Telefónica cai mais de 50% em três anos: é um bom investimento ou uma armadilha de valor?

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Telefónica cai mais de 50% em três anos: é um bom investimento ou uma armadilha de valor?
Telefónica cai mais de 50% em três anos: é um bom investimento ou uma armadilha de valor?
Anonim

Até agora em 2018, a Telefónica deixou mais de 20% na bolsa. Nos últimos três anos, seu preço caiu 50%. Sua dívida excede sua capitalização de mercado em mais de 8.500 milhões. E, como se não bastasse, as moedas latino-americanas, nas quais concentra mais da metade de seu faturamento, apresentam altos níveis de volatilidade.

Apesar disso, muitos analistas e gestores de fundos de investimento continuam apostando na Telefónica como um investimento de longo prazo, negando que seja uma armadilha de valor. Por outro lado, muitos outros analistas veem o alto endividamento da Telefónica como um monstro difícil de controlar e não acreditam que a empresa gere valor suficiente para que valha a pena investir no longo prazo.

Entre os principais bancos de investimento, a tendência dominante segue uma direção clara: a Telefónica está abaixo de seu valor intrínseco. Esse fato não significa nada. Se os bancos de investimento estivessem sempre corretos em suas avaliações, seria muito fácil ganhar dinheiro no mercado de ações. A realidade, claro, é bem diferente.

Agora, a opinião geral do mercado, como dissemos, gira em torno da compra de ações da Telefónica. Ou, pelo menos, mantenha-os.

A Telefónica poderia ser uma armadilha de valor?

Nada está escrito na bolsa de valores. Tudo está para ser decidido. Hoje uma empresa listada pode estar no topo de todos os rankings e amanhã 30% na bolsa de valores. Isso foi visto e pode acontecer novamente. Com qualquer empresa, em qualquer setor, de qualquer país.

Como podemos ver no gráfico anterior, a Telefónica tem se mantido em uma tendência clara e sustentada de queda. Com exceção da primeira parte de 2017, desde 2015 não parou de cair. De 14 euros em meados de 2015 aos atuais 6,63 euros, a empresa colocou mais de metade da sua capitalização bolsista em bolsa.

Assim, neste ponto, surge uma questão muito cética, mas ao mesmo tempo muito lógica: se tão barato, dizem, é a Telefónica, por que não para de cair?

A resposta a esta pergunta não é única. O famoso economista John Maynard Keynes disse:

“O mercado pode permanecer irracional por mais tempo do que você consegue manter sua solvência” - Keynes

Ou seja, analistas e gerentes podem estar certos, mas o preço continua caindo para níveis mais baixos. Isso não significa que a Telefónica não seja uma boa empresa. Significaria simplesmente que os investidores preferem outros ativos financeiros e não acreditam na projeção da Telefónica.

Esta poderia ser uma resposta possível, ou seja, a Telefónica é um bom investimento a longo prazo, mas a médio prazo (de 1 a 5 anos) o preço pode permanecer em níveis inferiores ao esperado.

A segunda resposta, entre muitas possíveis, está relacionada ao conceito de armadilha de valor. O que acontece quando uma empresa aparentemente barata é realmente cara. Quer dizer, é pior do que parece. Isso pode ter ocorrido porque os investidores negligenciaram detalhes em suas análises que podem estar fazendo com que a empresa continue caindo na bolsa de valores.

Posto isto, iremos analisar alguns dos principais dados financeiros da empresa.

Analise da Telefonica

Analisar uma empresa não é tarefa fácil. O preço de uma empresa depende de muitos fatores diferentes. Cada analista avalia cada um desses fatores de maneira diferente. Dependendo, por exemplo, da sua experiência, da sua metodologia ou do tipo de análise utilizada.

Neste artigo iremos citar os dados mais populares da empresa no setor financeiro, bem como uma análise técnica da situação.

Análise financeira

Apesar das quedas no mercado de ações, de acordo com os últimos relatórios da Telefónica a empresa, a empresa retorna aos níveis de fluxo de caixa de anos anteriores.

De acordo com relatórios integrados da gigante das telecomunicações, apesar de reduzirem ligeiramente seu fluxo de caixa livre, estão gerando pontos de acesso de valor. Ou seja, os pontos de acesso a dados móveis, smartphones, fibra ótica, TV a cabo e por assinatura estão aumentando. Além de expandir os negócios com investimentos não correlacionados ao seu negócio tradicional, como investimentos em criação de conteúdo (principalmente séries).

O crescimento nessa parte do negócio, dizem eles, permitirá que a empresa se torne cada vez mais sustentável no futuro.

No mesmo ritmo, está reduzindo sua dívida financeira líquida. Desde 2016, caiu 10% e as estimativas do mercado indicam que continuará a diminuir.

Com essa breve análise, é claro, não podemos dizer se a empresa é ou não uma armadilha de valor. No entanto, tanto estes dados como os restantes apresentados nas contas anuais do último ano não parecem indicar que a empresa está a piorar.

Embora seja verdade que o mercado pode estar penalizando a incerteza que domina a economia latino-americana. Isso acarreta volatilidade e, portanto, insegurança diante dos possíveis benefícios que a Telefónica proporcionará a sua parte na América Latina.

Análise técnica

Longe dos dados financeiros e fundamentais, o gráfico candlestick japonês mostra uma tendência de baixa clara durante os últimos anos.

Atualmente, como vimos no gráfico anterior, ele está oscilando em um canal de ações de baixa. Indicadores de momentum, como RSI, não indicam divergência de alta. No entanto, se atingir o fundo do canal de ações, o preço pode se recuperar. Obviamente, de forma a indicar que a tendência de baixa de curto prazo terminou, a cotação deverá ultrapassar a área de 7,84 e liquidar após ultrapassar a área do euro de 8,56 por ação. Área onde a última referência decrescente máxima está localizada. Do ponto de vista da análise técnica de médio prazo, a recomendação é vender ou não valorizar.

Dito para terminar, e coincidência ou não, está na zona mínima que marcou o preço em setembro de 2002.

Se nessa área aparecerem compradores, os resultados trimestrais acompanharem e os relatórios surpreenderem positivamente o mercado, a Telefónica poderá reverter sua tendência de queda. Caso contrário, sua tendência de baixa pode continuar por quem sabe por mais tempo.