhart. Essa lei teve como base a recuperação econômica do Reino Unido no final de 1992, ocorrida, segundo o autor, pelo fato de a lei ter sido cumprida, ao contrário. Nesse sentido, se a credibilidade econômica de um determinado governo é prejudicada, os objetivos por ele fixados são tidos como irrelevantes, para que os indicadores econômicos recuperem sua confiabilidade como norteadores para a aplicação dessas políticas.

Por fim, a crítica de Lucas é uma teoria desenvolvida pelo economista Robert Lucas. Este macroeconomista concluiu que os efeitos de uma política econômica não podem ser previstos com parâmetros que não são estruturais, como as relações observadas em dados históricos agregados. Desta forma, ele conclui com uma teoria muito semelhante às anteriores, onde esta incapacidade é demonstrada; considerando esta última como uma das críticas mais válidas à não formulação de modelos econômicos.

A partir dessas três teorias, o economista americano Thomas Sowell cunhou uma frase em que expressou o seguinte:

“Devemos medir as políticas econômicas por seu impacto na população, e não pela intencionalidade com que foram aplicadas”.

Exemplo de efeito de cobra

Imagine um cenário em que haja muito emprego informal. Para acabar com isso, o país aplica uma série de medidas, todas baseadas no aumento da regulação e do controle estatal. O objetivo desse controle e dessa regulamentação é acabar com o emprego informal ou, pelo menos, reduzi-lo. Porém, com o passar do tempo, essa regulamentação passa a gerar um efeito contrário nos empregadores, que ao invés de reduzir o emprego informal, retiram mais empregados da formalidade econômica, agravando a situação inicial.

Esta situação é um exemplo claro de um efeito de carga. A escolha dessas políticas, bem como sua aplicação, acabaram tendo o efeito contrário ao desejado. Da mesma forma que, como explicamos no exemplo, a situação piorou, no que diz respeito à situação inicial.

Assim, esse conceito ficou para se referir às situações em que o estímulo aplicado pelo Estado para enfrentar uma situação de desconforto ou desequilíbrio, ao invés de corrigi-la, a piora. Ou seja, gera um efeito de carga, pois não gera o efeito desejado, mas o contrário.