A Revolução Científica refere-se a um período de tempo, entre os séculos XVI e XVII, em que o desenvolvimento de campos como a física, a biologia, a química, entre outros, deu origem à fundação da ciência clássica; e isso, em detrimento das ideias predominantes estabelecidas pela Igreja e pela religião.
A revolução científica, portanto, refere-se a um período de tempo em que, como o próprio nome indica, as ciências desempenham um papel determinante. E é que, durante os séculos XVI e XVII, em meados da Idade Moderna, o desenvolvimento de campos como a química, a anatomia, a astronomia, assim como os mencionados anteriormente, lançaram os alicerces da ciência clássica. E tudo isso em detrimento de uma Igreja, assim como de uma religião, que oferecia respostas obsoletas.
Desta forma, a Revolução Científica fez com que os métodos de construção do conhecimento fossem baseados na observação, experimentação e racionalidade. Métodos que foram altamente questionados, visto que a Igreja tinha grande poder e capacidade de influenciar o pensamento da população. E é que, em numerosas investigações, a Revolução Científica se opôs a certos postulados que a Igreja considerava válidos e, portanto, também a população.
Por isso, a Inquisição, por meio do controle de livros, entre outras práticas, tentou frear o avanço desses cientistas. Procurou, assim, garantir que os fiéis não perdessem a fé perante as novas teorias. É por isso que personagens como Galileo Galilei, René Descartes, entre outros cientistas renomados, tiveram que enfrentar essas correntes de pensamento oferecidas pela Igreja; embora isso, como aconteceu em certas ocasiões, lhes custou a vida.
O conceito de Revolução Científica foi cunhado pelo historiador Alexandre Koyré em 1939.
Características da Revolução Científica
A seguir, vamos ver as principais características dessa revolução:
- Refere-se a um período de tempo entre os séculos XVI e XVII.
- Graças a este período, foram lançados os fundamentos da ciência clássica e das teorias que poderiam ser consideradas as primeiras abordagens da ciência moderna.
- A Igreja, por meio da Inquisição, tentou impedir o avanço dessas ciências.
- Essa revolução foi possível graças ao desenvolvimento de alguns campos como biologia, química, anatomia, entre outros. No entanto, os campos em que mais mudanças ocorreram foram matemática, astronomia e física. E tudo isso dando origem ao método científico.
- Desde então, a construção do conhecimento tem sido baseada na observação, experimentação e explicação racional.
- A Igreja, devido ao avanço desta revolução, começou a perder poder; perdendo o sentido das ideias graças à observação de muitos cientistas da época. Entre esses cientistas, destacam-se René Descartes e Galileo Galilei.
- Muitos desses cientistas custaram a vida defendendo suas teorias.
Estágios da revolução científica
Como todas as mudanças não ocorrem ao mesmo tempo, a Revolução Científica pode ser dividida em 4 etapas principais.
Essas 4 etapas são nomeadas com base na contribuição ocorrida nessa etapa:
- Revolução copernicana: Iniciado por Nicolás Copérnico, e muito voltado para áreas como astronomia e física. Nesse estágio, cientistas como Newton ou Galileo se destacam.
- Revolução darwiniana: Seu nome vem das contribuições de Charles Darwin. Ele se concentra em campos como biologia e ciências da terra. Nesse sentido, sua principal contribuição é a teoria da evolução.
- Revolução Einsteiniana: Refere-se às teorias desenvolvidas por Albert Einstein. Ele se concentra em campos como a física.
- Revolução indeterminista: Refere-se à posição assumida pelos cientistas, ao contrário da posição de que a ciência era determinística. Nesse sentido, essa concepção foi superada, dando origem a uma ciência em que aquela indeterminação era contemplada.
Alguns personagens da Revolução Científica
Para dar nomes e sobrenomes aos cientistas que impulsionaram essa revolução, vamos examinar alguns deles, bem como as áreas em que estiveram envolvidos:
- Galileu Galiléia: Um filósofo, matemático, inventor e físico que nos disse que a Terra era redonda, e não plana como se acreditava então.
- Rene Descartes: Filósofo e matemático. Pai do racionalismo moderno.
- Francis Bacon: Pai do empirismo. Considerado o pai do método científico experimental.
- Isaac Newton: Físico e matemático. Ele foi um pesquisador elementar para o desenvolvimento da ciência moderna.
Principais contribuições da Revolução Científica
Entre as principais contribuições dessa revolução, deve-se destacar que não só encontramos teorias, mas também contamos com ferramentas que tornam a ciência mais precisa.
Nesse sentido, podemos destacar o seguinte:
- Nicolás Copérnico publicou seus estudos sobre os movimentos dos planetas.
- Galileu Galilei fez observações nas quais conseguiu concluir com o raciocínio que hoje persiste como que nosso planeta tem um corpo redondo, e não plano como se acreditava.
- Johannes Kepler, como Copérnico, desenvolveu grandes teorias em campos como a astronomia e o movimento dos planetas.
- Isaac Newton desenvolve, com base em Kepler e Galileo, a lei da gravitação universal.
- René Descartes, graças às suas pesquisas, estabelece o que se conhece como método científico.
Além disso, entre as ferramentas que mencionamos, encontramos os seguintes experimentos:
- Galileo Galilei, para o desenvolvimento de suas teorias, melhorou notavelmente o telescópio.
- Antonie van Leeuwenhoek desenvolveu microscópios com grande sucesso.
- Blaise Pascal inventou o que ficou conhecido como calculadora mecânica.
- A invenção da bomba de vácuo por Otto von Guericke permitiu pesquisas altamente desenvolvidas.
- Por sua vez, o desenvolvimento das máquinas industriais e do digestor a vapor de Denis Papin deu origem ao que mais tarde impulsionaria a Revolução Industrial: a máquina a vapor.
Críticas à Revolução Científica
Entre as críticas mais válidas está a tese da continuidade. Esta tese nos mostra que, durante esta fase, não há grandes mudanças no desenvolvimento da ciência para serem chamados de “revolucionários”.
Segundo essa teoria, os avanços nada mais são do que o desenvolvimento natural da ciência, e não, como muitos outros historiadores e cientistas definem, uma consequência de uma revolução.
Portanto, de acordo com esta tese, a ciência tem se desenvolvido, sem pausa, ao longo da história. E essas mudanças que acontecem aqui, como outras no passado e no futuro, não são consequência de uma revolução, mas do desenvolvimento natural da ciência.